Projeto inédito de táxi aéreo vai interligar 12 municípios com a capital mineira
O Pirma usará aviões monotores Cessna Grand Caravan 208 B, com baixo custo operacional, para interligar os territórios mineiros (Foto: Divulgação/Codemig/Agência Minas)
O Governo do Estado, por meio da Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig) e da Secretaria de Estado de Transportes e Obras Públicas (Setop), está iniciando a implementação o Projeto de Integração Regional de Minas Gerais – Modal Aéreo (Pirma).
A partir da segunda quinzena de agosto os 12 municípios da primeira fase do projeto – Curvelo, Diamantina, Divinópolis, Juiz de Fora, Muriaé, Patos de Minas, Ponte Nova, São João del-Rei, Teófilo Otoni, Ubá, Varginha e Viçosa – passarão a contar com voos fretados para Belo Horizonte.
Diamantina terá 3 vôos semanais, saindo de Belo Horizonte, na segunda-feira, às 15:00 horas; na quarta-feira, 14:20 horas e na sexta-feira, às 8:44 horas.
Teófilo Otoni terá 4 vôos semanais. Na segunda, 09:11 horas; na terça, 15:30 horas; na quinta, 15:30 horas e na sexta às 13:30 horas.
Essa iniciativa inédita responde às diretrizes estratégicas do plano de governo de levar ações de desenvolvimento econômico aos diversos territórios de Minas Gerais.
Para tornar viável a interligação aérea do interior com Belo Horizonte, a Codemig realizou pesquisa de mercado ouvindo 2.100 pessoas em 31 municípios, verificou a aceitação do emprego de aviões monomotores de baixo custo operacional e assumiu o risco econômico do empreendimento, afretando aeronaves para o transporte não regular de passageiros e cargas.
A vencedora da licitação pública na modalidade de Ata de Registro de Preços foi a empresa Two Taxi Aéreo Ltda., que opera desde 2001 aviões Cessna Grand Caravan 208 B, homologados atualmente pela Anac para o transporte de nove passageiros.
Para a venda dos assentos de cada voo, a Codemig licitou a operação de e-commerce. Os vouchers poderão ser adquiridos por meio de aplicativos para tablets e smartphones ou pelo sitewww.voeminasgerais.com.br.
Na primeira fase do Pirma serão 60 voos semanais ligando o interior à capital. Cada voo cobrirá em média 200 km, terá duração de 40 minutos e custará cerca de R$ 300,00 por passageiro.
As rotas e frequências dos voos foram definidas preferencialmente para cidades não atendidas pela aviação regular, tomando-se como referência a demanda de passageiros em função do preço do voucher.
Em uma segunda etapa, confirmada a sustentabilidade técnica e econômica do projeto, serão incluídas novas localidades, além de aumentada a frequência dos voos.
O presidente da Codemig, Marco Antônio Castello Branco, destaca o papel de fomento da economia através do modal aéreo. “Nosso objetivo não é competir com a aviação comercial tradicional, mas criar um modelo sólido e viável para complementá-la, usando empresas privadas e a infraestrutura aeroportuária já instalada”, diz.
“Tenho a esperança de que, conectando uma oferta de transporte aéreo eficiente e de baixo custo a uma demanda de passageiros ansiosa para ter acesso ao serviço, o Pirma alcançará uma operação sustentável, com pouco ou nenhum subsídio econômico da Codemig. Ao encurtar distâncias, o transporte aéreo estimula negócios e dinamiza a economia de toda uma região. A aviação é sempre um fator de transformação de pessoas e de territórios”, afirma Marco Antônio Castello Branco.
Segundo o secretário de Estado de Turismo de Minas Gerais, Ricardo Faria, o Pirma é de extrema importância para o incremento das atrações turísticas de Minas Gerais.
“Acreditamos que essa iniciativa da Codemig irá fomentar o turismo em Minas Gerais, principalmente nas áreas de negócios e lazer. Os turistas serão beneficiados com ampla facilidade de mobilidade e, consequentemente, pelo intercâmbio entre as regiões. Além disso, haverá crescimento considerável na receita ligada diretamente ao turismo”, ressalta Faria.
O projeto
O projeto visa fomentar os negócios regionais, desenvolver o turismo e facilitar o deslocamento de moradores do interior a Belo Horizonte, permitindo que tenham acesso rápido a eventos e serviços disponíveis na capital.
Para Minas Gerais, que possui uma área total de quase 600 mil quilômetros quadrados, o investimento na regionalização por meio do transporte aéreo é estratégico e indispensável para atender à meta de redução das desigualdades nos 17 territórios de desenvolvimento criados pelo Governo do Estado.
Segundo o secretário de Estado de Transportes e Obras Públicas, Murilo Valadares, o incremento de investimentos na infraestrutura dos Aeroportos Regionais, tanto em instalações físicas quanto em equipamentos, é necessário e requer ações imediatas.
“A alavancagem de investimentos em infraestrutura é fundamental para que o Estado de Minas Gerais que, há mais de uma década permanece estagnado em sua participação na composição do Produto Interno Brasileiro (PIB), volte a crescer, fixando empresas e mão-de-obra qualificada. Isso passa, dentre outras medidas necessárias, pela reestruturação da rede de aviação regional, com expansão da oferta de transporte”, afirma Valadares.
Aeroportos
Segundo informações da Agência Nacional de Aviação Civil, Minas Gerais conta atualmente com 121 aeródromos privados e 86 públicos. A administração, manutenção e exploração dos aeródromos públicos são atribuições da União.
Porém, a Setop vem trabalhando em processos de delegação União–Estado, possibilitando investimentos do Governo Estadual em reformas e melhorias, e posterior delegação aos municípios ou empresas, para operação e manutenção.
Esse é o caso do Aeroporto do Vale do Aço. Após a assinatura de um convênio de delegação da União para o Estado, o aeroporto está em processo licitatório para concessão, no mesmo modelo adotado para o Aeroporto Regional da Zona da Mata.
Cidades atendidas
Horários
Valores
Fonte: Agência Minas com
Um comentário:
Interessante. Este é o segundo projeto apresentado pelo governo do estado nos últimos meses para incentivar as ligações entre a Pampulha e as cidades pequenas e médias. Semana passada, marcou o encerramento de atividades da empresa aérea regional Flyways, operadora de turboélice de 70 lugares, tida e anunciada oficialmente com a empresa que iria ligar muitas cidades mineiras a preços competitivos com o aeroporto central da Pampulha. A atividade durou apenas 7 meses. Muito me estranha o silêncio do governo estadual quando os projetos aeroviários apresentados pelo mesmo fracassam e os cidadãos ficam sem nenhuma explicação oficial também. Parece que há falta de estudo preliminares, projetos irrealistas e conhecimento de toda a dificuldade operacional/infraestrutura do setor pelos planejadores estaduais. Nos últimos 7 anos, o modal aéreo brasileiro viu o encerramento e falência de 5 empresas aéreas regionais operadoras de aeronaves de 9 lugares. Quanto menor a aeronave mais cara torna-se o transporte porque seus custos são rateados por somente 9 passageiros como o exemplo acima. Mas desejo grande sucesso aos novos empreendedores. Saudações,
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