Nossa religião é aquilo que fazemos começa quando o sermão
acaba
Marcel Camargo 27/10/2018 , publicado no https://osegredo.com.br/
A religião está dentro de cada um e só existe
na prática. Porque religião não se discute,
pratica-se.
Já está mais do que batida a máxima de que exemplos e atitudes é que
valem, pois discursos e palavras se perdem ao vento. Podemos dizer
frases bonitas e argumentar com propriedade, porém, a forma como
vivemos é que determinará o que somos, o que temos dentro de nossos
corações.
Interessante notar que as pessoas procuram diferentes formas de se comunicar com Deus para se sentirem bem. O Brasil é um país bastante religioso, inclusive colocando a religião em setores que deveriam ser laicos.
Mesmo assim, apesar de toda essa multidão
que frequenta igrejas, cultos, terreiros, ainda
assistimos a cenas de total falta de compaixão em relação ao próximo. Nem mesmo crianças e idosos
estão sendo poupados de atitudes violentas
ultimamente.
E, ao lado dessa violência explícita, ainda há a violência velada, implícita,
indireta, mas também extremamente prejudicial. Um simples olhar, o
desprezo, o silêncio diante do mal, há várias atitudes que implicam
violência e maldade. Muitas pessoas, inclusive, conseguem ser muito
melhores na rua do que em casa. Encenam uma figura boníssima na
sociedade, porém, transformam os seus lares em verdadeiros infernos,
sendo cruéis com seus familiares nas mais variadas formas.
Como se vê, muitas pessoas se contradizem diariamente, fingindo o
que não são, tentando expiar suas culpas em locais religiosos, fazendo
caridade como obrigação e tentativa de receber perdão, porque, na
verdade, têm consciência do mal que espalham.
Porém, de nada adianta orar e continuar
praticando os mesmos erros. A religião está
dentro de cada um e só existe na prática.
Porque religião não se discute, pratica-se.
MARCEL CAMARGO
Graduado em Letras e Mestre em "História, Filosofia e
Educação" pela Unicamp/SP. Atua como Supervisor de
Ensino e professor.
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