quarta-feira, 11 de novembro de 2015

Engenheiro denuncia perigos provocados por carretas que transportam eucalipto

Em desabafo, engenheiro descreve riscos da viagem entre Ijicatu e Virgem da Lapa, no Vale do Jequitinhonha; e cobra providências das autoridades

Foto: arquivoEngenheiro denuncia perigos provocados por carretas que transportam eucalipto
Comboio de carretas que transportam eucalipto da região, provoca nuvens de poeira e riscos no tráfego


Foi a pior e mais arriscada viagem que fiz em toda minha vida. A quantidade de poeira, o estado precário da rodovia e o trafego intenso de carretas da Suzano Celulose, torna a estrada uma armadilha de perigos nos seus quarenta quilômetros de extensão.

Não imaginava que a estrada que sempre utilizei nas minhas constantes viagens de Belo Horizonte a Araçuai pudesse chegar a esse nível... Sem poder retornar corri risco de morte, pois a nuvem de poeira desprendida pelas carretas bitrem formam uma gigantesca cortina de poeira que torna tudo opaco e demora muito a dissipar.

Tive que parar algumas vezes na estrada sem acostamento, correndo risco de ser abalroado por trás. por outra carreta..

Jamais em toda minha vida vi um descaso de irresponsabilidade tão aviltante e depropositado..Pude perceber que praticamente não havia outros veículos pequenos transitando pela rodovia

.Mais tarde em Araçuai soube que muitos motoristas que precisam chegar a Diamantina tem evitado a rodovia que passa por Leliveldia.

Tem sido usado itinerário alternativo por Berilo, ou Jenipapo de Minas ou outros estradas de terra,  menos perigosa que a estrada que corta Lelivéldia.

.Assim pude perceber duas crueldades para com os usuários da via: Primeiro o risco a que estão expostos , e depois a exclusividade que está tendo a Suzano, pois praticamente somente as suas carretas utilizam a rodovia.:algo como a privatização ou dominio exclusivo.

Atuação da Suzano e Celulose tem sido alvo de protestos na região
Atuação da Suzano e Celulose tem sido alvo de protestos na região
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Estou perplexo, estupefato e indignado com as autoridades que nenhuma providência concreta apresentam para impedir esse vergonhoso e estúpido tráfego de carretas em rodovia não pavimentada.

 Pude depreender dos riscos a que estão sujeitos todos os usuários dessa via: Ou as autoridades estão omissas ou negligentes diante desse quadro. Ou se proíbe essa barbárie de permissão de tráfego de carretas bitrem em rodovias de terra ou muitos acidentes e prejuízos serão provocados. Assim, ou se interdita a via ou então orienta aos motoristas de carros pequenos a não a utilizarem.
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 Estou pasmo com o silêncio e inoperância dos nossos deputados majoritarios na região.

Mais do que um descaso com a população o que vi e os riscos que corri é um caso de Policia. Omissão ou conivência?o que está por trás dessa situação, que nada é feito para barrar essa barbárie?..

Durante o trajeto, muitas toras de madeira caem das carretas colocando em risco quem utiliza a estrada
Durante o trajeto, muitas toras de madeira caem das carretas colocando em risco quem utiliza a estrada

Trafegando pela rodovia é possível encontrar dezenas de toras de eucaliptos de grande porte lançadas na estrada e torna a viagem ainda mais perigosa.
São 41 km de estrada de terra vermelha entre o povoado de Ijicatu, passando por Lelivéldia até Virgem da Lapa.
O trecho é alvo de promessas de asfaltamento. Entra governo e sai governo e nada vem.


Engenheiro Josias Gomes Ribeiro, diretor do CREA e Sindicato dos Engenheiros de MG, é natural de Araçuai
Engenheiro Josias Gomes Ribeiro, diretor do CREA e Sindicato dos Engenheiros de MG, é natural de Araçuai
Engenheiro Josias Gomes Ribeiro
Diretor de Relaões Institucionais CREA-Conselho Regional de Engenharia de MG
Diretor do Sindicato dos Engenheiros de MG e Diretor da CUT- MG -Central Única dos Trabalhadores. 




Publicado na Gazeta de Araçuaí



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