Protesto foi realizado na tarde desta sexta-feira (24.10), no centro de Turmalina, no Alto Jequitinhonha, nordeste de Minas. Pelo menos cinco mulheres denunciaram o médico.
Dezenas de mulheres, pacientes e ex-pacientes do ginecologista M.P.C.S, se reuniram na tarde desta sexta-feira, 24 de outubro, para protestarem contra a prisão preventiva do profissional, investigado por crimes sexuais em Turmalina e Capelinha, no Vale do Jequitinhonha.
O médico foi preso na última sexta-feira (17), no posto de saúde do bairro Pau D’Óleo e continua na cadeia pública da cidade, após ter o pedido de relaxamento de prisão negado pela Juíza da Comarca de Turmalina.
Com cartazes em punho, as manifestantes clamaram pela liberdade do médico, que de acordo com vários relatos é um profissional exemplar e muito querido por todos no município. Várias publicações em redes sociais acusam as denunciantes de mentirosas e que o médico seria incapaz de cometer tais atos.
Protesto foi realizado na tarde desta sexta-feira (24)
Protesto foi marcado para contestar TV Alterosa
Dezenas de mulheres participaram no final da tarde desta sexta-feira, 24, de uma manifestação pacífica na principal praça de Turmalina, portando cartazes e faixas, reivindicando a liberdade para o médico ginecologista que está preso na cadeia da cidade há uma semana. O grupo era formado principalmente por pacientes do ginecologista, que trabalhava no Hospital São Vicente e no Posto de Saúde da Família do Bairro Pau D´Óleo prestando atendimento pelo SUS.
A manifestação foi marcada após as mulheres tomarem conhecimento de que uma equipe de reportagem da TV Alterosa iria hoje à cidade para gravar depoimentos sobre o caso. Apesar de o caso correr sob segredo de Justiça, a emissora divulgou, no programa TV Verdade, apresentado pelo jornalista Ricardo Carlini, o nome, fotos e imagens do médico. “Quando soubemos que a TV Alterosa iria voltar à cidade e ouvir o outro lado, já que a primeira matéria somente mostrou a parte que o acusava, a gente resolveu se reunir no coreto da praça para dar nossos depoimentos. Uma pessoa foi ligando para a outra, e também colocamos no Facebook”, conta uma das líderes do movimento que pede a soltura do médico.
A senhora, que foi ao ato na praça de Turmalina acompanhada do marido e de uma criança que, segundo o casal, nasceu após um tratamento de fertilização orientado pelo médico, conta que outros casais também se dispuseram a defender a conduta do ginecologista. Praticamente todas as participantes do ato se ofereceram para a equipe para prestar depoimentos inocentando o médico.
O profissional foi preso após cinco pacientes terem relatado estranhamento nas suas consultas, devido a toques e estímulos constrangedores. Desde que a prisão do médico se tornou pública, por meio principalmente dos blogs e portais da região que divulgaram o fato na segunda-feira, 20, o assunto “viralizou” nas redes sociais com inúmeras manifestações a favor do médico. O questionamento principal é quanto à prisão precipitada do médico e a execração pública que vem sofrendo, pois, apesar de o inquérito correr sob segredo de Justiça, tanto o nome como fotos e mesmo imagens gravadas do médico foram vazadas para diversos meios de comunicação. As investigações estão sendo conduzidas pelo delegado Felipe Pontual, que efetuou a prisão do médico na sexta-feira, 17.
Na quarta-feira, a juíza Carolina Rodrigues, da Comarca de Turmalina, negou o pedido de relaxamento da prisão do médico, o que levou seus advogados a prepararem um pedido de habeas-corpus para ingresso junto ao Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), em Belo Horizonte.
O profissional completará amanhã, sábado, 37 anos de idade. Ele é casado e pai de dois filhos. Segundo familiares, o médico formou-se em medicina no Estado do Rio de Janeiro e especializou-se em ginecologia e obstetrícia no Espírito Santo. Lá atuou por muitos anos, até decidir-se por mudar com sua família para Capelinha, buscando, segundo familiares, mais tranquilidade e qualidade de vida, pois estava assustado com a escalada de violência nas cidades grandes. O médico trabalhou por um tempo em Capelinha e depois mudou-se para Turmalina.
Publicação do Portal de Capelinha.
Investigações
A prisão do médico foi solicitada pelo Delegado, Dr. Felipe Pontual Meira Rosa, após cerca de dois meses de investigações, que começaram depois que quatro vítimas procuraram a Polícia Civil para denunciar o profissional.
De acordo com o delegado, o ginecologista usava de fraude para praticar os atos libidinosos, dizendo que a forma como examinava as pacientes fazia parte de um protocolo de atendimento na área de ginecologia.
Conforme a investigação, o médico negava a entrada de enfermeiras ou acompanhantes para o atendimento às pacientes e, muitas vezes, não fazia uso de luvas. Ele também tentava masturbar as mulheres que, ao perceberem, interrompiam o ato. Ainda segundo a polícia, enquanto atendia em outra cidade, ele expôs o órgão sexual sem que a vítima percebesse e tentou penetrá-la.
Ainda de acordo com Felipe Pontual, o crime do qual o médico é suspeito está previsto no artigo 215 do Código Penal Brasileiro como “violação sexual mediante fraude”, que é quando o criminoso engana a vítima para praticar o abuso sexual. Conforme o delegado, as vítimas costumam suspeitar que algo está errado, mas não poderiam afirmar que era um crime. “Nesse caso, ele utiliza do ardil dizendo que faz parte do exame, mas não faz. É importante para que outras vítimas vejam e possam procurar (a polícia)”, explica o delegado. A pena para este crime varia de dois a seis anos de prisão.
O que diz a defesa?
O advogado de defesa do médico, que não quis ter o nome divulgado, informou que algumas notícias veiculadas causaram estranheza, uma vez que o inquérito ainda está em tramitação, mas que o médico sequer figura como indiciado, apenas investigado, e que confia plenamente na inocência do suspeito, haja vista a manifestação e a comoção da população a favor dele.
Relaxamento de prisão
O pedido de relaxamento de prisão do ginecologista foi negado na tarde de quarta-feira, 22 de outubro, pela Juíza da Comarca de Turmalina, Caroline Rodrigues. Com a negação, a defesa do médico informou que iria providenciar um pedido de habeas corpus junto ao Tribunal de Justiça de Minas Gerais.
Fotos do movimento
(Créditos: Duarth Fernandes)
Protesto foi realizado na tarde desta sexta-feira (24)
Protesto foi realizado na tarde desta sexta-feira (24)
Protesto foi realizado na tarde desta sexta-feira (24)
Protesto foi realizado na tarde desta sexta-feira (24)
Protesto foi realizado na tarde desta sexta-feira (24)
Protesto foi realizado na tarde desta sexta-feira (24)
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