Os jovens estudantes secundaristas da EFA apontam, de acordo com o Plano de Estudos, manifestações que ainda existem com certo vigor nas comunidades, e outras que, ao contrário, estão enfraquecendo ou já se extinguiram como as manifestações de pastorinhas, quadrilhas e brincadeiras infanto-juvenis.
Interessante notar que os jovens secundaristas, preocupados com as ameaças de extinção de algumas manifestações culturais, parecem motivados para resgatar as tradições, como é o caso do uso das plantas medicinais e as benzeções. Tal posição ficou evidente a partir de uma roda de conversa entre os universitários e os secundaristas da EFA que levaram amostras de plantas medicinais e discorreram sobre suas características.
Na continuidade das atividades, houve momentos, também, de conversas acerca do ato de "benzer" ou "rezar", como alguns ainda falam. Trata-se de um processo que pressupõe conexão espiritual por meio de orações e outros rituais, como com plantas, voltados para a cura. A benzeção está diretamente ligada a fé, independente da religião que a pessoa professe, e é comum na região do Vale Jequitinhonha, bem como em outros lugares do estado e até do país. Procurar a pessoa que reza para cuidar de um mal-estar, enfermidades, ou até mesmo quando se perde algo importante, é tradição na região que se recorra à benzeção. No ato de benzer em sim, os benzedores e benzedeiras usam sempre um objeto em suas mãos, seja ele um ramo de planta, uma fita, uma peça de ferro. Justificam que o objeto absorve a malignidade e favorece, assim, o equilíbrio do corpo e do espírito do benzido. Ainda, ao final do ritual, costuma-se recomendar chás e remédios alternativos, naturais, conservados em garrafas, homeopáticos ou fitoterápicos, sejam para beber ou passar no corpo. Assim, as plantas compõem o cenário destas práticas.
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