“Primeiro, tentei em Itinga. Depois, mudei para Itaobim. Esperei um ano e meio e não consegui garantia de geração de energia”, explica Oliveira. Em Itaobim, a empresa chegou a gastar R$ 500 mil para a terraplenagem de um terreno cedido pelo município e a compra de três máquinas.
Diante dos obstáculos, o projeto foi abortado. “Vendemos duas máquinas e mandamos outra para a sede da Qualitá no Espírito Santo”, explica o gerente administrativo da Itinga, Airton Novais. Ainda tentaram fazer uma planta em Itinga, porém, não havia energia disponível na região para suprir o projeto.
Investimento de R$ 400 mil em linhas de transmissão nunca retornou
O empresário Evandro Sena foi um dos poucos que resolveram investir no beneficiamento de rochas ornamentais em Minas Gerais. No ramo há mais de duas décadas, o proprietário da Gransena inaugurou em Medina, no Vale do Jequitinhonha, uma planta que teve investimento em torno de R$ 25 milhões. “Se eu fosse pela maré, teria instalado no Espírito Santo”, diz ele, que quis ficar por ser da região.
Para conseguir energia, ele teve que custear parte da linha de transmissão com estação em Pedra Azul, na mesma região. Na parceria com a Cemig, a Gransena pagou R$ 406 mil. A obra, no entanto, não foi concluída, e a unidade acabou tendo que usar o fornecimento que já tinha. “Nem podemos expandir”, reclama.
Em julho, a Cemig justificou à Gransena que faltava licenciamento ambiental por parte do Instituto Estadual de Florestas.
A Secretaria de Desenvolvimento Econômico informou, sobre a energia, que a Cemig necessita de R$ 21 bilhões em investimentos. “Porém, seu maior acionista, o Estado, não tem condições financeiras para tanto”, concluiu.
Fonte: OTEMPO
A Barragem de Irapé foi construída no Rio Jequitinhonha, entre os municípios de Berilo e Grão Mogol, no Médio Jequitinhonha, nordeste de Minas, e colocada em funcionamento, em 2006, sendo administrada pela CEMIG.
A diretoria da Cemig poderia ser mais sincera. Quando foi construída a a Usina Hidrelétrica de Irapé a principal e mais potente Linha de Transmissão de energia não foi pelo Vale a dentro. Priorizou os grandes centros industriais, a começar por Mones Claros.
O consórcio construiu uma Linha de Transmissão da Barragem de Irapé até Montes Claros, numa extensão de 150 km, com uma tensão de 345 kV, num investimento de R$ 116,47 milhões. Segundo a própria ANEEL, para a "Integração da usina hidrelétrica de Irapé e de futuras hidrelétricas da região à Rede Básica do Sistema Interligado e transporte de 584 megawatts adicionais para a região nordeste de Minas".
Para o Vale a dentro, construiu uma Linha de Transmissão Irapé – Araçuaí 2, com tensão de 230 kV, bem menor e menos potente. O principal objetivo do empreendimento é escoar a energia produzida pela Usina Hidrelétrica de Irapé, com capacidade instalada de 360 MW, para o sistema elétrico interligado da empresa em Minas Gerais e, especificamente, para o Vale do Jequitinhonha e região Leste do Estado. A linha percorre cerca de 61 quilômetros pelos municípios de Grão Mogol, Berilo, Virgem da Lapa, Coronel Murta e Araçuaí, na região do Médio Jequitinhonha.
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