No dia 9 de janeiro de 2003, no primeiro mês de governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ele assinou a Lei 10.639/2003.
Ela diz: “O calendário escolar incluirá o dia 20 de novembro como ‘Dia Nacional da Consciência Negra”. É uma das primeiras leis que o ex-presidente assinou.
O poeta Cláudio Bento, da cidade de Jequitinhonha, publicou um poema Coisa de Preto que foi musicado por Rubinho do Vale.
COISA DE PRETO
Para William Waack
Coisa de preto
É blue
É samba
É soul
É blue
É samba
É soul
Coisa de preto
É a mão do preto
Na batida do tambor
É a mão do preto
Na batida do tambor
Coisa de preto
É mandinga
É candombe
É cangerê
É mandinga
É candombe
É cangerê
Coisa de preto
É a risada do preto
Na batida do afoxé
É a risada do preto
Na batida do afoxé
Coisa de preto
É berimbau
É capoeira
É candomblé
É berimbau
É capoeira
É candomblé
Coisa de preto
É moqueca
É farofa
É caruru
É moqueca
É farofa
É caruru
Coisa de preto
É odara
É senzala
É quilombo
É odara
É senzala
É quilombo
Coisa de preto
É raça
É coragem
É amor
É raça
É coragem
É amor
Coisa de preto
É a mão do preto
Na pisada do agogô
É a mão do preto
Na pisada do agogô
Cláudio Bento
Novembro 2017
Novembro 2017
SOLIDARIEDADE, SIM, MAS COERÊNCIA TAMBÉM
Você, que ficou calado quando Moro vazou conversa da presidente da República com Lula e da mulher do Lula com os filhos;
você, que viu e não reagiu quando o JN e toda a imprensa divulgaram tais gravações ilegais de maneira escandalosa, sem qualquer censura ou cuidado ético;
você, que agora se revolta quando vazam conversa de jornalista com fonte.
Alguém está vendo sua incoerência ou sua indignação seletiva.
Alguém fará você lembrar daquele poema do pastor Niemoller:
você, que viu e não reagiu quando o JN e toda a imprensa divulgaram tais gravações ilegais de maneira escandalosa, sem qualquer censura ou cuidado ético;
você, que agora se revolta quando vazam conversa de jornalista com fonte.
Alguém está vendo sua incoerência ou sua indignação seletiva.
Alguém fará você lembrar daquele poema do pastor Niemoller:
"Quando os nazistas levaram os comunistas, eu calei-me, porque, afinal, eu não era comunista. Quando eles prenderam os sociais-democratas, eu calei-me, porque, afinal, eu não era social-democrata. Quando eles levaram os sindicalistas, eu não protestei, porque, afinal, eu não era sindicalista. Quando levaram os judeus, eu não protestei, porque, afinal, eu não era judeu. Quando eles me levaram, não havia mais quem protestasse".
Ou alguém pode lembrar a você estes versos de "No caminho com Maiakovski", de Eduardo Alves da Costa:
Tu sabes,
conheces melhor do que eu
a velha história.
Na primeira noite eles se aproximam
e roubam uma flor
do nosso jardim.
E não dizemos nada.
Na Segunda noite, já não se escondem:
pisam as flores,
matam nosso cão,
e não dizemos nada.
Até que um dia,
o mais frágil deles
entra sozinho em nossa casa,
rouba-nos a luz, e,
conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.
E já não podemos dizer nada.
conheces melhor do que eu
a velha história.
Na primeira noite eles se aproximam
e roubam uma flor
do nosso jardim.
E não dizemos nada.
Na Segunda noite, já não se escondem:
pisam as flores,
matam nosso cão,
e não dizemos nada.
Até que um dia,
o mais frágil deles
entra sozinho em nossa casa,
rouba-nos a luz, e,
conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.
E já não podemos dizer nada.
EM TEMPO: recebi e compartilho uma correção. O poema que atribui inicialmente a Maiakovski tem outro autor, o brasileiro Eduardo Alves da Costa. De qualquer forma, é um belo poema e diz o que eu queria dizer:
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