Quanta ignorância, meu Deus Uma indicação do perigo de colocar a fé acima da ciência é que, nessa eleição, aproveitando a polêmica do aborto, começaram a atacar a pílula do dia seguinte, acusando-a de abortiva. Lembro que esse medicamento tem ajudado comprovadamente a evitar abortos.
As pesquisas disponíveis indicam, em síntese, que a pílula retarda a ovulação e/ou dificulta que o espermatozóide chegue até o óvulo.
As pesquisas disponíveis indicam, em síntese, que a pílula retarda a ovulação e/ou dificulta que o espermatozóide chegue até o óvulo.
Isso é abortivo? Se for, pílula anticoncepcional também é abortiva.
Não, claro, mas do jeito histérico que está esse debate - a tal ponto que Dilma e Serra fazem pose de cristãos, obedientes aos mandamentos divinos -, corremos o risco de impedir a disseminação da distribuição da pílula do dia seguinte nos postos de saúde. Diga-se que essa política é acertadamente feita pelo PT e PSDB.
Volto a dizer que se tivéssemos nos rendido a preceitos religiosos não haveria distribuição gratuita nem de camisinhas nem de pílulas anticoncepcionais. O custo seriam mais abortos.
Se os políticos não tiverem coragem de deixar essas questões nas mãos da saúde pública, vamos pagar um preço caro.
Se os políticos não tiverem coragem de deixar essas questões nas mãos da saúde pública, vamos pagar um preço caro.
Gilberto Dimenstein, 53 anos, é jornalista, especialista em educação e direitos da criança e do adolescente. Foi fundador da ONG Cidade Escola Aprendiz.
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