Grão Mogol: Cemig quer vender área ambiental ao lado do Lago da Hidrelétrica de Irapé

Empresa diz que àrea não possui restrições e não é de preservação ambiental.

Foto: Gazeta de Araçuai

Área colocada à venda há 20 dias, apresenta bioma do Cerrado que é protegido por lei e está ameaçado.

 A CEMIG- Centrais Elétricas de Minas Gerais- colocou à venda uma àrea de 462 hectares da Fazenda Ribeirão das Piabanhas, que fica ao lado do Lago da Usina Hidrelétrica de Irapé, no município de Grão Mogol, no Vale do Jequitinhonha, no norte de Minas.

A venda está sendo feita por meio de licitação que foi aberta nesta segunda-feira (31/7) através do pregão eletrônico. O lance mínimo é de R$ 382.136.25 que podem ser parcelados em até 48 vezes. O edital com todas as informações já está disponível no portal de compras da Cemig. Além da fazenda, existem mais outros 15 imóveis que a empresa colocou à venda.

Área está a 2 km do Lago de Irapé e a menos de 600 metros da subestação da Cemig.

Moradores de Lelivéldia, distrito de Berilo que fica a 7 km da  Hidrelétrica de Irapé , acreditam que a Cemig colocou o imóvel à venda para não investir em preservação ambiental.

Moradores da região informam que área é local de sobrevivência de papagaios ameaçados de extinção.

“ No local existem várias nascentes e é região onde ainda podem ser encontrados papagaios que estão em extinção”, alertam os moradores.

O receio  dos moradores é que a iniciativa comprometa ainda mais a qualidade ambiental da região que está prestes a abrigar uma usina termelétrica que será construída ainda este ano pela empresa Myrthos Energia, do Rio de Janeiro. A obra está em fase de Licença de Instalação (LI).

A região apresenta grandes plantios de eucalipto e a àrea colocada à venda pela Cemig, apresenta bioma do cerrado que é protegido por lei. A fazenda também está próxima da maior reserva de minério de ferro da região. abrangendo os municípios de Salinas e Grão Mogol. A exploração será feita a céu aberto e envolve empresas como a Votorantin, MIBA (Minerações Minas-Bahia) e o conglomerado japonês Mitsubishi. 

A Cemig informou que  a venda não depende de autorização legislativa e que não  existem restrições com relação à área que não é de preservação ambiental.

Repórter Sérgio Vasconcelos, na Gazeta de Araçuaí