domingo, 27 de janeiro de 2019

A Vale não matava ninguém quando era estatal

Vargas criou a Vale para tirar o minério de ferro das mãos de um gângster
Publicado em 26/01/2019 no www.conversaafiada.com.brAbajur.jpg
Em três anos, a empresa privada Vale matou 19 (em Mariana) e desapareceu com 300 brasileiros em Brumadinho.
Quando era estatal a Vale não matava ninguém.
Como se sabe, o Príncipe da Privataria (FHC) vendeu a Vale a preço de banana - por um valor inferior ao que a empresa tinha em caixa - por sugestão (desinteressada... ) do Careca ( José Serra), o maior dos ladrões.
Dali em diante, a Vale foi instrumento das técnicas privadas de gestão.
Por exemplo, o semi-Deus Roger Agnelli, que co-presidiu a Vale.
Co-presidiu, porque compartilhou gestão da empresa com a Míriam Leitão, que, da Globo, na qualidade de jornalista mais vista do mundo, a mais valiosa, sem similar nem na China, co-presidia a empresa.
A mesma função de co-presidenta ela desempenhou na Globo e na vitoriosa gestão do Pedro Malan Parente, que detonou a Petrobrás e o Governo Temer!
Três gênios!
Agnelli mandava comprar navios em Cingapura, demitia funcionários com facão afiado e se meteu numa estranhíssima encrenca na África, na virtuosa companhia do banqueiro André Esteves.
Agora, a Vale está nas mãos de um executivo do tipo head-hunter, que preside uma mineradora como presidiria uma barraquinha de pipocas ou uma franchise da Kopenhagen do filho do Bolsonaro: cortar custos, demitir e gerar lucros para os acionistas.
Para isso, estava em Davos, como diz o Doria.
A Vale tem que ser re-estatizada.
Para parar de matar gente, de três em três anos.
Para voltar a fazer política de desenvolvimento regional e não se limitar a ser uma empresa predadora e espoliadora.
Getúlio Vargas criou a empresa estatal Companhia Vale do Rio Doce, em 1942, para retirar do gângster americano Percival Farquhar o monopólio que detinha sobre o minério de ferro brasileiro.
FHC e Serra queriam destruir o legado de Vargas.
E doá-lo a outros americanos (muitas vezes também gângsters como Farquhar).
O minério de ferro não dá duas safras!
A Vale é nossa!

Lula: campanha Prêmio Nobel da Paz precisa de seu apoio


Registro de apoio vai até 31 de janeiro, quinta-feira.

Professores universitários de história, ciências sociais, direito, filosofia, teologia e religião e diretores de instituições de ensino superior podem dar apoio formal.
Uma das frases mais marcantes de Lula tão logo assumiu a Presidência da República resume, em pouco mais de 20 palavras, aquele que é para muitos o maior legado do seu governo. “Precisamos superar a fome, a pobreza e a exclusão social. Nossa guerra não é para matar ninguém: é para salvar vidas”, prometeu o ex-presidente, que encerrou seus dois mandatos depois de retirar quase 30 milhões de brasileiros que viviam abaixo da linha da pobreza.
O feito, reconhecido pelo povo e vangloriado mundo afora, é justamente o que motivou o argentino Adolfo Pérez Esquivel a levar a cabo uma campanha para incluir Lula entre os concorrentes do Prêmio Nobel da Paz. A iniciativa do ativista, que levou a honraria em 1980 por seus esforços pelos direitos humanos e contra as ditaduras então presentes em toda a América Latina, foi lançada em 5 de abril do ano passado, dois dias antes de o ex-presidente ser levado ao cárcere por um crime que jamais cometeu.
Desde então, o abaixo-assinado já recolheu mais de 430 mil assinaturas populares, mas para formalizar a candidatura é preciso reunir, até o próximo dia 31 de janeiro, assinaturas de indivíduos que se encaixam nos critérios estipulados pela organização – como, por exemplo, ser professor(a) universitário(a) ou diretor(a) de instituto de pesquisa da paz.
“Com o mesmo senso de esperança que Martin Luther King transmitiu quando disse “Se soubesse que o mundo se desintegraria amanhã, ainda assim plantaria a minha macieira”, somos muitos que acreditam que o Prêmio Nobel da Paz para Lula ajudará a fortalecer a esperança de poder continuar construindo um novo amanhecer para dignificar a árvore da vida”, justificou Esquivel na carta enviada ao Comitê que organiza a premiação.
A afirmação de Esquivel ecoa no que a própria organização do prêmio pensa e espera dos concorrentes: “distinguir a pessoa que tivesse feito a maior ou melhor ação pela fraternidade entre as nações, pela abolição e redução dos esforços de guerra e pela manutenção e promoção de tratados de paz”.
Neste quesito, Lula tem total gabarito para estar entre os finalistas do Nobel. No manifesto enviado pelo argentino, destacam-se três argumentos inquestionáveis de que o ex-presidente deixou legado sem precedentes no combate à redução da pobreza e da fome no Brasil. São eles:
1. Houve uma redução na taxa de desemprego próximo a 50%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. E uma criação de 15 milhões de novos empregos segundo dados do Ministério do Trabalho e Emprego.
2. De acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), o coeficiente de Gini brasileiro foi 0,583 em 2003, e em 2014 foi 0,518, indicando que as políticas sociais implementadas pelo Partido dos Trabalhadores (PT) deixou um Brasil com menos desigualdade social, pois a desigualdade média caiu 0,9% ao ano, no período entre 2003-2016.
3. A implementação de programas de educação e saúde pública elevou o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do Brasil, desenvolvido pelo PNUD. Em 2010, chegou a US $ 10,607 dólares renda média anual, à expectativa de vida de 72,9 anos, a uma escolaridade de 7,2 anos de estudo e a uma expectativa de vida escolar de 13,8 anos.
Veja se você pode votar pela candidatura de Lula

De acordo com o estatuto da Fundação Nobel, uma candidatura válida para o Prêmio Nobel da Paz requer assinatura de:
– membros de assembleias nacionais e governos nacionais (membros do gabinete ou ministros) de estados soberanos, bem como atuais chefes de Estado;
– membros do Tribunal Internacional de Justiça em Haia e do Tribunal Permanente de Arbitragem em Haia;
– membros do Institut de Droit International;
– professores universitários, professores eméritos e professores associados de história, ciências sociais, direito, filosofia, teologia e religião;
– reitores universitários e diretores de universidades;
– diretores de institutos de pesquisa da paz e institutos de política externa;
– pessoas que receberam o Prêmio Nobel da Paz;
– membros da diretoria principal de organizações que receberam o Prêmio Nobel da Paz;
– membros, ex-membros e ex-assessores do Comitê Norueguês do Nobel.
Para aqueles e aquelas que reconhecem a justeza e validade da postulação de Luiz Inácio Lula da Silva ao Prêmio Nobel da Paz 2019, a adesão deverá ser feita até 31 de janeiro próximo, por meio de formulário disponível na página do Comitê Norueguês do Nobel: 
Pedimos aos que preencherem o formulário, se considerarem conveniente, que informem ao Comitê de Solidariedade Internacional que o fizeram por meio do e-mail: lula.nobelprize@gmail.com para que possamos acompanhar a evolução da campanha.

Deputados agradam mineradoras e reprovam endurecimento de medidas em barragens de rejeitos

Projeto que endurece regras para barragens não avança em Assembleia de Minas.
Das três propostas apresentadas após desastre de Mariana, só uma foi aprovada.
Flávia FariaCarolina Linhares
SÃO PAULO e BRUMADINHO (MG)
Um projeto de lei que endurecia as regras de licenciamento para barragens de mineração foi reprovado na Assembleia Legislativa de Minas Gerais. O texto foi vetado na Comissão de Minas e Energia em julho do ano passado. Votaram contra os deputados estaduais Thiago Costa(MDB), Gil Pereira (PP) e Tadeu Martins(MDB). 
A proposta, de autoria do deputado estadual João Vitor Xavier (PSDB), foi formulada a partir do projeto Mar de Lama Nunca Mais. 
Este, de iniciativa popular, teve mais de 50 mil assinaturas e foi elaborado pelo Ministério Público mineiro em parceria com ONGs e representantes das famílias atingidas pela barragem de Fundão, em Mariana (MG), em 2015
O desastre matou 19 pessoas e espalhou 650 km de rejeitos de mineração pelo rio Doce. Na sexta (25), o rompimento de outra barragem em Brumadinho, na Grande Belo Horizonte, matou ao menos 34.
O projeto de Xavier foi um substitutivo a outro que já corria na Assembleia. Propunha, entre outras coisas, normas e prazos mais rígidos para licenciamento ambiental de novas barragens, auditorias periódicas de acordo com o dano potencial dos reservatórios e caução para garantir a recuperação ambiental em caso de acidente. 
Também proibia a concessão de licença para construção ou ampliação de reservatório em locais com comunidades próximas ao curso do rio. 
"O objetivo do projeto era fazer o que já acontece no Primeiro Mundo. Não existe mais mineração no modelo que se faz aqui. Enquanto for assim, as pessoas vão continuar morrendo", diz o deputado.
Hernani Lima, professor da Escola de Minas da Universidade Federal de Ouro Preto, defende o aumento do rigor na concessão de licenças para barragens. "Falta uma política melhor. É preciso um Estado mais forte, com pessoas capacitadas, com treinamento e fiscalização", afirma.
Contudo, o professor alerta que o aumento da burocracia, por si só, poderia inibir iniciativas positivas. Um exemplo é o parágrafo que exigia novo licenciamento ambiental para alterações no projeto original de uma barragem.
"Isso poderia até inibir alterações positivas. É muito difícil generalizar. Mas, para ter uma análise caso a caso, é preciso ter uma equipe técnica ambiental bem preparada, o que não vem acontecendo."
Em nota publicada no site do MDB mineiro, Thiago Cota (MDB), um dos três deputados que votaram contra a proposta, afirmou que sua aprovação tornaria inviável a atividade de mineração em MG.
A versão original do projeto continua em tramitação. Ainda que seja menos rígida, traz normas mais rigorosas que as atuais, como o veto à construção de barragens à montante, como a de Brumadinho. 
Esse modelo, mais comum e mais barato, é aquele em que os vários "degraus" da barragem, erguidos a medida que a quantidade de rejeitos aumenta, são feitos contra o barranco ou a parede que dá sustentação à estrutura. Para engenheiros, o método é considerado um dos menos seguros.
Deputados que estiveram em Brumadinho após o rompimento da barragem falam em aproveitar a comoção social por conta da tragédia para aprovar já em fevereiro leis mais rigorosas, tanto no âmbito estadual como federal. Uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) também começa a ser pensada. 
Dos três projetos apresentados na Assembleia após o rompimento de Fundão, em Mariana, apenas um foi aprovado. À época, foi criada uma comissão extraordinária sobre barragens.
A ideia era apertar a fiscalização por meio de novas leis e evitar novas tragédias. Segundo deputados ouvidos pela reportagem, houve pressão de empresas e mineradoras para que as iniciativas da comissão não fossem levadas adiante. 
A única proposta aprovada até agora é a que direciona recursos da taxa minerária para a Secretaria de Meio Ambiente. Antes, a verba era usada até para financiar a Minas Arena, concessão a cargo do estádio do Mineirão. 
Há ainda um outro projeto, encaminhado pelo então governador Fernando Pimentel (PT), que estabelece a política estadual a atingidos por barragens e determina, entre outros, uma política de atendimento em caso de rompimento. Esse nunca foi votado. 
"Houve pressão das empresas", diz o deputado estadual Rogério Corrêa (PT), eleito deputado federal. "Existe esse tipo de pensamento de que muita fiscalização atrapalha o empresário", completa. 
Ele diz que os novos deputados estaduais devem aproveitar o gancho da tragédia para aprovar o quanto antes os demais projetos. "Isso [o desastre] traz prejuízo econômico, o Brasil fica desmoralizado." 
Fonte: Folha de S.Paulo