terça-feira, 8 de agosto de 2017

Festa de Virgem da Lapa recebe milhares de pessoas na Festa de Agosto

Festa religiosa é a maior do Vale do Jequitinhonha

Foto: Santuário de Nossa Senhora da Lapa

A cidade de Virgem da Lapa, no Médio Jequitinhonha, se prepara para receber milhares de pessoas para a Festa Festa de Nossa Senhora da Lapa que começa no dia 06 de agosto, e vai até o dia 15, o dia da Padroeira.


A romaria teria começado há mais de 230 anos. Para a festa, o município espera receber visitantes do Vale do Jequitinhonha, da Bahia e São Paulo, muitos deles aproveitando os festejos para cumprir promessas e rever parentes e amigos.


O movimento começa às 18h, com a chegada da imagem de Nossa Senhora da Lapa. Ainda na entrada da cidade, sairá uma procissão em direção ao Santuário da Lapa. Ali, os fiéis vão rezar o terço e participar da celebração eucarística. Nos 10 dias seguintes, sempre às 18h, haverá o terço seguido de missa.


Dia 15, o principal da festa , haverá uma grande procissão, saindo do Santuário até a Matriz. Durante a procissão, muitos fiéis se sacrificam, andando de joelhos para pagar promessas. Normalmente, em todo pequeno município, a igreja principal é construída na parte alta do lugar. Mas, em Virgem da Lapa é diferente: o santuário foi construído na parte mais baixa da cidade, em frente à gruta onde teria sido encontrada a imagem de Nossa Senhora.


O Templo
De acordo com a professora aposentada Maria da Glória Oliveira, o templo foi erguido ali por causa de uma lenda, a qual dá conta de que antigos tentaram levar a imagem de Nossa Senhora da Lapa para a igreja matriz, na parte alta da cidade. No entanto, “eles levavam a imagem para a matriz num dia e no outro dia, ela estava de volta na gruta”.

Por essa razão, diz a lenda, os moradores resolveram construir a capela ali mesmo, junto da gruta. A igreja foi erguida em 1948, substituindo uma outra que existia no local. Maria da Glória guarda a chave do templo, sendo também responsável pela preservação do local. Na verdade, relata a zeladora, dentro do santuário, por questão de segurança, é mantida uma réplica, enquanto a imagem original é guardada na casa de um morador da cidade, cujo nome não é revelado. Ela conta que a devoção a Nossa Senhora da Lapa veio de seus ancestrais.

“Meus avós e minha mãe sempre rezaram muito. Eu nasci e cresci vivendo no meio da fé”, afirma. Com outros moradores, ela se prepara para hospedar muitas pessoas em sua casa durante a Festa de Nossa Senhora da Lapa. “Nesta época, costumo receber até 30 pessoas, entre parentes e amigos”, comenta.

A moradora recorda que, antigamente, como a cidade não dispunha de estrutura para hospedar tanta gente, os romeiros que chegavam a pé ou a cavalo erguiam barracas às margens do córrego São Domingos, que ainda não era poluído e fornecia água para o abastecimento da cidade. Muitos deles traziam mantimentos transportados em lombos de burros. A festa religiosa proporciona grande movimento comercial. Nos últimos dias das comemorações, a cidade é invadida por vendedores ambulantes, que oferecem mercadorias de todo tipo, de calçados e roupas a raízes e remédios milagrosos.

Junto com a parte religiosa, nos dias 13, 14 e 15, estão previstos shows artísticos e barraquinhas.

A lenda
Segundo relatos históricos, a peregrinação de romeiros a Virgem da Lapa começou ainda no princípio do século XVIII.

Por volta de 1728, um garimpeiro teria encontrado a imagem da santa às margens do córrego São Domingos. Mas, também existe uma lenda segundo a qual a imagem foi encontrada por um menino, que saiu para juntar burros, a mando de seu pai, um tropeiro. Depois, a criança teria perseguido um coelho, indo parar dentro de uma gruta iluminada, com altar natural.

Devido à movimentação dos fiéis, apareceu o núcleo urbano, com o primeiro nome de São Domingos do Araçuaí, que era distrito de Araçuaí. Em 27 de dezembro de 1949, o município conquistou a sua emancipação político-administrativa.

O religioso e profano juntos e misturados
A Festa de Agosto revive a fé e a paixão, mas também faz a alegria de comerciantes e ambulantes, principalmente na região da Baixinha. Os virgolapenses recebem mais de 20 mil visitantes de Araçuaí, Berilo, Coronel Murta, José Gonçalves de Minas, Chapada do Norte, Jenipapo de Minas, Itinga, Itaobim, Rubelita, Salinas, Medina e outras cidades do Vale do Jequitinhonha, além de muitos baianos, vendedores de utilidades domésticas, eletrônicos da China e Paraguai, e outras quinquilharias.

Há mais de 200 barracas de vendas de produtos os mais diversos.

Muita dança, canto, namoros, encontro de familiares e amigos.

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