sexta-feira, 26 de agosto de 2016

Agências bancárias no Vale do Jequitinhonha viram alvo de bandidos

Os últimos números oficiais são referentes ao primeiro trimestre deste ano, quando foram registradas 45 ocorrências de explosão de caixas eletrônicos em Minas. No ano passado, foram 173 casos.

Foto: Reprodução/ Sérgio VasconcelosAgências bancárias no interior de Minas viram alvo de bandidos
Duas agências bancárias, separadas por apenas 200 metros, ficaram destruídas após o ataque de bandidos na madrugada do último dia 9 em Itamarandiba.
  
Apenas neste mês, pelo menos 15 casos de explosão de caixas eletrônicos foram registrados em Minas. Levantamento com base em ocorrências divulgadas aponta que os bandidos têm concentrado esforços no interior do Estado.
 De todos os registros, contabilizados de 2 a 23 de agosto, apenas dois ocorreram na região metropolitana e nenhum na capital. 
 A Polícia Militar evita falar em migração dos casos para o interior, mas admite que alguns fatores contribuem para esse tipo de situação. “Conseguimos implementar em BH e região uma cultura que dificulta a ação de bandidos nesse sentido, inclusive com uma rede que conta com comerciantes e moradores que ajudam nesse combate. O que ocorre então é uma redução dos casos na capital e não necessariamente aumento no interior”, explica o capitão Flávio Santiago, chefe de comunicação da PM.
 Por outro lado, as características das cidades mais distantes da região metropolitana acabam por alimentar esse tipo de crime. “No interior há o isolamento das cidades, reforçado ainda pela cultura própria dos locais de ser pacato e tranquilo. Falta nesses municípios essa rede de combate que foi implementada na capital”, avalia o oficial.
 Muitas vezes em bando, e fortemente armados, os bandidos invadem agências e estabelecimentos comerciais do interior deixando um rastro de estrago e medo.
 Ocorrência que chamou a atenção neste mês foi registrada em Itamarandiba, no Vale do Jequitinhonha. Duas agências bancárias em uma mesma rua foram explodidas durante a madrugada e ficaram destruídas.
 Dois dias depois, foi a vez da agência do Itaú em Coronel Murta, na mesma região, ser atacata por criminosos que explodiram o saguão da agência, levaram um cofre e ainda roubaram roupas em uma butique próxima. Três suspeitos, residentes em Contagem e Betim  foram presos,  e três veículos apreendidos.
 Bandidos não deram trégua em Itamarandiba
Bandidos não deram trégua em Itamarandiba


Defasagem
 Apesar de tratar-se de um crime frequente - pelo menos um caso a cada dois dias neste mês - não é possível acompanhar a evolução dos registros deste ano na capital e interior.
 Os dados oficiais, que são armazenados pela Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds), não estão disponíveis. De acordo com a pasta, uma mudança no sistema utilizado para contabilizar os registros impossibilita o acesso aos dados recentes.
 Os últimos números oficiais são referentes ao primeiro trimestre deste ano, quando foram registradas 45 ocorrências de explosão de caixas eletrônicos em Minas. No ano passado, foram 173 casos.

Bandidos explodiram agência do Itaú de Coronel Murta na madrugada de 11 de agosto. Três suspeitos foram presos.( Foto Sérgio Vasconcelos)
Bandidos explodiram agência do Itaú de Coronel Murta na madrugada de 11 de agosto. Três suspeitos foram presos.( Foto Sérgio Vasconcelos)

 Para o chefe de comunicação da PM, é preciso mais investimento em segurança por parte dos bancos e demais instituições financeiras. “A polícia tem mapeado e prendido os autores, mas há a necessidade de um envolvimento do setor bancário para criar dispositivos de segurança padronizados para todas as agências, sendo na capital ou interior”, afirma o capitão Flávio Santiago.
 Em nota, a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) informou que o investimento no aprimoramento da segurança bancária é da ordem de R$ 9 bilhões, o triplo do que era gasto dez anos atrás. Além disso, a entidade ainda alega que “são investidas somas expressivas de recursos em tecnologia para a realização de operações de forma rápida e segura por meio dos canais digitais, reduzindo a necessidade de recurso dentro das agências bancárias ou no manuseio de dinheiro em espécie”.
Fonte: Hoje em Dia

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