quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

Eleições municipais esquentam clima político no Vale do Jequitinhonha

As eleições municipais de 2016 movimentam, desde o ano passado, as principais lideranças políticas locais de cada município no Vale do Jequitinhonha e Mucuri, no nordeste de Minas.

O quadro vem se desenhando com o surgimento de candidaturas que se articulam em grupos de discussão, articulação e organização da aliança partidária.

Os candidatos de oposição se animam devido à baixa avaliação dos gestores atuais, que passam apertado com poucas obras e serviços, devido à crise geral que gera baixa arrecadação dos impostos estaduais e federais, com escassos repasses do ICMS e FPM – Fundo de Participação dos Municípios. Convênios são raros com os governos estadual ou federal. E arrecadação própria, praticamente inexiste. Muitos prefeitos tiveram que realizar demissões de contratados o que leva à perda de apoio de grupos, lideranças ou famílias inteiras.

Veja o quadro político-eleitoral de alguns municípios do Vale do Jequitinhonha:

Almenara já possui três candidatos a prefeito
Grupos tradicionais de Manoel Francisco e Carlos Novaes lançam suas esposas.
Ademir Gobira, da CEMIG, articula candidatura de terceira via.

Prefeita Fabiany Ferraz se articula com o ex-prefeito Carlos Novaes para lançar candidaturas de Sônia Novaes e Magno.
Ex-prefeito Carlos Novaes está inelegível e quer sua mulher Sônia Novaes como prefeita.

Há vários candidatos a prefeito até o momento. O município viveu turbulências políticas ao vivenciar cassações de prefeitos.
Dois médicos e ex-prefeitos, Carlos Novaes e Manoel Francisco,  estão inelegíveis. Para garantir o poder pra suas famílias, articulam candidaturas de suas esposas.


Gercira Gomes Cardoso é apoiada pelo ex-prefeito Manoel Francisco.

O grupo do Manoel Francisco movimenta com o PMDB. Como ele está impedido de candidatar-se, lançou sua mulher, Gercira, a prefeita, que ficou em 2º lugar, em 2012, com 5.777 votos. Ele tenta atrair Peca como vice que foi candidato pelo PSC, em 2012, tendo obtido 3.057 votos. O grupo tem o apoio do deputado estadual e atual Secretário de Desenvolvimento Regional e Urbano, Tadeuzim Martins.

Outra candidatura comentada é a do grupo do ex-prefeito Carlos Novaes. Ele procura se juntar à prefeita Fabiany Ferraz, do PSDB, para lançar a mulher Sônia Novaes junto com o comerciante Hamilton Magno, filho do ex-prefeito Roberto Magno. Fala-se em Hamilton prefeito e Sônia vice.


Ademir Gobira, da Cemig, é um dos candidatos. Ele procura articular uma terceira via. Filiado ao PSD, costura aliança com o PT, PC do B, PROS e mais dois pequenos partidos. Ademir tenta rearticular o grupo de apoio ao médico-psiquiatra, Julio Mares,falecido em novembro de 2013, que obteve 4.198 votos, em 2012. Ademir tem o apoio dos deputados estaduais Jean Freire e Rogério Correa; e federais Reginaldo Lopes e Zé Silva.

Ademir lançou uma mensagem à população se colocando como candidato alternativo, com propostas de renovação.
Ele postou nas redes sociais uma Carta ao Povo de Almenara,  falando sobre suas pretensões como candidato a prefeito.

Araçuaí: Petista Armando Paixão tenta reeleição. 
Movimento dos comerciantes quer candidatura alternativa.
Oposição conta com o ex-prefeito Aécio Jardim, do PMDB.


Os médicos Armando Paixão e Rita Capdeville, prefeito e vice, podem repetir chapa nas eleições em Araçuaí.

O PT administra o município pela quarta vez, tendo sido 3 vezes consecutiva, de 1997 a 2008, com Cacá e Zé Antônio. Aécio Jardim, do PDT, ganhou em 2008, mas o PT recuperou o Executivo, em 2012, com o médico Armando Paixão. Ele é candidato à reeleição, tendo sua colega médica Rita, como vice. Ou seja, repete a chapa. Em 2012, Armando teve 9.197 votos contra 8.820 votos dados ao então prefeito Aécio Jardim. A diferença foi de apenas 377 votos, ou 2,10% do total, a vitória mais apertada na história política de Araçuaí.
Neste 28 de fevereiro, o PT local convida filiados e simpatizantes para discutir as eleições municipais.

Um grupo de empresários puxa a proposta de uma terceira via, com a candidatura de um dos seus componentes. Os nomes mais citados como possíveis candidatos são os de Tadeu, aposentado da Cemig e gerente dos Postos Resende; Joaquim da Asaleste e Dida, Oficial de Justiça e comerciante. Os partidos deste grupo são o PSB e o PC do B. Este grupo sempre foi apoiador das candidaturas do PT. Se sair candidato, favorece a candidatura do médico Aécio Jardim.

Aécio Jardim, ex-prefeito de Araçuaí, quer retornar ao comando do Executivo municipal.

O ex-prefeito Aécio Jardim ( 2007-2012), filiou-se ao PMDB, e se oferece como o candidato capaz de apear o PT do poder. Ele se articula com o grupo anti-PT e de insatisfeitos com a atual administração.

Itamarandiba pode ter três ex-prefeitos na disputa eleitoral.
PT se une e lança Lete Monteiro, com Márcio Gomes como vice.
Ex-prefeito Afonso Gandra é candidato. Erildo pode desistir.
Tom Costa, do PSB, garante que se candidata. 

Erildo Gomes pode não se candidatar à reeleição.
A situação eleitoral em Itamarandiba estava embaralhada, mas começa a cristalizar as candidaturas. Os três grupos políticos que vêm se revezando no poder há 20 anos definem suas candidaturas próprias. Pode acontecer a candidatura de três ex-prefeitos, nas eleições de 2016.
Afonso Gandra já administrou Itamarandiba por três vezes.

O atual prefeito Erildo Gomes, do PSDB, apoiado pelo ex-prefeito Afonso Gandra, não tem apoio do seu grupo político. 
O próprio Afonso Gandra, que administrou o município por três vezes, se lança candidato.
O atual prefeito não consegue se viabilizar sem apoio do grupo do Gandra.

Tom Costa quer voltar à prefeitura, nestas eleições de 2016.

O ex-prefeito Tom Costa, do PDT, se coloca como candidato, juntando seu grupo e parte de insatisfeitos com Afonso Gandra, apoiadores da atual gestão e ex-apoiadores do PT.
Tom havia vencido as eleições de 2008 ao se aliar ao PT que entrou com a Vice. Com muitos atritos, a aliança se desfez. Em 2012, foi fácil para o grupo de Afonso Gandra vencer as eleições.

Enfim, o PT se reunificou em torno de uma candidatura comum. Ângelo, ex-vice e candidato a prefeito, em 2012, negociou com a ala política liderada por Gabriel de Fátima, e acertaram a candidatura do comerciante Lete Monteiro, do Movimento Casais com Cristo, com a bênção do ex-prefeito Márcio Gomes, que pode se tornar seu vice.

Nas eleições de 2012, Erildo Gomes obteve 8.082 votos, com o então prefeito Tom Costa, do PSB, tendo obtido 4 863 votos, e Ângelo do PT teve 3.470 votos.

Afonso Gandra foi prefeito por três vezes( 1983-1988); 1993-199¨) e (2005-2008). 
Marcio Gomes, do PT, administrou Itamarandiba de 1997-2000 e 2001-2002. Renuncioum assumindo o vice Chico,tambémdo PT.
Tom Costa foi prefeito de 2009 a 2012. Erildo Gomes é o atual prefeito, eleito em 2012.



Minas Novas: Quadro indefinido com direitos políticos cassados de Rogério e Zé Henrique.
Prefeito Gil se candidata à reeleição, sem Aécio como vice.
Pida articula oposição para ganhar a eleição.

Prefeito de Minas Novas, Gil Gomes, é candidato à reeleição.

O atual prefeito, Gilberto Gomes (PPS), eleito com 6.458 votos, é candidato à reeleição. Seu grupo de apoio se dividiu de diversas formas. Lideranças se afastaram e procuram encaixe nas outras candidaturas que se articulam. O seu vice-prefeito Aécio Neiva rachou politicamente com o prefeito. Também quer ser candidato. Tem o incentivo e apoio de Zé Pedro, suplente de deputado estadual e diretor da Rádio Bom Sucesso.

O ex-prefeito Zé Henrique também se coloca como candidato a prefeito. Porém, precisa se desvencilhar de processos para viabilizar sua candidatura. Todos os meses presta serviços comunitários em Belo Horizonte, por não ter cumprido um TAC – Termo de Ajustamento de Conduta.

Rogério Lemos, que ficou em segundo lugar, em 2012, quando obteve 4.047 votos, não será candidato. Ele foi condenado a 8 anos de inegebilidade, no mês de agosto de 2015. No mesmo processo, o ex-prefeito Zé Henrique também é condenado, pois como prefeito distribuiu canos de passagem de água em comunidades rurais para convencer eleitores a votarem em seu candidato.

Alcides Guedes, o Pida, com o Secretário de Governo de Minas, Odair Cunha, busca o apoio do governo estadual para resolver problemas de Minas Novas.

O grupo de oposição está reunido em torno do PT, PMDB, PV, PSB e PC do B. O ex-prefeito Felipe Mota foi candidato em 2012. Agora, Alcides Guedes, o Pida, do PT, coloca seu nome para apreciação do grupo. Pida realizou várias audiências políticas em órgãos do governo estadual, na semana passada, procurando soluções para diversos problemas nas áreas de abastecimento de água, esgoto, apoio a agricultura familiar, restauração de prédios coloniais, segurança pública e saúde. Ele espera receber o apoio de lideranças da oposição.

Adão Carlos, da Fundação Hospitalar de Minas Novas, também coloca seu nome para a disputa de prefeitura.

Novo Cruzeiro
Odair desiste de candidatura. PT se aproxima do prefeito Gilsinho.
Padre Delmiro que ser candidato de consenso entre vários grupos
Grupo de Serafim Capotão quer voltar ao poder com um dos seus filhos.

Gilsinho quer impedir o retorno do grupo de Serafim Capotão à Prefeitura de Novo Cruzeiro.

O atual prefeito Gilsinho, do PPS, é candidato à reeleição. Ele diz que se o seu grupo de apoiadores disser que tem outro nome, ele não é contra. Procura o apoio do PT. O petista Odair, candidato em 2012, diz que não será candidato.
Gilsinho procura juntar todo mundo em torno do objetivo de não ter representante de Capotão de volta à Prefeitura.

O principal adversário do atual prefeito é o grupo de Serafim Capotão. Este grupo, com certeza, lançará um nome para disputar e ganhar. Na eleição passada, apoiou José Lago, do PR, que obteve. 5.735 votos, ficando em 2º lugar.
Há outros nomes colocados na disputa. O nome de Padre Delmiro sempre é lembrado, mas ele procura apoio de todos, o que se torna impossível. Além disso, não construiu uma união partidária. 

Capelinha
PMDB e PSDB podem reeditar grande aliança política com Zezinho da Vitalina prefeito e Conceição Vieira como vice.
Oposição se encontra desarticulada com poucos nomes para encabeçar chapa.

Conceição Vieira poderá formar chapa para as eleições municipais com o prefeito Zezinho da Vitalina.

O grupo político que comanda Capelinha é o mesmo que manda e desmanda há mais de 38 anos. Sempre ficou entre os Pimenta, vinculados ao PMDB, e o PSDB, com Gelson Cordeiro e Pedro Vieira, Com a grande aliança formada em 2012, com o médico e ex-prefeito Pedro Vieira encabeçando a chapa, nova composição hegemônica se formou.

Em 2012, Pedro Vieira foi candidato à reeleição, rachando com o ex-aliado Gelson Cordeiro, então no PV, do ex-deputado federal Vittorio Medioli. Aliou-se a seus adversários históricos, do PMDB de Tico Neves e vereadores então adversários como Cleuber Luiz, Zezinho da Vitalina e Laércio Barrinha. Construiu uma grande aliança, juntando também o PC do B e o PT. Deu uma balaiada de votos, ganhando por 11.404 votos contra Leninha, do PDT, com 5.798;votos. Leninha era candidata a vice até a véspera da eleição. Como o ex-prefeito Gelson Cordeiro, do PV, se tornou inelegível, Leninha pulou pra cabeça da chapa. Mas, na urna, aparecia o nome do ex-prefeito. 

O prefeito Pedro Vieira faleceu logo depois, no dia 09.12.2012, antes da diplomação, assumindo o vice-prefeito eleito Zezinho da Vitalina, do PMDB.

A viúva Conceição Vieira e o Secretário Municipal de Planejamento e Chefe de Gabinete, Welito Victor, comandaram a administração, ficando o prefeito municipal com poucos espaços de poder. Todos os Secretários que estavam na administração de Pedro Vieira continuaram com Zezinho da Vitalina, com uma ou outra mudança. O PT assumiu a Secretaria de Educação, mas foi criada uma Secretaria Adjunta, entregue à ex-Secretária,  para o grupo conservador continuar controlando o setor. A Secretaria Municipal de Agricultura foi entregue ao PC do B.
Conceição Vieira, que havia assumido a presidência da Fundação Hospitalar, ainda em junho de  2012, na prática, se colocava como mandatária, como herdeira do espólio político-eleitoral do marido. Embora não admita, ela criou uma série de desgastes políticos para Zezinho da Vitalina. 

Durante o tempo todo, Conceição se colocou como candidata, até aceitando Zezinho como vice. Zezinho não abre mão da reeleição. O grande articulador político do grupo, Welito Victor, vai aparando arestas, para manter o grupo unido e no poder. 

Segundo Welito Victor, o prefeito Zezinho da Vitalina é candidato unânime do grupo político, não existindo disputa interna. O prefeito quer um vice do PSDB, que pode ser Conceição Vieira ou alguém indicado por ela.  O vereador Wilson Coelho, eleito por 5 mandatos consecutivos, também disputa a vice. 

Vereador Tadeuzinho  lançou sua candidatura a prefeito, de Capelinha, desde 2013.

A oposição está totalmente desarticulada. Há insatisfação popular muito grande com a administração, mas a oposição política não consegue capitalizar estes sentimentos. Falta um articulador de confiança e com competência para o grupo arrancar. Assim como faltam nomes de confiabilidade popular. 
O candidato que se apresenta é o jovem vereador Tadeuzinho, que lançou sua candidatura, desde 2013. Ele havia sido eleito com quase 1.000 votos, apoiando Pedro Vieira. É novato e muitos caciques políticos não o aceitam.
O grupo político do ex-prefeito Gelson Cordeiro procura se reunir e articular um nome. Há pouca credibilidade devido a grandes desmandos praticados por Gelson e seus seguidores.

Diamantina  
Quadro político de Diamantina é bastante complexo.
Prefeito de Diamantina, Paulo Célio, do PSDB.

O prefeito Paulo Célio, do PSDB, é candidato à reeleição. A família cria resistência para que ele volte à medicina e largue a política, devido a problemas de saúde na família. Porém, o grupo político pressiona para dar continuidade à gestão. O nome do ex-deputado estadual Luiz Henrique, natural de Diamantina, agora filiado ao PSB, roda na bolsa de apostas local, como candidato do grupo.

O ex-prefeito Padre Gê, do PMDB, está inelegível, mas tenta influenciar na composição de chapas majoritárias com o apoio do governo estadual. Recentemente, assumiu informalmente a Assessoria política da Secretaria Executiva do Fórum Regional de Desenvolvimento do Alto Jequitinhonha.
Juscelino Roque, comerciante e ex-Provedor da Santa Casa de Diamantina, quer ser candidato apoiado pelo governo estadual.

Um nome que surge como possibilidade de ser candidato a prefeito com o apoio do governo estadual é do comerciante de automóveis Juscelino Roque, ex-provedor da Santa Casa. Ele procura um partido da base do governo para se filiar. Já foi visto em articulações políticas públicas com o Secretário de Governo Odair Cunha e Secretário de Planejamento e Gestão Helvécio Guimarães, dois homens fortes do governo Pimentel.

Outras candidaturas são comentadas como a do vereador Maurício Maia, do PSDB, que pretende aproveitar a janela de transferência em março, para mudar de partido político. Seu nome é falado até como candidato do PT.

Vereador Maurício Maia, do PSDB, vai mudar de partido para enfrentar o prefeito , nas eleições municipais.

Nenhum comentário:

Postar um comentário