Cezar estava no 8º ano do ensino fundamental da Escola Estadual de São Sebastião do Maranhão, no Vale do Rio Doce. Como treineiro, com 14 anos, fez a prova do ENEM.
Arquivo/SRE Guanhães
A professora de Cezar conta que os projetos de incentivo à leitura são constantes na escola
O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) teve 6.193.565 de candidatos fazendo as provas nos dias 8 e 9 de novembro de 2014. Mas só 250 deles conseguiram a nota máxima na redação. Entre eles, uma surpresa: Cezar Vitor Vieira Pinheiro, de 14 anos, que no ano passado, quando fez a prova, ainda cursava o 8º ano do ensino fundamental na Escola Estadual de São Sebastião do Maranhão, no município de mesmo nome, no Vale do Rio Doce.
Além da idade, Cezar tinha mais um desafio para superar e conseguir sua nota máxima. Depois de uma febre alta quando tinha três anos, o adolescente teve perda auditiva de 50% em cada ouvido. Mas isso não atrapalha nos estudos, como reflete o resultado: as notas de Cezar em todas as áreas de conhecimento foram mais altas que a média nacional.
Na área de Ciências Humanas e suas tecnologias, ele ficou com 581,7, enquanto a média nacional foi de 533,18. Em Ciências da natureza e suas tecnologias foi 525,1, maior que a média 486,28. Já em Linguagens, códigos e suas tecnologias ele teve 558,1, contra os 502,52 da média do País. Em Matemática e suas tecnologias ele fez 610,9 e a média nacional foi 544, 43.
Para o estudante, não é cedo demais para começar a se preparar. “Fiz como treineiro. Queria testar meus conhecimentos e como uma forma de começar a me preparar para quando estiver no 3º ano do ensino médio”, conta Cezar. Como ainda não está no ensino médio, o que mais complicou a prova para o estudante foram as disciplinas dessa etapa de ensino. “As dificuldades foram nas questões de Química e Física, porque são matérias que eu ainda não vi”.
Cezar não fez nenhuma preparação especificamente para essa prova, mas os estudos fazem parte do seu dia a dia. E com uma mãe que é professora não poderia ser diferente. “Desde criança sempre teve horário de estudo, uma média de duas horas por dia. Às vezes mais, quando tem alguma prova. O papel da família na escola é importante demais. A gente tem que ter uma parceria, a família fazendo sua parte, não tem como não dar certo”, conta Vicentina Vieira Pinheiro, que dá aula de Matemática na mesma escola onde Cezar estuda.
Esse resultado é mais uma motivação para o estudante se dedicar aos estudos. “Vou querer melhorar meu resultado a cada ano”, diz.
Muita leitura por uma nota mil
O prazer de Cezar pela leitura também é um fator que deve ser contabilizado como responsável pela nota mil. “O segredo de uma boa redação é ler muito”, afirma, categórico, o estudante.
A professora de Língua Portuguesa Eloisa Godinho, que ensinou a disciplina na turma de Cezar no ano passado, conta que o incentivo à leitura é constante na escola. São visitas semanais à biblioteca, relatos, fichas literárias, exposição, tanto em sala de aula quanto na biblioteca. “Despertar o gosto pela leitura não é uma tarefa fácil. O ambiente familiar e apoio da família fazem a diferença. A escola é uma grande incentivadora, mas a família tem um papel fundamental, no momento em que presenteia com um livro e que tem horário de estudo”.
A educadora destaca, ainda, que não é só o livro na mão que demonstra se seus alunos estão lendo. “Na escola temos outros alunos leitores. Os alunos lêem o tempo todo, mesmo que seja no celular, e estão em contato com o mundo da leitura”, conta.
Onde fica São Sebastião do Maranhão
Fonte: Agência Minas.
São Sebastião do Maranhão é um município de Minas Gerais. Tem uma população de 10.646 habitantes, sendo 3.250
pessoas na zona urbana, segundo o IBGE, estimativas para 2014..
Está situado na microrregião de
Peçanha, no Vale do Rio Doce, na divisa com o Vale do Jequitinhonha. Faz divisa
com os municípios de Itamarandiba, Aricanduva, Água Boa, Frei Lagonegro,
Santa Maria do Suaçuí, São José do Jacuri e José Raydan, estando a 351 km de
Belo Horizonte.
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