quarta-feira, 12 de fevereiro de 2020

Servidores estaduais querem reajuste de 41,7% para todos, não só para policiais

Reajuste de 41,7% para policiais é alvo de polêmicas.

Parlamentares falam de privilégio em relação a outras categorias. Facebook Versão para impressão

Tratamento diferenciado que seria dado a servidores da segurança foi um dos pontos questionados na reunião
Tratamento diferenciado que seria dado a servidores da segurança foi um dos pontos questionados na reunião - Foto:Clarissa Barçante
Projeto de Lei (PL) 1.451/20, que prevê 41,7% de aumento para os vencimentos dos servidores da área de segurança pública, recebeu parecer pela legalidade da Comissão de Constituição e Justiça da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). Na reunião da manhã desta terça-feira (11/2/20), a proposta foi alvo de debates acalorados.
O texto, de autoria do governador Romeu Zema, prevê a recomposição inflacionária do período de 2015 a 2020, com pagamento em três parcelas: 13% em julho deste ano; 12% em setembro de 2021 e 12% em setembro de 2022.
Serão beneficiados servidores das Polícias Civil e Militar, dos bombeiros, dos agentes de Segurança Penitenciário e de Segurança Socioeducativo. Os reajustes também serão aplicados para aposentados e pensionistas que têm assegurados o direito de paridade com o pessoal da ativa.
O relator da proposta, deputado Bruno Engler (PSL), apresentou o substitutivo nº 1, que acolhe emenda enviada pelo governador. A mudança inclui carreiras administrativas da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública no rol das beneficiadas. Além dessa alteração, o novo texto faz apenas adequações da técnica legislativa.
O PL tramita em 1º turno e ainda será analisado pela Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária antes de ser apreciado em Plenário.
Servidores cobram inclusão da educação em reajustes
Parlamentares falam de tratamento diferenciado entre categorias
Outra crítica em relação ao PL partiu das deputadas Ana Paula Siqueira (Rede) e Beatriz Cerqueira (PT), que questionaram o tratamento diferenciado dos servidores de segurança pública em relação a outros grupos. Ambas citaram especificamente os professores, categoria que se fez presente na reunião reivindicando o pagamento do seu piso salarial, e marcando o primeiro dia da sua greve.
Os deputados Coronel Sandro (PSL) e Sargento Rodrigues (PTB) defenderam o PL e ressaltaram que o aumento de aproximadamente 40% previsto foi fruto de intensa negociação com o governador ao longo de 2019. 
A deputada Beatriz Cerqueira, porém, rebateu que outras categorias tentaram negociar com o governador ao longo do ano e não foram sequer recebidas.
“Muitos professores não receberam nenhum centavo do 13º salário de 2019 até hoje. O governador Romeu Zema já avisou que vai à Justiça questionar a constitucionalidade do piso salarial da categoria. O piso! Piso que não é pago para professores estaduais até hoje”, disse Beatriz Cerqueira ressaltando a diferença no tratamento do grupo em relação aos trabalhadores da segurança.
A deputada ainda ressaltou que o governador tem anunciado sua intenção de aderir ao Plano de Recuperação Fiscal do governo federal, o que proibirá aumentos salariais a todos os servidores públicos. “Não sou ingênua ou inocente a ponto de acreditar que depois da aprovação desse PL em tramitação, as outras categorias serão atendidas”, disse.
Ambas, Ana Paula Siqueira e Beatriz Cerqueira, anunciaram seu apoio ao reajuste dos trabalhadores da segurança pública, mas reforçaram que é necessário olhar também para outras categorias.

Emenda coletiva de 16 deputados propõe reajuste para todas as categorias

Nessa quarta, 12.02, o Bloco Democracia e Luta ( PT, PC do B, PSOL, PROS, PL, REDE) decidiu  apresentar uma Emenda ao Projeto de Lei, garantindo o reajuste a todo o funcionalismo público estadual, considerando os mesmos parâmetros de cálculos de atualização salarial adotados pelo Governo Zema.
Fonte: ALMG

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