Treze pessoas
são presas em operação contra exploração sexual de criança em Nanuque.
Vários tipos de homens abusavam da criança, com pagamento de R$ 20 a R$ 200.
Em 2017, o Disque 100, do Ministério dos Direitos Humanos, recebeu cerca de 1.900 notificações de abuso e violência sexual contra crianças e adolescentes, em Minas Gerais. Depois de São Paulo, é o estado com mais denúncias desse tipo de crime. No Brasil, o número de notificações de violência sexual contra crianças e adolescentes ultrapassa 20 mil.
O juiz Thales Flores Taipina, da Comarca de
Nanuque, decretou a prisão preventiva de 13 pessoas e expediu 15 mandados de
busca e apreensão. A ação pôs fim a três anos de exploração sexual de uma
adolescente de apenas 12 anos, naquele município. As medidas possibilitaram o
desencadeamento da Operação Pravus, que libertou a menina da exploração da
própria mãe.
De acordo com o inquérito, para identificar
todos os envolvidos, foram necessários dois meses de investigação sob a
coordenação do delegado Luiz Bernardo Rodrigues de Moraes Neto.
Os primeiros indícios da exploração surgiram a partir de
denúncia do Conselho Tutelar de Nanuque, que foi encaminhada à polícia.
A adolescente estava vivendo no Distrito de Vila Gabriel
Passo com um rapaz de 27 anos, que fornecia drogas à mãe da garota F.V.S.
Durante três anos, ela oferecia os favores
sexuais da filha em troca de pagamentos que variavam de R$ 20 a R$ 200, ou
mesmo em troca do fornecimento de drogas apenas. A própria mãe levava a filha à
casa dos abusadores, sob ameaça de morte. A menina registrou, de próprio punho,
todas as agressões sofridas no período e as suas angústias. As prisões foram
decretadas no último dia 10, e a Operação Pravus desencadeada no tarde da
última quarta-feira.
Risco à paz social
Em seu despacho, o juiz Thales Flores afirmou
que “a liberdade dos investigados representa evidente risco à ordem pública e à
paz social”. E prosseguiu: “Cuida-se de convicção que decorre da clara
indiferença de todos para com o sistema de Justiça, determinada pela realização
e reiteração das condutas delitivas mesmo diante da notoriedade do caso na
comunidade local, o que evidencia, por sua vez, a probabilidade de ulteriores e
semelhantes condutas contra vítimas diferentes, fomentada em caso de eventual
silêncio do Estado”.
O
nome da operação policial, Pravus, deriva do latim e significa “agir
injustamente .
De acordo com o delegado Luiz Bernardo Rodrigues Moraes
Neto, as investigações começaram há cerca de dois meses depois que o Conselho
Tutelar recebeu uma denúncia anônima de que a menina era explorada sexualmente
no Distrito de Vila Gabriel Passos.
“Após confirmar a denúncia, o Conselho Tutelar registrou
boletim de ocorrência e eu instarei um inquérito para apurar o caso. Desde
então a vítima foi acolhida em abrigo e vem sendo acompanhada. Ela colaborou
com as investigações, identificando os suspeitos, dando relatos pormenorizados
que contribuíram para prender esses indivíduos”, revela o delegado.
Ainda segundo o delegado, a vítima foi abusada dos nove
aos doze anos e era explorada sexualmente pela própria mãe em troca de dinheiro
ou drogas. O perfil dos abusadores é variado.
Exploração sexual por vários tipos de homens
“O distrito é uma localidade de difícil acesso, de
pobreza acentuada. Essa jovem se deitou com os mais diferentes tipos de homens,
de condições elevadas, de condições financeiras paupérrimas, idosos, jovens,
deficientes, cadeirantes, traficantes. Todo tipo de maldade essa jovem era
submetida. Então disponibilizar que aquelas pessoas fossem punidas, aquilo me
deu um incentivo. Nós da Polícia Civil conseguimos devolver um pouco da paz de
espírito daquela criança”, afirma o delegado.
A mãe da vítima responderá pelo crime de exploração
sexual de menor de idade, com pena de quatro a dez anos de prisão. Já os homens presos
responderão por se aproveitar de menor de idade que está sendo abusada.
A ação policial resultou na prisão em flagrante
de dois homens, além de indiciamento de outros, todos com idades entre 30 e 50
anos. Com eles, a Polícia apreendeu drogas e gasolina.
Fonte: G1, Jornal do Vale-Nanuque, OTEMPO, HojeEmDia, Rádio Teófilo Otoni.
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