quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

Deputado Jean Freire apresenta projeto de lei para preservar os ecossistemas o incentivar ecoturismo no Baixo Jequitinhonha


Veja os motivos que levaram o Dr. Jean Freire a colocar um projeto de lei na Assembleia Legislativa de Minas Gerais criando o Parque Estadual da Pedra Misteriosa:

1) Trata-se de importantíssimo monumento geológico e cênico do Vale do Jequitinhonha e do nordeste de Minas Gerais, caracterizado por uma das maiores concentrações do país de montanhas com a forma peculiar de "pães de açúcar" gigantescos, A presença de mais de 150 montanhas enormes, nos cerca de 18 mil hectares incluídos neste projeto de lei, tem o condão de atribuir ao lugar um destaque nacional. Montanhas como a Pedra Misteriosa, sim bolo de Jacinto, e as icônicas Pedras Parda e do Salão, em Rubim, são formações famosíssimas no tocante ao montanhismo nacional, e se constituem em uma das mais dramáticas paisagens de montanha do Estado. É imperioso, portanto, colocá-las a salvo da lavra de granito ornamental, que já descaracterizou irreversivelmente paisagens de igual importância no vizinho Estado do Espírito Santo e que já se faz presente nos Vales do Jequitinhonha e do Buranhém.

2) A área prevista para o parque é considerada um importante ecótono, resultante da transição entre três biomas: mata atlântica, cerrado e caatinga. Essa particularidade confere ao lugar um elevado índice de biodiversidade. Os setores com mata atlântica são especialmente importantes. pois abrigam espécies vegetais praticamente extintas da região, como o jacarandá caviúna, árvore que produz uma das madeiras mais lindas do Brasil e que. por isso. foi explorada à quase exaustão no passado.

3) Da mesma forma, o Parque Estadual da Pedra Misteriosa será responsável peja preservação de inúmeras espécies raras e ameaçadas da fauna nativa. A área possui uma paisagem rochosa com ocupação humana extremamente rarefeita, criatórios de gado desprezíveis e pouco econômicos e, em contrapartida, oferece inúmeros esconderijos entre as montanhas, que funcionam como refúgio da fauna em meio a um entorno muito degradado pela pecuária extensiva e pela caça. Já foram detectadas no local diversas espécies ameaçadas, tais como a onça pintada, o muriqui (o maior primata das Américas. em situação critica), porcos do mato e antas. dentre outros.

4) Os serviços ambientais prestados pela área proposta para inclusão no parque são importantíssimos para as populações humanas ao redor, especialmente o fornecimento de água, fator cada vez mais critico nos dias atuais. A conservação de importantes mananciais hídricos em meio a uma região incluída no semiárido mineiro, tais como os Rios Jacinto e Rubim de Pedras, e mesmo o aumento de sua vazão com a paulatina recuperação das áreas hoje degradadas. é um fator determinante para que se apoie a criação do Parque Estadual da Pedra Misteriosa. Hoje em dia, os cursos d'água vêm sofrendo com o desmatamento e os incêndios florestais, que são uma constante na região e muitas vezes se apresentam de difícil combate devido à dificuldade de acesso inerente às paisagens montanhosas como aquelas.

5) As montanhas do parque abrigam inúmeros sítios arqueológicos, muitos deles com pinturas rupestres. O destaque fica por conta do sitio arqueológico da Pedra do Salão, tradicional lugar de caminhadas em Rubim e que vem sofrendo depredações devido à visitação desordenada, algo que pode e deve ser coibido pelo IEF. órgão que será responsável pela administração do parque.

6) A implantação do Parque Estadual da Pedra Misteriosa irá impulsionar o turismo no Vale do Jequitinhonha de forma muito expressiva. O vale, uma das regiões mais pobres de Minas Gerais, terá, ali, um forte incentivo ao desenvolvimento da hotelaria, de restaurantes, do turismo ecológico, dos esportes de aventura. das atividades científicas, do comércio, do artesanato e das comidas típicas, das pequenas indústrias e de uma série de outras atividades fomentadas pela criação desta relevante unidade de conservação, a exemplo do que já acontece com o Parque Estadual de Ibitipoca, mais ao sul de Minas Gerais. Hoje em dia, a área do parque é praticamente desabitada, e os proprietários desprezam grande parte de seus setores em função da grande superfície rochosa sem uso e das inúmeras armadilhas para o gado que representam as fendas na rocha, os abismos e outros detalhes no relevo, que provocam a perda de muitas cabeças de gado por ano. Em suma, o que se propõe com a criação do Parque Estadual da Pedra Misteriosa é a substituição de uma atividade econômica predatória, tal como é lá praticada, de baixíssimo retorno econômico e que emprega muito pouco (um único vaqueiro é capaz, às vezes, de cuidar de uma grande fazenda, por outra atividade capaz de gerar não apenas muito mais e melhores empregos, mas, também, de oferecer variadas oportunidades para pequenos negócios locais ¬sem falar no staff do próprio parque, por menor que seja.

7) Baixo custo de desapropriação da área do parque devido ao uso e ocupação do solo incipientes e restritos. A presença de muita rocha no terreno prejudica sobremaneira o desenvolvimento de pecuária extensiva. praticamente a única atividade da região, e da mesma forma impede a agricultura. Além disso, existem na área do parque pouquíssimas benfeitorias, e a maioria delas é de baixo padrão edilício.

8) A área do parque é considerada um dos melhores centros de escalada em rocha do pais e objeto de diversas expedições de montanhistas do Brasil inteiro desde o ano 2000 carecendo apenas de maior divulgação - o que sempre acontece quando um novo parque nacional ou estadual é instituído. Diversas reportagens já foram escritas sobre o local em publicações relacionadas ao montanhismo, e hoje o parque é carinhosamente chamado de "Yosemite Brasileiro" em alusão ao mais famoso parque de escaladas dos EUA, na Califórnia. Além disso, são inúmeras as possibilidades de caminhadas de todos os níveis de dificuldade em muitas de suas montanhas, uma atividade complementar à escalada e que tem potencial de atrair um número muito maior de visitantes - ainda mais sem a obrigatoriedade da contratação compulsória de um guia ou monitor, como propõe o projeto de lei. Por fim, há ali bons locais para o voe livre, especialmente na modalidade parapente.

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