Escrito por Pedro Breier, Postado em Mídia, Pedro Breier
Por Pedro Breier
No dia 24 de janeiro último, dia da confirmação da condenação de Lula pelo TRF da 4ª Região,
o PT soltou uma nota na qual afirma que o engajamento político-partidário de setores do sistema
judicial foi orquestrado pela Rede Globo.
A Globo fez o cálculo político e concluiu que seria menos danoso para sua imagem responder a
nota do que fingir que não fora citada pelo partido de Lula.
William Bonner falou, em pleno Jornal Nacional, que a menção à Rede Globo na nota do PT
“merece apenas um comentário: ela é desrespeitosa, despropositada e fora da realidade”.
É emblemático que a Globo tenha achado por bem se defender da acusação – respeitosa até
demais, totalmente propositada e absolutamente verdadeira – do PT.
Sua estratégia sempre foi apresentar-se como imparcial, a imprensa livre que apenas noticia
os fatos, sem favorecer lado nenhum. Uma piada para quem tem o mínimo de consciência
política, mas não para milhões de brasileiros que emprestam credibilidade à vênus platinada.
Pois a Globo foi obrigada a entrar na arena política. A sua auto-defesa em rede nacional,
no seu principal jornal noticioso, é um momento histórico.
Veio então o carnaval e 0 furacão chamado Paraíso do Tuiuti.
A ala com os “manifestoches” e o vampirão neoliberal – acho que até agora ninguém na
Globo teve peito para dizer que se tratava do Temer – constrangeram espetacularmente
os narradores globais do desfile.
Depois da avalanche de textos, fotos, vídeos e menções ao desfile da escola e ao
constrangimento da Globo, a grande maestra do golpe foi obrigada a dar destaque para
o Paraíso do Tuiuti.
No Jornal Nacional, os “manifestoches” foram descritos como “uma sátira aos manifestantes
manipulados pelos poderosos”.
Não disseram, tentando esconder o que já ficou escancarado, que poderosos são esses.
Talvez uma família de sobrenome Marinho…
O fato é que a atuação política antidemocrática, antiética e, acima de tudo, antipovo da
Globo, está sendo desnudada, aos poucos mas espetacularmente, para um número cada
vez maior de pessoas.
Estamos presenciando o início da queda do império global.
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