quarta-feira, 12 de dezembro de 2018

Aécio se destruiu, desde 2014, ao não aceitar a derrota eleitoral

Com carreira iniciada em 1987, quando iniciou seu primeiro mandato como deputado federal pelo estado de Minas Gerais, Aécio Neves teve um começo promissor na política. Neto de Tancredo Neves e comumente associado à imagem do avô, o mineiro despontou com uma das grandes lideranças políticas do país. Filiado ao PSDB, chegou ao governo de Minas em 2002, onde ficou até 2010, quando se tornou senador. 
Tudo indicava que Aécio Neves seria o próximo presidente da República, dada sua trajetória e a saturação natural dos anos de PT. Sua boa relação com Lula nos tempos áureos de respeito à democracia, deram a ele credenciais para uma articulação nacional minimamente qualificada. 
A derrota para Dilma Roussef em 2014, no entanto, modificou completamente a percepção política a respeito do senador. Aécio não aceitou a derrota e deu início á maior crise institucional que o Brasil já viveu. 
Em parceria com Eduardo Cunha (MDB), preso há quase dois anos pela Operação Lava Jato, Aécio partiu para um tudo ou nada no Congresso, fustigando a presidente eleita e articulando o que viria a ser o impeachment sem crime (ou: o golpe de 2016). 
Esse processo de vingança e sabotagem fez a imagem do ex-governador sofrer um desgaste inédito. Acusado de várias irregularidades, ele assou a ser também perseguido pela Operação Lava Jato, mas gozava de blindagem no STF (Supremo Tribunal Federal), sobretudo no gabinete do ministro Gilmar Mendes. 
Aécio Neves chegou a cumprir prisão domiciliar em função de ilegalidades cometidas no governo de Minas Gerais, ações que envolveram sua irmã, Andréa Neves, que chegou a ser presa pela Polícia Federal. 
Aécio, naquele momento entrou em depressão e os relatos foram de que o senador chorava muito e bebia, cumprindo sua prisão domiciliar em Brasília. 
A partir dali, foi um mergulho profundo na destruição da própria imagem. Eleito deputado federal nas últimas eleições em uma operação para manter o foro privilegiado, Aécio foi largamente rejeitado por toda a classe política de seu estado e pelo seu próprio partido, o PSDB. 
Com a operação de hoje, da Polícia Federal, em seu apartamento em Ipanema, na cidade do Rio de Janeiro, Aécio Neves deve iniciar uma nova fase, pior que as anteriores, defensiva e de prostração política. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário