Intervenções foram realizadas nas comunidades de Espinho e do Engenho
da Bilia, em 28 propriedades, para 50 famílias e beneficiando cerca de 440
pequenos agricultores
A pequena agricultora e líder da comunidade quilombola de Espinho, na cidade de Gouveia, região do Alto Jequitinhonha, em Minas Gerais, dona Joelita da Silva, ficou emocionada ao participar da cerimônia de entrega das obras de revitalização das Sub-bacias Hidrográficas do Rio São Francisco.
Ela que é moradora da comunidade há mais de 60 anos, além de cultivar pequenas hortas, mandioca e ainda fazer rapadura, também produz artesanato junto com centenas de outros moradores. “Aqui a gente faz artesanato como balaios, cestas, banquinhos e vende nas feiras que tem por perto”, conta.
Dona Joelita também falou da importância que é a entrega das obras. “Essas bacias que fizeram aqui são muito boas pra nós. Com estas obras a gente tem certeza que, com a chuva que vem, as bacias vão acumular muita água da enxurrada e entrar por baixo da terra e a terra fica boa para plantar e as nascentes, que estavam entupidas, vão fluir de novo”, diz.
Em Gouveia foram investidos um total de R$ 144.214,25, com a construção de 200 barraginhas, 4,65 quilômetros de terraços e 6,48 quilômetros de estradas vicinais adequadas.
As obras foram realizadas nas comunidades de Espinho e do Engenho da Bilia, em 28 propriedades, para 50 famílias e beneficiando cerca de 440 pequenos agricultores.
Durante a cerimônia de entrega, o secretário de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais, Pedro Leitão, destacou a relevância das obras.
“Tudo que estiver ao nosso alcance vamos fazer. Já entregamos obras em outras cidades e vamos entregar mais. Estou extremamente feliz de estar em Gouveia e comemorar este avanço, e mais, poder encontrar estes agricultores que se deslocaram das suas comunidades até aqui. Em especial, poder ver a emoção de dona Joelita, que tem a certeza que as obras vão ajudar muito durante o período de seca, melhorando sua produção e renda”, afirmou o secretário.
“Com a retomada das obras, com estes parceiros que têm trabalhado muito para que seja realizada esta terceira etapa, vamos avançar muito mais. Os resultados já são excelentes e isso faz a Codevasf acreditar mais em seus parceiros, que são a Seapa e a Emater-MG junto com as prefeituras”, disse a presidente da Codevasf, Kênia Marcelino.
Já o prefeito de Gouveia, Toninho da Mercearia, enfatizou que a obra é um avanço para cidade. “Nós estávamos esperando por estas obras há muito tempo. Graças a estas parcerias, elas chegaram em boa hora e a captação das águas das chuvas pelas bacias e curvas de níveis vão contribuir muito para a comunidades do Espinho e Bilia”, comentou.
A cerimônia contou com a presença de agricultores, pequenos produtores rurais, líderes comunitários, prefeitos e técnicos da Emater, IMA, além do secretário de Estado de Saúde, Sávio Souza Cruz, do secretário de Estado de Desenvolvimento e Integração do Norte e Nordeste de Minas Gerais, Nondas Miranda, do subsecretário de Desenvolvimento Rural Sustentável da Agricultura, Viriato Mascarenhas e do deputado federal Mauro Lopes.
Na oportunidade, o superintendente da Seapa, Rodrigo Carvalho Fernandes, traçou um perfil de todo o projeto desde sua concepção até a terceira etapa.
Projeto
O Projeto de Revitalização de Sub-bacias Hidrográficas do Rio São Francisco é resultado da parceria entre a Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), tendo como interveniente a Emater-MG, e o Ministério da Integração Nacional, por meio da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e Parnaíba (Codevasf).
O projeto tem como objeto a construção de 53.784 bacias de captação de água de chuva e de 3.451 quilômetros de terraços. Também vai realizar adequação de 471 quilômetros de estradas com enfoque ambiental, além da proteção de 1.123 nascentes e de 1.028 quilômetros matas de topo de e ciliares.
Nas etapas anteriores foram contemplados 74 municípios, com a construção de 20.250 bacias de captação de água de enxurradas, 1.368 quilômetros de terraços, mais adequação de 165 quilômetros de estradas e a proteção de 1.469 nascentes e 478 quilômetros de matas de topo e ciliares, com um aporte financeiro de aproximadamente R$ 17,5 milhões.
Atualmente o projeto encontra-se em sua terceira etapa, com obras iniciadas em abril deste ano, sendo que já foram finalizadas ações em seis municípios: São Joaquim de Bicas, Diamantina, Gouveia, Florestal, Piedade dos Gerais e São José da Varginha, com um investimento total de R$ 364.551,82, a construção de 908 bacias de captação, 32 quilômetros de terraços e 12 quilômetros de estradas vicinais adequadas.
Fonte: Agência Minas
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