Trabalhadores rurais realizaram grandes manifestações em 13 cidades de Minas Gerais.
Unidos
num só protesto, trabalhadores e trabalhadoras rurais, mobilizados
pela Fetaemg, movimentaram o Estado na manhã desta quarta-feira (15.02)
para protestar contra a reforma da Previdência Social, a PEC 287. A
manifestação aconteceu simultaneamente nas 13 Gerências Regionais
do INSS no Estado, reunindo, em todo, aproximadamente 100 mil
trabalhadores e trabalhadoras do campo e da cidade.
Passeata em Teófilo Otoni ocupou as avenidas com adesão da população.
As manifestações aconteceram em Belo Horizonte, Barbacena, Diamantina, Divinópolis, Governador Valadares, Juiz de Fora, Montes Claros, Ouro Preto, Poços de Caldas, Teófilo Otoni, Uberaba, Uberlândia e Unaí.
Em Teófilo Otoni e Diamantina, Gerências do INSS dos Vales do Mucuri e Jequitinhonha, os manifestantes somaram mais de 8 mil pessoas. De quase todos os os mais de 80 municípios da região, partiram Vans e ônibus lotados de trabalhadores rurais e também da cidade.
Manifestantes de Itaobim estiveram presentes em Teófilo Otoni.
Em Governador Valadares, cerca de 15 mil manifestantes tomaram as ruas da cidade, indo até a sede o INSS.
Montes Claros: Mais de 5 mil manifestantes de 76 municípios do norte de Minas
Uma caminhada em protesto à proposta de reforma da Previdência Social foi realizada em Montes Claros, no norte de Minas, na manhã desta quarta-feira (15.02). Sindicatos de trabalhadores rurais organizaram a manifestação e reuniram, no Centro da cidade, mais de 5 mil manifestantes, entre trabalhadores e aposentados.
Mais de 5 mil pessoas participaram do protesto contra a reforma da previdência em Montes Claros (Foto: Juliana Gorayeb/G1)
Manifestações em 13 cidades de Gerências Regionais do INSS
Logo
cedo trabalhadores e trabalhadoras rurais já estavam a postos. Aos
poucos as ruas foram sendo ocupadas e tomadas pela cor verde,
representando os trabalhadores do campo para dizer NÃO à reforma da
Previdência e nenhum direito a menos!
Em todas as regiões os
protestos ganharam a simpatia das pessoas que apoiaram a iniciativa.
E mais uma vez, a Fetaemg, junto com seus Sindicatos, conseguiram
mostrar a sua força de organização e mobilização para lutar
contra a reforma da Previdência Social, que prejudica principalmente
os rurais.
Em
algumas regiões as rodovias também foram ocupadas pelos
manifestantes com o intuito de chamar ainda mais atenção do governo
e da sociedade.
Presidente da FETAEMG, Vilson Luiz, esteve presente em Divinópolis, no oeste de Minas.
O
presidente da Fetaemg, Vilson Luiz da Silva, que conduziu
manifestação em Divinópolis, explica que é histórico a política
de expulsão do homem do campo, com falta de política pública,
falta de condições básicas de sobrevivência e permanência de
nosso povo na roça. Essa reforma sendo aprovada, os trabalhadores rurais serão
mais uma vez, os mais penalizados, em razão de ser praticamente a
única fonte de renda das famílias no meio rural. Para o presidente,
a proposta de alteração da idade mínima para aposentadoria é um
dos pontos mais cruéis e explica pelo menos duas condições
específicas da atividade rural que justificam a manutenção da
idade de aposentadoria do homem, aos 60, e da mulher, aos 55 anos: o
início precoce da atividade laboral e o trabalho penoso em baixo de
sol e de chuva.
Em Governador Valadares, os trabalhadores protestaram em frente à Gerência Regional do INSS.
Trabalhadores rurais começam a trabalhar mais cedo, ainda criança
Segundo
dados divulgados na Nota Técnica nº 25, IPEA, 2016, a grande
maioria dos trabalhadores e trabalhadoras rurais começa a trabalhar
antes dos 14 anos (78% dos homens e 70% das mulheres). Essa é uma
informação importante para demonstrar que os trabalhadores e as
trabalhadoras rurais, pelas regras atuais, já trabalham mais de 40
anos para ter acesso a uma aposentadoria de um salário mínimo.
Não há Déficit
na Previdência
A existência de déficit na Previdência Social é contestada pela
Fetaemg e por diversas organizações renomadas no País, como a
Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do
Brasil (Anfip), o Instituto Brasileiro de Direito Previdenciário
(IBDP), o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos
Socioeconômicos (Dieese), e pelas centrais sindicais, por exemplo. A
Previdência Social é vinculada ao Sistema de Seguridade Social
(artigos 194 e 195 da Constituição Federal), que é financiado por
diversas fontes de contribuição, inclusive sobre a venda da
produção agrícola, que dão sustentabilidade a todo o sistema e
garante o pagamento dos benefícios.
A
Fetaemg defende que ao invés de retirar direitos dos trabalhadores e
das trabalhadoras, o governo deveria combater a sonegação fiscal
das grandes empresas, que ultrapassa os R$ 500 bilhões de reais, de
acordo com o Instituto de Estudos Socioeconômicos. Desta forma,
haverá mais dinheiro para ser investido nas áreas que realmente
necessitam, como saúde, segurança, educação e outros.
A
Fetaemg, que sempre lutou para garantir os direitos dos trabalhadores
na Constituição de 1988, não aceitará que eles paguem a conta dos
rombos dos cofres públicos. É hora protestar e mostrar ao governo
que todos estão fortes e unidos e não aceitarão a violação de
seus direitos garantidos constitucionalmente.
Em Teófilo Otoni, o protesto começou às 9 horas , em frente ao SAMU, de onde os manifestantes seguiram em marcha até a Agência do INSS, à Rua José de Souza Nunes, no Bairro Marajoara.
- Contra a #ReformaDaPrevidência! Na Avenida Amazonas, em BH, em frente à sede da Previdência Social.
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