O fundo do quintal de uma casa simples em Coronel Murta, no Vale do Jequitinhonha, esconde um curioso ateliê da região: uma fábrica de dinossauros. O artesão Esteves Estevão dos Santos, de 42 anos, tem formação rudimentar e diz saber apenas assinar o nome, mas tornou-se um especialista na anatomia desses grandes animais extintos.
Suas réplicas de dinos fazem sucesso entre as crianças e podem ser vistas em alguns jardins da cidade. Ele conta que desde criança gostava de brincar com o barro, incentivado pelo pai, que fabricava telhas e tijolos em uma olaria.
Desta arte ancestral, que assume às vezes, no seu despojamento, as dimensões de uma criação estética das mais depuradas, Esteves Estevão foi elaborando suas peças que pouco a pouco despertam curiosidade.
A ideia de fabricar dinossauros surgiu há pouco mais de um ano. O processo é trabalhoso. Ele usa cimento, areia, restos de canos e de forros PVC, ferro para as armações, bolas de gude e tintas multicores que dão vida aos seus dinos que ele sonha expor na praça da cidade para, como ele mesmo diz: alegrar os olhos das crianças tristes.
Durante o processo de criação, ele é acompanhado pela filha Vitória, de 5 anos, que é fã dos dinossauros. “Quando eu vi uma gravura de um dinossauro, fiquei encantado e resolvi criar do meu jeito”, conta Esteves.
O animal escolhido foi uma espécie de alossauro, um grande carnívoro que habitou o hemisfério Norte no Período Jurássico. Cada textura de pele, cada detalhe, cada unha e cada dente são obtidos por meio da paciência do artesão.
Ele reclama que muitos não reconhecem o trabalho e querem adquirir as peças por qualquer preço. As pequenas custam em média R$ 200 e as maiores R$ 800.
Alheio às adversidades, ele tem ainda disposição de corpo e espírito para se entregar à outra espécie de trabalho, com a espontaneidade dos filhos de Deus: a de modelar o barro em formas e cores inspiradas no pequeno mundo de sua vivência cotidiana. Tudo é levado para um forno à lenha, também no fundo do quintal.
Mas se nem só de pão vive o homem, como também está escrito, muito menos pode ele viver só do barro. “Se a gente ficar parado, de braço aberto, morre de fome”, diz o artesão que para sustentar a família faz “seus bicos”, como ajudante de pedreiro, vendedor de churros e pipocas.
Interessado no trabalho do artesão? Entre em contato através dos telefones (33) 9 8881-0204 e agende uma visita.
Fonte; Gazeta de Araçuaí.
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