domingo, 8 de julho de 2018

APLs da Apicultura são identificados no Vale do Jequitinhonha e norte de Minas

Governo de minas identifica e reconhece polos e arranjos produtivos locais.

Dando continuidade à política de identificação e reconhecimento dos Polos e Arranjos Produtivos Locais (APLs), o Governo de Minas Gerais, por meio da Secfetaria de Estado Extraordinária de Desenvolvimento Integrado e Fóruns Regionais (SEEDIF), certificou novos oito APLs nessa terça-feira (03/07).
As regiões reconhecidas pelo Núcleo gestor de APL foram a Apicultura no Vale do Jequitinhonha; Apicultura no Norte de Minas Gerais; Vinho em Andradas; Vestuário em Espinosa; Bolacha em Andradas; Café Especial no Sul de Minas; Móveis e Artesanatos na região dos Vertentes; Vestuário na Região Metropolitana de Belo Horizonte.
A assinatura dos reconhecimentos pelo secretário da Seedif, Fernando Máximo, inclui e fortalece essas regiões como objeto de políticas públicas de desenvolvimento econômico. Para o secretário, “é preciso fortalecer as micro e pequenas empresas dos polos produtivos para movimentar o desenvolvimento regional, sendo a política de APL um instrumento para esse fim”.
A política de APL tem implementado ações de inteligência de negócios; capacitações gerenciais; estratégias avançadas e inovadoras de marketing, entre outras. Para o secretário de desenvolvimento econômico de Espinosa, Gleysomar Soares Oliveira, o reconhecimento impulsionará a economia regional.
“Essa é uma grande conquista, já que dá visibilidade ao município e promove o território. Tudo isso, somado ao distrito industrial produtivo existente na região, formam um contexto de alto dinamismo e geração de emprego e renda”, afirma.
A expansão das políticas do APL agrega a oportunidade de trabalhar as vocações e peculiaridades das diferentes regiões mineiras, promovendo a competitividade. Para Luciano Fernandes de Souza, presidente da Coopemapi (Cooperativa dos Apicultores e Agricultores Familiares do Norte de Minas Gerais), o reconhecimento valoriza o setor.
“A inclusão do APL da apicultura fortalece a legitimidade do setor na atração de projetos para competitividade do setor produtivo do mel, facilitando a captação de recursos para a região a serem aplicados em iniciativas de fomento ao desenvolvimento econômico regional”, finaliza.
Para Luciano Fernandes, a cada dia a produção de mel e própolis ganha mais espaço na economia regional, e a abertura de novos mercados, associada aos incentivos resultantes do reconhecimento do APL e da aprovação do Pró-Mel trarão novas perspectivas para a atividade. A Coopemapi possui mais de 250 associados e cultiva mais de 800 colmeias mantidas por cerca de mil agricultores familiares.
Alguns produtores da região estão conquistando cada vez mais espaço no mercado internacional. É o caso da Associação do Grupo Orgânico de Apicultores de Minas Gerais (Apiorg-MG), localizada no município de Guaraciama, nonorte de Minas. 
Anualmente, a entidade exporta aproximadamente 70 toneladas de mel,  contabilizando uma renda de quase 1 milhão de reais.  Os principais clientes são da Nova Zelândia, Itália, Alemanha e Estados Unidos.
Apicultura no norte de Minas
De acordo com o engenheiro agrônomo e analista em desenvolvimento regional da Codevasf Alex Demier, a apicultura é considerada uma atividade altamente sustentável, que, além de agregar renda ao produtor rural, ajuda a preservar o meio ambiente. Ele destaca que a atividade, apoiada pela Companhia, conta hoje com mais de 1.500 apicultores, distribuídos em 32 municípios mineiros, com produção anual de aproximadamente 1.000 toneladas de mel – o que permite aos produtores receita em torno de R$15 milhões.
“Tudo isso tem ocorrido diante de investimentos, nos últimos 10 anos, de aproximadamente R$ 6 milhões na aquisição de equipamentos e materiais visando à estruturação do setor com o repasse de centrífugas, tanques decantadores, embaladoras, melgueiras, construções de casas de apoio à produção de mel, dentre outros, para unidades de extração, beneficiamento, armazenamento e comercialização de produtos apícolas”, explica Demier.
O mel é comercializado na região e para os estados de São Paulo e Santa Catarina. Segundo a Emater-MG, a apicultura gera no Norte de Minas 1.429 empregos diretos e cerca de 2.800 indiretos.  
Para lidar com a atividade na região, os produtores contam com a orientação técnica da Emater-MG. A empresa tem incentivado os apicultores da região e mostrado a viabilidade da atividade por meio de palestras e treinamentos.
Segundo o coordenador técnico, Fernando Mendes, a apicultura pode ser integrada com outras atividades, como em áreas de reflorestamento. “A região Norte de Minas, nos últimos anos, vem sendo castigada pelo prolongado período de estiagem, que provocou perdas nas lavouras e pastagens. Mas a apicultura é beneficiada com algumas floradas que são resistentes ao período seco e conseguem beneficiar o apicultor com a produção de mel”, diz.

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