Continua lucrando: no primeiro trimestre de 2018, a estatal faturou R$ 465 milhões de lucro líquido.
Mesmo obtendo um lucro de líquido de R$ 1 bilhão, em 2017, a CEMIG reajusta as tarifas entre 18,53%, para os consumidores residenciais de baixa renda, e 35,56%, no caso das indústrias, para seus 8,3 milhões de contribuintes, a partir de 28 de maio. É o maior aumento em dez anos (Estado de Minas, 03.04.18).
A CEMIG encerrou o ano de 2017 com lucro líquido de R$ 1 bilhão, três vezes o valor obtido em 2016, quando somou 334 milhões. A receita totalizou R$ 21,71 bilhões, alta de 16% em relação ao período anterior ( Jornal Valor, de 29.03.18).
E segue lucrando ainda mais. "Somente no primeiro trimestre de 2018, a companhia informou que teve lucro líquido de R$ 465 milhões, crescimento de 35,6% em relação ao mesmo período em 2017. (Canal Energia, de 16.05.18).
Cemig joga responsabilidade pra Aneel
A Cemig esclareceu que o reajuste foi calculado pela Aneel e levou em conta principalmente o aumento do custo para se comprar energia. Isso aconteceu em virtude da crise hídrica de 2017, que provocou o acionamento das termelétricas. Como a bandeira tarifária não supriu o custo, a empresa arcou com o gasto extra de R$ 470 milhões.
De acordo com a Aneel, “a revisão tarifária periódica reposiciona as tarifas cobradas dos consumidores após analisar os custos eficientes e os investimentos prudentes para a prestação dos serviços de distribuição de energia elétrica”.
Segundo a Aneel, o reajuste médio de 23,19% se dá pela revisão tarifária periódica, feita pela companhia a cinco anos. Essa revisão “reposiciona as tarifas cobradas dos consumidores após analisar os custos eficientes e os investimentos prudentes para a prestação dos serviços de distribuição de energia elétrica, em intervalo médio de quatro anos”.
O diretor-geral da Aneel, Romeu Rufino, reconheceu que o índice proposto é alto. “Isso reforça a nossa encomenda para melhorar o processo tarifário para evitar, na medida do possível, essa volatilidade no comportamento da tarifa”, afirmou.
De acordo com a Aneel, a diferença de percentual entre os dois grupos é devido ao aumento de custo relacionados à Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), que contribuiu para um aumento do efeito médio de 2,53% na tarifa da Cemig.
Rufino lembrou que, no ano passado, o reajuste da Cemig resultou numa pequena redução tarifária, justamente em razão de efeitos financeiros.
“Então, se conseguirmos colocar algo mais próximo do real na parcela A, conseguiremos mais estabilidade na tarifa, que é o desejado.”(www.ambienteenergia.com.br, 11.03.18).
“Então, se conseguirmos colocar algo mais próximo do real na parcela A, conseguiremos mais estabilidade na tarifa, que é o desejado.”(www.ambienteenergia.com.br, 11.03.18).
A declaração do diretor da Aneel é contraditória. Com o lucro bilionário obtido, não seria o caso de haver redução de tarifas?
O Conselho Administrativo da CEMIG poderia decidir pela redução se o interesse maior não fosse o lucro voraz de acionistas da estatal.
Empresários e produtores protestam e avisam que custos serão repassados
O aumento não repercutiu bem entre empresários e produtores rurais. A Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) informou que o ônus recairá sobre o consumidor, que pagará, em média 2% a mais nos produtos comercializados pelo varejo.
“A população não tem como arcar com tantos reajustes”, disse Bruno Falci, presidente da CDL.
A Federação da Agricultura e Pecuária de Minas Gerais (Faemg) também repudiou o reajuste e informou que poderá haver alta no preço de alimentos. “ As consequências serão a queda na produção e o aumento no preço dos alimentos”, afirmou em nota o presidente da Faemg, Roberto Simões.
Conforme ele, cerca de 10% dos consumidores da Cemig são rurais.
“O aumento da tarifa de energia afeta diretamente o setordo agronegócio, que é cada vez mais eletrodependente, especialmente nos últimos anos, quando houve investimentos elevados em tecnologia, automatização, industrialização no meio rural. A isto se somam as necessidades de irrigação, aquicultura, criação de aves e suínos e produção de leite, que utilizam energia intensivamente", completou.
MAB denuncia o golpe do aumento das tarifas de energia
Aumento de 45% será pago pelos consumidores
O Governo Temer e ANEEL autorizaram novos aumentos nas contas de luz. Se o aumento fosse aplicado todo de uma só vez, significaria 45% de aumento total nas contas de luz.
O valor de R$ 62,2 bilhões (ano base 2017) será cobrado do bolso do povo brasileiro através das contas de energia elétrica nos próximos oito anos, com aumentos parcelados até 2024.
O bilionário valor será destinado para nove empresas de energia elétrica donas de LT. O dinheiro é referente a uma suposta indenização sobre 85.000 Km de linhas e que foi autorizado através de uma portaria (120/2016) assinada pelo então Ministro de Minas e Energia do PMBD, publicada no Diário Oficial da União, uma semana depois da histórica votação no Congresso Nacional do impeachment da presidenta Dilma.
Em 21 fevereiro de 2017, a Agencia Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) quantificou e autorizou que estes valores sejam aplicados em forma de aumentos futuros para que sejam cobrados dos consumidores.
Energia virou mercadoria de lucros fáceis para acionistas e especuladores
Este quadro de especulação e constantes aumentos nas tarifas de energia elétrica são resultado e consequência do país ter adotado um modelo privado de energia, que transformou a energia em mercadoria, controlada por transnacionais e banqueiros que exploram e especulam cada vez mais para aumentar seus lucros, já extraordinários.
O povo brasileiro não pode e não deve aceitar pagar a conta que já pagou! É preciso mudar por completo o modelo elétrico de mercado para uma política energética nacional que garanta soberania, distribuição da riqueza e o controle popular. (www.mabnacional, 02.03.17).
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