sexta-feira, 11 de março de 2016

Foto manjada de monstro na internet revive lenda do Bicho de Pedra Azul

Lobisomem mineiro teria sido flagrado por câmera de segurança.

Foto: divulgaçãoFoto manjada de monstro na internet revive lenda do Bicho de Pedra Azul
Câmeras teriam flagrado transformação de assombração em Minas mas, imagem já foi usada em várias partes do país, para falar sobre o tema
O Bicho de Pedra Azul – uma espécie de lobisomem do sertão mineiro, que faz parte da imaginação dos moradores da região do Vale Jequitinhonha desde o século XIX – voltou a tomar conta das rodas de conversa nos últimos dias.

Geralmente contada de geração em geração, dessa vez a internet foi responsável por espalhar a história da assombração.
 Na última semana, uma imagem que seria de uma câmera de segurança do município de Jequitinhonha, a cerca de 680 km da capital, mostrando um homem se transformando em um animal começou a circular no WhatsApp, revivendo a história secular.
 Conforme reza a lenda, a criatura, que também é conhecida como Bicho de Fortaleza (antigo nome de Pedra Azul, cidade da mesma região) e da Carneira, seria Joaquim Antunes de Oliveira, político e fazendeiro morto por volta de 1900. “Diz que ele batia na mãe com o chicote, que rogou uma praga e ele fica assombrando. Mas não faz nada com ninguém, só precisa comer muito, mata uns gados. Meu pai é parente de sangue dele. Ninguém da família gosta de falar nisso”, contou uma jovem, que preferiu não ser identificada.
 A reportagem  ouviu várias gerações de moradores da cidade, que tem pouco mais de 25 mil moradores, sendo que a maioria conhece alguém que já viu o monstro. “Ele se transforma em cachorro, cavalo, mula e aparece sempre no entardecer ou de noite. Minha avó cansou de contar que viu ele, mas na forma de uma cachorrão branco. Passou por ela em uma ponte e, quando olhou para trás, não tinha nada. Aqui e em Pedra Azul, todo mundo acredita”, disse um homem de 30 anos.
 Apesar de boa parte da população da região ter histórias sobre o bicho, dona Vilma, 83, não acredita. “Há 20 anos não ouvia falar. Nem lembro o que diziam, mas acho que é coisa para botar medo em criança, forçar a dormir ou comer. Sou evangélica, não acredito nisso”. 
A história já faz parte do folclore da cidade de Pedra Azul
A história já faz parte do folclore da cidade de Pedra Azul

 Versões
 MitoSegundo moradores, o monstro também aparece em festas como um homem bonito que pede comida para centenas de pessoas, come tudo sozinho e deixa a conta para os presentes.
 Criatura deve entrar em levantamento
 Embora muitos considerem a história mera invenção, o Bicho de Pedra Azul deverá ser estudado pela Associação dos Caçadores de Assombração de Mariana (ACAM), que já fez até caçadas pelo Caboclo D'água, monstro que ganhou uma estátua na cidade de Barra Longa, na região Central do Estado.
 “São testemunhos da população, então são válidos. Nosso presidente está fazendo um levantamento para calcular a densidade demográfica das assombrações em Minas e, com certeza, o Bicho de Pedra Azul entrará”, adiantou Leandro Henrique dos Santos, 40, um dos criadores da associação.
 Imagem manjada
 Diversos jornais e blogs usaram a mesma imagem que ilustra esta reportagem para noticiar o aparecimento de lobisomem em várias cidades do país.
 Em 1º de agosto de 2015, o jornal Correio Braziliense utilizou a mesma imagem para informar sobre um suposto aparecimento da criatura mítica em Ceilândia (DF).
 A reportagem de programa de TV foi à cidade para tentar descobrir se o bicho teria sido fotografado lá, mas ninguém soube dizer nada, levando a crer que se tratava de um boato espalhado nas redes sociais.
Outros sites já afirmaram que a foto havia sido registrada em Franca ou em Botucatu (SP), em Campo Grande (MS), em Ponta Grossa (PR) ou em diversas outras cidades da Bahia e de Sergipe.
 No entanto, as primeiras postagens feitas com essa imagem afirmavam que o bicho teria sido fotografado na cidade paulista de Barra Bonita (SP).
 O site São Carlos em Rede divulgou no dia 30 de julho de 2015 que a foto foi registrada na Avenida Pedro Ometto, na altura do número 1562, na cidade do interior paulista.
Fonte: O TEMPO

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