Na madrugada de 25 de novembro, 14 moradores da cidade que viajavam num micro-ônibus morreram na batida do veículo com uma carreta.
Foto: divulgação
Moradores de Rubelita iriam fazer tratamento médico em Montes Claros quando ocorreu a tragédia
Rubelita, município de 7,7 mil habitantes, no Vale do Jequitinhonha, a 670 quilômetros de Belo Horizonte, sofreu com o pior acidente nas rodovias federais mineiras no ano passado.
Na madrugada de 25 de novembro, 14 moradores da cidade que viajavam num micro-ônibus do Consórcio Intermunicipal do Alto Rio Pardo para fazer tratamento médico em Montes Claros, morreram na batida do veículo com uma carreta.
O acidente aconteceu no km 62 da perigosa BR-251, em Padre Carvalho. Além das mortes, 13 pessoas ficaram feridas.
Como muitos moradores perderam parentes e amigos, um clima de comoção paralisou a cidade, que ainda sofre com as consequências da tragédia. “As cicatrizes deixadas pelo acidente vão ficar para a vida inteira, não tem como a gente esquecer”, lamentou a pedagoga Rízia Márcia de Oliveira, de 30 anos, que perdeu o irmão, o servidor público Fernando Viana de Oliveira, de 25, no acidente.
Fernando acompanhava o pai, o aposentado José Viana de Oliveira, de 70, que daria sequência ao tratamento de câncer em Montes Claros e ficou gravemente ferido. O aposentado fraturou o nariz, teve duas costelas quebradas e luxação na bacia. Até hoje, está internado e não consegue andar.
“Meu irmão era muito jovem e trabalhador e estava se preparando para casar, dava assistência ao meu pai. A minha família ficou desolada”, declarou Rízia.
Ela contou que mora em Jaíba (a 400 quilômetros de Rubelita) e sempre vai visitar a família. Em dezembro, viajou a Rubelita para passar o fim de ano com os parentes. “Mas o Natal na cidade foi muito triste. Aliás, nem teve Natal, pois em 25 de dezembro, o acidente completou um mês”.
Riscos
A pedagoga reclamou do risco de acidentes e a precariedade da BR-251, estrada de 300 quilômetros, que liga Montes Claros a Salinas e à BR-116 (Rio-Bahia). É uma das mais movimentadas do estado por ser um corredor de caminhões e carretas que circulam do Sul/Sudeste para o Nordeste/Norte.
A pista estreita, a falta de acostamento e o excesso de curvas em alguns trechos aumentam o perigo na rodovia.
Com as últimas chuvas, os riscos cresceram por causa do aparecimento de buracos na pista, principalmente, no trecho próximo ao distrito de Vale das Cancelas, em Grão Mogol. “Está vergonhosa a situação da BR-251 e de outras estradas que cortam o Norte de Minas”, afirmou.
Rubelita tem apenas um posto de saúde para atenção básica. Por isso, os moradores precisam se deslocar até Montes Claros, a 255 quilômetros, para o tratamento médico-hospitalar especializado. Para isso, são obrigados a percorrer 210 quilômetros da perigosa BR-251 (Salinas/Montes Claros).
Por causa da tragédia de 25 de novembro, temporariamente, doentes e acompanhantes ficaram sem o tratamento público, já que o micro-ônibus ficou totalmente destruído. O Consórcio Intermunicipal de Saúde do Alto Rio Pardo já providenciou outro ônibus, que faz o trajeto entre Rubelita e Montes Claros às segundas e sextas-feiras.
Fonte: Estado de Minas por Luiz Ribeiro
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