País tem dívida histórica com povos do semiárido
Reunião desta terça-feira (09.07) debateu a questão central do acesso à água, soberania e segurança alimentar.
Ela foi uma das participantes da audiência pública da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), realizada nesta terça-feira (9/7/19). A reunião teve o objetivo de debater a soberania e segurança alimentar, o acesso à água para o abastecimento humano e para a produção de alimentos, na perspectiva da convivência com o semiárido, tendo em vista o agravamento das condições climáticas e o refluxo nas políticas públicas nos últimos anos.
Valquíria lamentou os cortes em políticas sociais em nível nacional e estadual, nos últimos anos, acrescentando que “nenhum dos avanços obtidos teria sido possível sem um diálogo entre sociedade e governo”. “E o Governo de Minas tem que entender isso”, afirmou.
Valmir Soares de Macedo, de Turmalina, no Alto Jequitinhonha, da coordenação estadual da ASA Minas, criticou as “políticas que beneficiam grandes empreendimentos como a monocultura do eucalipto e a mineração, que resultam em prejuízos para as populações”. Reconheceu, porém, que a presença do governador Romeu Zema, em fins de junho, em regiões do semiárido mineiro, “trouxe alguma esperança”.
Presente em todo o semiárido brasileiro, o movimento congrega mais de 3 mil entidades. Em Minas Gerais, uma rede de 120 organizações, com o objetivo de garantir o acesso à água e fortalecer a soberania e segurança alimentar.
Com o programa Um Milhão de Cisternas, já beneficiou 210 mil mineiros. É o maior programa de acesso à água do mundo, premiado internacionalmente.
Com o programa Um Milhão de Cisternas, já beneficiou 210 mil mineiros. É o maior programa de acesso à água do mundo, premiado internacionalmente.
Acesso à água - A Audiência Pública da Comissão de Direitos Humanos foi presidida pela deputada estadual Leninha (PT). Segundo ela, nos últimos 15 anos o Norte do Estado e o Vale do Jequitinhonha avançaram no desenvolvimento de tecnologias de armazenamento da água de chuva. Para esse trabalho, disse, foi fundamental o papel da ASA, que disseminou o conceito de convivência em contraposição ao combate à seca.
A presidenta da comissão afirmou que “o direito à água deve ser garantido por orçamento e políticas públicas destinados à convivência com o semiárido”. Nesse sentido, defendeu o diálogo entre governo e organizações da sociedade.
Deputado estadual Jean Freire e deputada Leninha coordenam a Frente Parlamentar em Defesa da Convivência com o Semiárido.
Deputado estadual Jean Freire e deputada Leninha coordenam a Frente Parlamentar em Defesa da Convivência com o Semiárido.
Lançada a Frente Parlamentar em Defesa da Convivência com o Semiárido
“A água é a base de toda forma de vida e sua oferta é uma responsabilidade pública”. A frase inicia o manifesto da Frente Parlamentar em Defesa da Convivência com o Semiárido, que foi lançada na reunião desta terça.
A solicitação de abertura da Frente foi realizada pelo deputado Dr. Jean Freire e sua organização tem sido feita em parceria com a deputada Leninha (PT). Dr. Jean faz questão de ressaltar a importância de entidades parceiras que atuam nesta área. “Fico feliz de estarmos lançando essa Frente. E dizer que essa Frente, como tudo tem que ser, não é de uma cabeça só ou de uma mão só. É uma frente de muitas mãos e de muitas cabeças” , disse.
A principal razão para a abertura da Frente Estadual é debater a soberania e segurança alimentar, o acesso à água para o abastecimento humano e para a produção de alimentos, na perspectiva da convivência com o semiárido, tendo em vista o agravamento das condições climáticas e o refluxo nas políticas públicas nos últimos anos.
O semiárido mineiro tem 91 municípios, sendo 60 no norte de Minas, 30 no Médio/Baixo Jequitinhonha e 01 no Vale do Mucuri.
Durante o debate, Marilene Faustino Pereira, da Secretaria de Políticas Agrárias e Meio Ambiente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura (FETAEMG), de Capitão Enéas, no norte de Minas, disse que “o problema não é a seca, são as cercas” e, assim como o acesso à água, defendeu também o acesso à terra. O agricultor Jorge Rodrigues, da Cáritas, de Felisburgo, no Vale do Jequitinhonha, disse que “não adianta ter caminhão-pipa se não tiver cisterna para armazenar a água”.
Entre outras demandas, o documento reivindica a aprovação do Projeto de Lei (PL) 3.968/16, de autoria do então deputado estadual Rogério Correia, que institui a Política Estadual de Convivência com o Semiárido e o Sistema Estadual de Convivência com o Semiárido. O PL estabelece parâmetros e prioridades para o desenvolvimento sustentável e solidário do semiárido mineiro e requer a universalização do acesso à água com qualidade e quantidade adequadas.
Ao final da audiência, o deputado Dr. Jean Freire ressaltou a importância do trabalho desenvolvido por organizações como o Centro de Agricultura Alternativa Vicente Nica (CAV), de Turmalina, a Cáritas e a ASA, que investem os recursos de maneira responsável e eficiente, sobretudo no que diz respeito à captação de água por meio do uso de tecnologias sociais, como a construção de caixas d’água e sistemas de captação de água da chuva.
O deputado também destacou a importância das entidades e dos trabalhadores no desenvolvimento da Frente. “Ela não pode existir sem vocês, que fazem um belíssimo trabalho. Os protagonistas têm que ser vocês”.
A deputada Leninha reforçou a necessidade de garantir políticas públicas para o semiárido, mas com uma concepção de convivência com o bioma, executando ações concretas do governo em parceria com a ASA e suas diversas instituições
“É no semiárido que a vida pulsa, é no semiárido que o povo resiste”
A deputada Leninha reforçou a necessidade de garantir políticas públicas para o semiárido, mas com uma concepção de convivência com o bioma, executando ações concretas do governo em parceria com a ASA e suas diversas instituições
“É no semiárido que a vida pulsa, é no semiárido que o povo resiste”
Com essa palavra de ordem repetida diversas vezes, o público presente à Audiência, composto, em sua maioria, por pequenos agricultores, defendeu o conceito de convivência com o semiárido por meio de políticas públicas e a partir do diálogo com a população.
Foi o caso de Marlene Ferreira da Silva, agricultora de Capitão Enéas (Norte). “Água potável é direito de todos nós, para termos saúde e boa alimentação”, afirmou.
Ex-ministro alerta para a ameaça à vida
No lançamento da frente estadual, esteve presente também o deputado federal Patrus Ananias (PT-MG), natural de Bocaiúva, no norte de Minas, secretário-geral da Frente Nacional de Defesa da Convivência com o Semiárido, ex-ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, no Governo Lula, e do Desenvolvimento Agrário, no Governo Dilma.
“Teoricamente, a água é um bem comum, mas hoje está se tornando escassa, porque a terra é a guardiã das águas, mas no Brasil o direito de propriedade é muito atrasado, data do século XIX. A função social da terra está presente em todas as Constituições desde 1934, mas nunca foi de fato respeitada. O direito à propriedade pressupõe também um compromisso com o bem comum”, declarou o ex-ministro.
O lançamento da frente também foi celebrado pelo deputado estadual Professor Cleiton (DC). Embora natural de Varginha (Sul do Estado), o deputado salientou que conheceu de perto os problemas da seca porque viveu oito anos no semiárido do Tocantins.
A deputada Beatriz Cerqueira (PT) também saudou o lançamento da frente e questionou o governo Zema, “que tem como princípio estruturante a ideia de que o Estado é problema e tem que ser retirado da vida das pessoas”. “O Estado tem que estar a serviço das pessoas e da elaboração de políticas públicas”, disse.
Dificuldades - O diretor-geral do Instituto de Desenvolvimento do Norte e Nordeste de Minas Gerais (IDENE), Nilson Borges, disse que é um desafio para o órgão atender a todos os 258 municípios em que está presente, devido às restrições orçamentárias. Mas acentuou que é missão do IDENE fortalecer os municípios, gerando emprego e renda e reduzindo as desigualdades, e garantiu que “o Governo de Minas tem isso como prioridade”.
O presidente do Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável de Minas Gerais, Élido Bonomo, criticou o governo Bolsonaro, que propôs o fim dos conselhos sociais e vetou a ida do Consea para o Ministério da Cidadania.
Araçuaí, Berilo, Bocaiúva, Capelinha, Capitão Enéas, Coronel Murta, Francisco Badaró, Francisco Sá, Janaúba, Januária, Jenipapo de Minas, Jequitinhonha, Minas Novas, Miravânia, Montes Claros, Porteirinha, São Francisco e Turmalina.
Acesse o link:
Mapa do semiárido mineiro com 91 municípios, sendo 60 do norte de Minas, 30 do Médio e Baixo Jequitinhonha, e 01 no Vale do Mucuri.
MUNICÍPIOS
DO SEMIÁRIDO MINEIRO
MEDIO
JEQUITINHONHA
N.
|
MUNICÍPIO
|
POPULAÇÃO
(IBGE-2017)
|
01
|
Araçuaí
|
37.361
|
02
|
Berilo
|
12.360
|
03
|
Cachoeira
do Pajeú
|
9.479
|
04
|
Chapada
do Norte
|
15.675
|
05
|
Comercinho
|
7.599
|
06
|
Coronel
Murta
|
9.411
|
07
|
Francisco
Badaró
|
10.557
|
08
|
Itaobim
|
21.559
|
09
|
Itinga
|
15.147
|
10
|
Jenipapo
de Minas
|
7.672
|
11
|
José
Gonçalves de Minas
|
4.631
|
12
|
Medina
|
21.409
|
13
|
Monte
Formoso
|
4.936
|
14
|
Novo
Cruzeiro
|
31.884
|
15
|
Padre
Paraíso
|
20.177
|
16
|
Pedra
Azul
|
24.478
|
17
|
Ponto
dos Volantes
|
12.138
|
18
|
Virgem
da Lapa
|
14.043
|
BAIXO
JEQUITINHONHA
N.
|
MUNICÍPIO
|
POPULAÇÃO
(IBGE-2017)
|
19
|
Almenara
|
41.794
|
20
|
Bandeira
|
4.984
|
21
|
Divisópolis
|
10.547
|
22
|
Felisburgo
|
7.431
|
23
|
Jacinto
|
12.561
|
24
|
Jequitinhonha
|
25.560
|
25
|
Joaíma
|
15.634
|
26
|
Jordânia
|
10.901
|
27
|
Mata
Verde
|
8.539
|
28
|
Rubim
|
10.377
|
29
|
Salto
da Divisa
|
7.127
|
30
|
Santa
Maria Do Salto
|
5.381
|
VALE DO
MUCURI
N.
|
MUNICÍPIO
|
POPULAÇÃO
(IBGE-2017)
|
01
|
Caraí
|
23.781
|
NORTE DE
MINAS
N.
|
MUNICÍPIO
|
POPULAÇÃO
(IBGE-2017)
|
01
|
Águas
Vermelhas
|
13.576
|
02
|
Berizal
|
4.720
|
03
|
Bonito
de Minas
|
10.951
|
04
|
Buritizeiro
|
28.335
|
05
|
Capitão
Enéas
|
15.237
|
06
|
Catuti
|
5.151
|
07
|
Cônego
Marinho
|
7.624
|
08
|
Cristália
|
6.042
|
09
|
Curral
de Dentro
|
7.623
|
10
|
Divisa
Alegre
|
6.625
|
11
|
Espinosa
|
32.214.
|
12
|
Francisco
Sá
|
26.428
|
13
|
Fruta
de Leite
|
5.709
|
14
|
Gameleiras
|
5.246
|
15
|
Grão
Mogol
|
15.931
|
16
|
Ibiracatu
|
6.165
|
17
|
Indaiabira
|
7.524
|
18
|
Itacarambi
|
18.443
|
19
|
Jaíba
|
37.939
|
20
|
Janaúba
|
71.653
|
21
|
Januária
|
68.584
|
22
|
Japonvar
|
8.683
|
23
|
Josenópolis
|
4.877
|
24
|
Juvenília
|
5.860
|
25
|
Lontra
|
9.044
|
26
|
Mamomas
|
6.624
|
27
|
Manga
|
19.372
|
28
|
Matias
Cardoso
|
10.999
|
29
|
Mato
Verde
|
12.849
|
30
|
Miravânia
|
4.885 |
31
|
Montalvânia
|
15.603
|
32
|
Monte
Azul
|
21.783
|
33
|
Montezuma
|
8.168
|
34
|
Ninheira
|
10.375
|
35
|
Nova
Porteirinha
|
7.648
|
36
|
Novorizonte
|
5.308
|
37
|
Padre
Carvalho
|
6.338
|
38
|
Pai
Pedro
|
6.184
|
39
|
Patis
|
5.976
|
40
|
Pedras
de Maria da Cruz
|
11.396
|
41
|
Pirapora
|
56.706
|
42
|
Porteirinha
|
38.741
|
43
|
Riacho
dos Machados
|
9.672
|
44
|
Rio
Pardo de Minas
|
31.016
|
45
|
Rubelita
|
6.789
|
46
|
Salinas
|
41.678
|
47
|
Santa
Cruz de Salinas
|
4.337
|
48
|
Santa
Fé de Minas
|
3.985
|
49
|
Santo
Antônio do Retiro
|
7.339
|
50
|
São
Francisco
|
56.805
|
51
|
São
João da Ponte
|
25.856
|
52
|
São
João das Missões
|
12.862
|
53
|
São
João do Paraíso
|
23.729
|
54
|
São
Romão
|
11.892
|
55
|
Serranópolis
de Minas
|
4.769
|
56
|
Taiobeiras
|
33.824
|
57
|
Vargem
Grande do Rio Pardo
|
5.032
|
58
|
Várzea
da Palma
|
39.128
|
59
|
Varzelândia
|
19.723
|
60
|
Verdelândia
|
9.220
|
Manifesto
da Frente Parlamentar em Defesa da Convivência com o Semiárido
Assembleia
Legislativa de Minas Gerais
Belo
Horizonte, 09 de julho de 2019
A água é a base de toda
forma de vida e sua oferta é uma responsabilidade pública.
A água não é
apenas um bem de consumo, mas um direito humano do qual derivam
vários outros: o direito à saúde, ao meio ambiente saudável e ao
desenvolvimento econômico capaz de suprir as necessidades das
famílias. A região do Semiárido Mineiro é composta por 91
municípios distribuídos entre o Norte de Minas, o Vale do
Jequitinhonha e Mucuri . Caracterizada por uma concentração sazonal de
chuvas, tem em sua maior parte do ano longos períodos de estiagem.
Durante muitos anos o
Semiárido foi interpretado como um lugar de terra seca onde nada,
nem ninguém, poderia prosperar. O discurso de “combate à seca”
consumiu bilhões dos cofres públicos e elegeu políticos que usaram
do drama de milhares de brasileiros como plataforma eleitoral sem
qualquer compromisso social de fato.
Há 20 anos essa história
começou a mudar. Passamos a falar sobre políticas de convivência
com o clima e com o território, mudando o olhar sobre os povos do
semiárido. A partir dessa nova ótica - a convivência e não o
combate – formou-se uma rede com mais de 120 organizações – a
ASA Minas
– com o objetivo de garantir o acesso à água e fortalecer a
soberania e segurança alimentar. No lugar de planos caríssimos e
mirabolantes que nunca deram em nada, tecnologias sociais simples,
baratas e com lastro na realidade local.
A estocagem da água se
transformou em guia do trabalho da Convivência com o Semiárido que,
por meio do Programa
Um Milhão de Cisternas,
construiu em Minas Gerais cerca de 65 mil cisternas de placas com
capacidade para armazenar 16 mil litros cada uma, beneficiando quase
210 mil mineiros e mineiras.
Já o Programa
Uma Terra e Duas Águas
garantiu água para produção de alimentos por meio de diversas
tecnologias sociais, dentre elas: Calçadão, Enxurrada,
Barreiro-Trincheira e Barraginhas. Com essa água, as mais de 13 mil
famílias beneficiadas passaram a ter condições de fazer pequenas
plantações e manter a criação de animais que, além de
alimentá-los, também constituem como uma fonte de renda.
Outra frente de trabalho
importante é o Programa
de Sementes do Semiárido,
que através do conhecimento popular, estocam e fazem gestão de diversos tipos de sementes crioulas, responsáveis por garantir e
perpetuação da produção de alimentos. Também o Programa
Cisternas nas
Escolas, aliado à
Educação Contextualizada, garantem a permanência das escolas
rurais funcionando
mesmo em períodos de longas estiagens.
Para
além das dificuldades, o Semiárido Mineiro é um local de muita
cultura, tradição e
diversidade. Na
região vivem 7 povos e comunidades tradicionais: indígenas,
quilombolas, geraizeiras, vazanteiras,
veredeiras, catingueiras e de apanhadores de flores.
São esses povos que
vêm há anos
construindo estratégias e combatendo a exploração ambiental por
meio da agroecologia e dos conhecimentos tradicionais.
Nos últimos anos, centenas de
organizações trabalharam de forma coordenada e organizada, mudando
a realidade de diversas populações rurais, garantindo o acesso à
água e ao alimento de qualidade. Infelizmente isso tem mudado e a
Convivência com o Semiárido deixou de ser pauta de governos,
deixando centenas de famílias sem perspectivas. Para
além de uma ação
de Governo, as ações
de Convivência com o Semiárido devem ser uma política de Estado.
Por isso é fundamental que a Assembleia Legislativa paute e aprove,
de forma urgente, o PL n° 3968/2016, que institui a Política
Estadual de Convivência com o Semiárido e o Sistema Estadual de
Convivência com o Semiárido.
Esse projeto busca
estabelecer parâmetros e prioridades para o desenvolvimento
sustentável e solidário do vasto território que compreende o
Semiárido Mineiro. Da mesma maneira, requer a universalização do
acesso à água com qualidade e quantidade adequadas.
A aprovação do Sistema
Estadual de Convivência com o Semiárido irá beneficiar a
agricultura familiar, potencializando
a assistência técnica e extensão rural,
a distribuição, circulação e comercialização de produtos e
serviços ali produzidos. Num ciclo virtuoso, poderá incentivar a agricultura
familiar regional, a economia solidária, a economia criativa, o
turismo de base comunitária, o que significa agregação de valor e
geração de renda e economia aquecida da região. A
instituição da Política Estadual de Convivência com o Semiárido
é um reconhecimento
da importância
dessa região tão rica e historicamente tão abandonada.
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