Busca durou cerca de 20 anos
Foto: divulgação
O comerciante ladeado pelos pais, Wilson e Elcina Chaves
O comerciante Claúdio Soares Costa, de 63 anos, já não tinha esperança de rever a família. Depois de 53 anos, ele reencontrou em Araçuai, no Vale do Jequitinhonha (MG)os pais Wilson Rodrigues Chaves, 88 anos e a mãe, Maria Elcina Soares da Costa, de 83, além dos outros 6 irmãos que não conhecia.
O distanciamento foi uma consequência da separação do comerciante, que foi morar com o avô materno, na cidade do Lufa, quando ainda era criança. Depois, mudou-se para Ataléia, no Vale do Mucuri e aos 17 anos, foi morar em Londrina, no Paraná, quando se distanciou por completo da família.
Há 20 anos, uma filha do comerciante, começou a procurar pelos avós e tios, ao ver a tristeza do pai em não ter mais contato com a família. “Eu via o semblante no meu pai e a desesperança dele de encontrar meus avós vivos. Prometi que daria esse presente a ele”, disse Claudinéia Soares Costa, de 29
Nas primeiras tentativas, Claudinéia não teve sucesso.” Liguei para diversas casas comerciais de Governador Valadares, Teófilo Otoni e Lufa, mas nem imaginava que pudesse ter familiares em Araçuai” destacou Claudinéia.
A procura só ganhou força quando ela conheceu uma funcionária de um cartório em Varginha, no sul de Minas, onde Claudinéia trabalha em uma padaria.
“Ela me orientou a ligar para um cartório em Novo Cruzeiro, onde meu pai havia sido registrado pela segunda vez, após o avô dele rasgar a certidão original de nascimento, mas não consegui nenhuma informação. Foi então que meu pai informou que havia sido registrado primeiro em Araçuai mas no cartório da cidade, não foi possível localizar familiares, já que ele tinha apenas o sobrenome do meu bisavô materno. Então eu falei o nome dos meus avós paternos e um funcionário informou que sabia quem eram eles. Isso foi no dia 18 de dezembro de 2017.O funcionário conseguiu o telefone de uma irmã do meu pai. Entrei em contato com ela. Foi muito emocionante descobrir que meus avós paternos e tios estavam vivos”, relembrou.
“Quando falei para meu pai que eu tinha encontrado a família dele, ele quase não acreditou”, lembrou Claudinéia.
O reencontro foi marcado para o inicio desse ano e tudo aconteceu em clima de emoção, alegria, festa e comemoração realizada na casa dos pais de Cláudio, dia 13 de janeiro, em Araçuai.
Uma faixa foi estendida no muro do quintal da casa, para saudar a chegada do filho. O momento reuniu parte da família em uma confraternização.
“Eu nem esperava mais reencontrar meus filho. Foi o maior presente do mundo que já ganhei”, desabafou Wilson Chaves.
“Eu sentia falta dele nas datas comemorativas, mas nunca perdi a esperança de reencontrá-lo”, ressaltou a mãe Maria Elcina.
O comerciante permanece ao lado dos pais, desde que chegou. A filha dele, o genro e uma neta, retornaram para Varginha, “ Vou trazer a família toda, para conhecer os 27 netos, os 31 bisnetos dos meus pais, além dos meus sobrinhos”, garante o comerciante; proprietário de um bar em Córrego do Ouro, distrito de Varginha, no sul de Minas.
Sérgio Vasconcelos
Repórter
Nenhum comentário:
Postar um comentário