Berilo: Festa do Rosário fortalece fé de católicos
Renasce a maior festa popular do lugar
Renasce a maior festa popular do lugar
Muitos choraram calados, de forma contida, principalmente os mais pobres, os negros moradores das mais de 27 comunidades quilombolas do município.
No ano passado, a festa ressurgiu. O povo saiu das comunidades e de suas casas, indo pra rua cantar e dançar em louvor à Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos de Berilo. Sem a Igreja e sem a imagem original que estava sendo restaurada pelo IEPHA – Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais.
Arrepio do tambor
“Agora eu entendo o arrepio ao bater do tambor”, registrou o cantor cafuso Pereira da Viola. O som dos tambores e caixas da congada de Minas Novas, de Chapada do Norte e Virgem da Lapa se fez acompanhar por um grupo da comunidade de Lagoa Ezequiel e levantou os espíritos adormecidos, mas não vencidos, dos devotos. Foi muito bonita a festa.
“Agora eu entendo o arrepio ao bater do tambor”, registrou o cantor cafuso Pereira da Viola. O som dos tambores e caixas da congada de Minas Novas, de Chapada do Norte e Virgem da Lapa se fez acompanhar por um grupo da comunidade de Lagoa Ezequiel e levantou os espíritos adormecidos, mas não vencidos, dos devotos. Foi muito bonita a festa.
Mas, neste ano, de 01 a 17 de outubro, o povo católico berilense renasceu ainda mais na grande festa popular. A expectativa era que a imagem da santa reaparecesse, bonita, restaurada.
E assim foi.
Durante 17 dias, foram rezas, cantos e danças em louvor à Senhora do Rosário. O Largo, no inicio da Rua do Porto, perto da Copasa, onde a igreja existiu por mais de 200 anos era ocupado, todas as noites. Uma multidão descia a ladeira, saindo da praça principal, a Praça da Prefeitura, tocando tambores, dançando, cantando, cheia de alegria em direção ao lugar da Senhora do Rosário. Não importava se não havia igreja ou imagem, a fé existia e poderia reconstituí-las ou reconstruí-las.
Parecia que o catolicismo renascia. Os católicos, - tão sumidos de dentro das igrejas, dos cultos, das pastorais que iniciavam mas não tinham apoio para continuar -, apareciam de todos os cantos, de todas as idades, de todas as casas.
Girando, girando, girando...
Batucando, batucando, batucando...
Batucando, batucando, batucando...
Em cada dia uma instituição organizava a festa: Escolas, Prefeitura, comunidades, voluntários individuais ou coletivos, davam a sua contribuição.
Nunca se viu tanta participação popular movida pela fé cristã católica.
A imagem restaurada foi trazida de Belo Horizonte pelos conselheiros Álbano Silveira Machado e Míria Ramalho Amaral, do Conselho Municipal de Patrimônio Cultural.
Nossa Senhora reapareceu.
Viva Nossa Senhora!
A imagem restaurada foi trazida de Belo Horizonte pelos conselheiros Álbano Silveira Machado e Míria Ramalho Amaral, do Conselho Municipal de Patrimônio Cultural.
Nossa Senhora reapareceu.
Viva Nossa Senhora!
No dia do levantamento do Mastro, no sábado, dia 16.10, à noite, a imagem foi apresentada à comunidade em frente ao Centro Comunitário, em carro aberto, pelo rei e rainha do Rosário, Raimundo e Betinha de Luzia.
Quando o carro apareceu na curva do bambu, vindo da Avenida Geraldo Alves Martins, foguetes começavam a anunciar a novidade.
A população chorava, tirava fotos, dava vivas à Nossa Senhora.
A Banda da Vila de Santo Isidoro puxava um dobrado.
A Banda da Vila de Santo Isidoro puxava um dobrado.
A congada arrebanhava seus animados congadeiros para fazerem cortejo à santa e entoavam: "Pro Rosário, vamusimbora!"
Um som à frente emitia músicas religiosas.
Outros soltavam foguetes.
Todos presentes queriam homenagear a Santa do povão, demonstrando a alegria e a esperança despertadas por sua presença .
Em cada rua que passava mais o cortejo aumentava. Alguns calcularam mais de 3 mil pessoas caminhando, dançando e cantando. No Largo do Rosário, mais gente esperava a santa, principalmente os mais idosos, em frente a um grande palco armado para a festa.
Os reis festeiros entregaram a imagem do Rosário ao Padre José Nuno de Castro que pedia uma salva de palmas para os fiéis. Após a missa e bandeira do mastro levantada ao alto, os cangadeiros subiam a ladeira mais alegres ainda, sentindo-se com a alma leve, sob a proteção de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos de Berilo.
No dia seguinte, de manhã, no domingo, dia 17.10, missa campal no Largo do Rosário, com a santa presente. Após a missa e a transmissão da coroa para o rei e rainha, de 2.011, Afonso de Nata e Marlene Machado, ouviram-se gritos de viva e renovação da fé católica.
Agora só falta a gente construir a igreja que deixaram tombar, era o comentário e sentimento geral.
“A fé remove montanhas”, alguns afirmaram.
Pode construir montanhas também, concluiu outro devoto.
Viva Nossa Senhora do Rosário!
Viva!
Pode construir montanhas também, concluiu outro devoto.
Viva!
Viva!
3 comentários:
VALE A PENA LUTAR PELO RESGATE DA CULTURA POPULAR. LINDA FESTA COMPANHEIRO BANU, NÓS ESTÁVAMOS AÍ TAMBÉM VIU...
Em êxodos 20 e vocês irão entender o significado desta festa que para muito é popular La na bíblia esta o significado desta festa tão tradicional esta no livro da criação de Deus leia êxodos 20 e abram os seus entendimento. Sem julgamento algum cada qual com sua religião, não estou falando de religiosidade estou falando da bíblia a verdade que liberta...
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