Formado por mulheres que lutam contra o machismo em suas diversas faces, o Coletivo Flor de Março surgiu no ano de 2016 com o objetivo de discutir e combater o problema dentro e fora de Turmalina.
Graduadas em Serviço Social, Isabel Gonçalves e Viviane da Silva Ribeiro são participantes ativas do grupo e contaram o início do projeto. De acordo com elas, a idéia surgiu a partir da vontade de unir mulheres para discutir sobre o tema, resgatando o contato entre elas e criando debates sobre o assunto.
“Se cada mulher que chegar até nós para falar ou escutar a discussão do Coletivo, conseguir enfrentar e sair de uma situação de violência, já é um grande ganho”, disseram durante a entrevista.
“O grupo é formado por mulheres que enfrentam a violência, discutem machismo, dignidade, mundo do trabalho, dentre outros assuntos”, disse Viviane da Silva.
A ativista Isabel Gonçalves completou: “apesar de ser formado apenas por mulheres, o Coletivo também deverá tratar o problema com os homens, sem ferir o princípio da auto-organização do grupo”.
De acordo com elas, por se tratar de um movimento novo na cidade, havia um certo medo de como seriam vistas.
Então, estudaram uma maneira d transmitir para as outras pessoas a mensagem que desejavam. Quando, enfim, decidiram atuar de forma mais firme nas redes sociais.
AÇÃO
O Coletivo se manifestou sobre um caso de femínicidio, ocorrido em Turmalina.
O protesto ocorreu em dois momentos: a primeira ação na Câmara Municipal, e a segunda, em uma caminhada com o apoio de uma escola da cidade.
Com o resultado das ações e do esforço, Turmalina recebeu o coletivo e a maioria das pessoas “abraçou a causa”.
A partir destas ações, o grupo começou a receber um grande número de mulheres nas reuniões. “Agradecidas” pelo sentimento de representatividade,que continuam estimulando o grupo a manter as ações.
CULTURA DO ESTUPRO
Um assunto sério que o grupo trata é a chamada “cultura do estupro”.
Essa cultura está presente nas relações sociais de formas, às vezes sutis, e outras, escancaradas.
“Sabemos que as mulheres, apesar de serem vítimas de um modelo cruel de sociabilidade, são ao mesmo tempo culpabilizadas. Portanto é, sem dúvidas, uma pauta que iremos sempre levantar: o fim da cultura do estupro,” declarou Isabel.
ENCONTROS
As reuniões acontecem com a organização das próprias participantes.
Cerca de 25 pessoas vão até a Biblioteca Municipal pelo menos uma vez por mês .
As pautas têm caráter de formação e organização de atividades, e estão abertas para a participação de mulheres que queiram conhecer e lutar pela causa.
Fonte: Gazeta dos Vales
Nenhum comentário:
Postar um comentário