Berilo: VIII Fórum da Mulher do Vale abordará juventude, tecnologia e questão quilombola.
As mulheres do Vale continuam se movimentando. Há 8 anos, cerca de 400 mulheres marcam um encontro em alguma cidade do Vale. É ali que elas se sentem e se alimentam da energia, da solidariedade e da força de cada uma. E saem dos encontros ainda mais empoderadas, prontas pra luta contra a opressão e pela libertação feminina. E contam com o apoio de alguns homens sensíveis e solidários, aumentando a corrente da resistência.
As mulheres do Vale continuam se movimentando. Há 8 anos, cerca de 400 mulheres marcam um encontro em alguma cidade do Vale. É ali que elas se sentem e se alimentam da energia, da solidariedade e da força de cada uma. E saem dos encontros ainda mais empoderadas, prontas pra luta contra a opressão e pela libertação feminina. E contam com o apoio de alguns homens sensíveis e solidários, aumentando a corrente da resistência.
Nos dias 23
e 24 de agosto de 2019, no Ginásio Poliesportivo, será a vez da cidade de Berilo, no Médio Jequitinhonha, nordeste
de Minas.
“O Fórum da Mulher fez a gente acreditar”
Berilo está localizada no Médio Jequitinhonha, a 600 km de BH; a 265 km de Diamantina: 60 km de Araçuaí; 40 km de Minas Novas; 247 km de Almenara; 295 km de Teófilo Otoni.
O evento contará com a
participação de mais de 400 mulheres de todo o Vale do Jequitinhonha, do Mucuri, líderanças políticas, sindicais, comunitárias, professoras, artesãs e jovens estudantes da Universidade
Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM), do IFNMG, campus Almenara e Araçuaí.
Impulsionado pelo Polo Jequitinhonha da UFMG, como em
todos os anos, desde 2011, fomenta as discussões sobre o combate à violência de gênero
na região, o crescente feminicídio, o empoderamento da mulher e o espaço das
mulheres na política. Neste ano, o tema específico será Juventude, Tecnologia e a questão quilombola.
Fortalecer a voz e a atuação femininas com vistas à emancipação social e à cidadania plena. Essas são alguns dos objetivos do Fórum da Mulher. Além da troca de experiências e informações, por meio de debates, mesas redondas e palestras, a iniciativa também envolve as participantes em um intercâmbio de saberes populares e acadêmicos, dos quais elas extraem conhecimento e consciência para batalharem por seus direitos.
Um dos principais eixos de discussão desta edição será sobre os “Direitos e a situação da mulher no Quilombo”. Berilo é o município mineiro com o maior número de comunidades quilombolas, que são grupos étnicos, predominantemente constituídos de população negra rural ou urbana, que resistiram à escravidão. Há 27 comunidades quilombolas em Berilo.
Em 2016, a Coquivale organizou o I Encontro de Mulheres Quilombolas do Vale do Jequitinhonha, na comunidade de Santo Isidoro.
Em 2016, a Coquivale organizou o I Encontro de Mulheres Quilombolas do Vale do Jequitinhonha, na comunidade de Santo Isidoro.
Participante de cinco das sete edições, Maria Joana Rodrigues Trindade conta que o Fórum faz as mulheres acreditarem que as dificuldades podem ser vencidas junto com outras mulheres, pois elas “têm o poder de fazer acontecer”. Para ela, o evento tira participantes da zona de conforto e abriu espaço para elas ganharem conhecimento e terem oportunidades. “Bom seria se todas as mulheres pudessem participar do Fórum para elas entenderem que podem tirar seu próprio sustento, não importa qual seja seu trabalho”, conta a artesã.
A psicóloga e artesã de Chapada do Norte, Adriane Coelho,a Drica, considera que um dos principais frutos do Fórum é a rede de enfrentamento à violência contra a mulher. Iniciada em Turmalina, o projeto envolve uma articulação de diferentes grupos, como o Centro de Referência Especializado da Assistência Social (CREAS) e o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJ-MG). Esse assunto aparece em todas as edições do evento e será tema de uma das mesas redondas deste ano, a qual contará com a presença de membros da rede e da delegada Dra. Kíria Silva Orlandi, titular da Delegacia de Atendimento à Mulher de Diamantina.
Duas grandes lideranças do movimento de mulheres: a psicóloga e artesã de Chapada do Norte, Adriane Coelho, a Drica; e uma referência política das mulheres trabalhadoras rurais, a Dôra de Piô, presidenta do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Coronel Murta.
Histórico do Fórum da Mulher
Iniciado em 2011, o Fórum da Mulher do Jequitinhonha vem acontecendo a cada ano em uma cidade diferente do Vale.
No primeiro ano, ele foi impulsionado por demanda das cidadãs, apoiadas pela UFMG, por intermédio do Programa Polo Jequitinhonha e do Núcleo de Estudos e Pesquisa sobre a Mulher (NEPEM). Naquela vez, o cenário foi a cidade de Jequitinhonha. O evento se viu marcado pela construção coletiva da “Carta Aberta das Demandas das Mulheres do Vale do Jequitinhonha” - clique aqui e leia - , que tornou pública à população e aos organismos estatais e não-estatais as reflexões e proposições realizadas e debatidas no primeiro Fórum.
O Fórum da Mulher do Jequitinhonha foi realizado em 2011, em Jequitinhonha; 2012, em Itaobim; em 2013, em Capelinha; em 2014, em Araçuaí; em 2015, em Virgem da Lapa; em 2017, em Araçuaí; em 2018, em Diamantina; e em 2019, será em Berilo.
Em 2017, em Araçuaí, no V Fórum, decidiu-se retomar a carta, procurando refletir sobre quais demandas haviam sido atendidas, em especial pelo Governo Estadual, bem como por parte das prefeituras e dos órgãos competentes da Região, em uma construção participativa no processo de formulação de políticas públicas para a população feminina.
Aos poucos, o Fórum tornou-se um espaço de grande importância na vida das Mulheres do Vale. Primeiro, por servir como lugar de auto-percepção, e segundo por possibilitar a reflexão conjunta. Tendo muito a dizer sobre suas próprias experiências e potencialidades, elas são capazes de aliar o que sabem a políticas públicas que promovam dignidade e proteção para todas e todos, seja em seus municípios, no estado ou no país.
Além de conduzir os debates das edições posteriores, o documento, ao elencar ações em resposta aos problemas existentes, também auxilia o poder público. E é por isso que se deve compreender tal reunião como um espaço de debate, reflexão e denúncia dos temas que impactam as vidas das mulheres do Jequi.
Além disso, é um lugar de grande importância por ser um ambiente de auto-percepção e que, ao mesmo tempo, possibilita a reflexão conjunta. As mulheres têm muito a dizer sobre suas experiências e potencialidades e sobre as possibilidades de articulação destas vivências e especificidades com políticas públicas existentes e que poderão ser desenvolvidas em todos os lugares do país.
Para mais informações:
Evento: VIII Fórum da Mulher do Jequitinhonha – 2019
Data: 23 e 24 de agosto
Local: Ginásio Poliesportivo de Berilo
Contato: polojequitinhonhaufmg@gmail.com
Mais informações: www.ufmg.br/polojequitinhonha
Alguns post sobre o movimento das mulheres no Vale:
blogdobanu.blogspot/2011/05/forum-da-mulher-do-jequitinhonha-tem.
Fonte: Informações e textos do Polo Jequitinhonha/UFMG.
Fonte: Informações e textos do Polo Jequitinhonha/UFMG.
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