viva nossa são paulo do brasil
Ricardo Fonseca
Como não pensar São Paulo sem: garoa, floresta de concreto, cinza celeste, sanduíche de "mortandela" do Mercado Central, meninas da Augusta...
"Alguma coisa acontece no meu coração, que só quando cruza a Ipiranga e Av. São João, é que quando eu cheguei por aqui eu nada entendi, da dura poesia concreta das tuas esquinas, da deselegância discreta de tuas meninas, ainda não havia para mim Rita Lee, a tua mais completa tradução, alguma coisa acontece no meu coração, que só quando cruza a Ipiranga e Av. São João," diz a letra da música "Sampa" de um tal jovem cabeludo chamado Caetano Veloso , que se tornou o hino oficial da Bohemia paulistana.
Musa inspiradora da famosa "Paulicéia Desvairada" de 1922, do modernista Mário de Andrade - primeira obra literária de vanguarda do Brasil - faz 460 anos de grandes delírios e muitos desvarios urbanos.
"São Paulo! comoção da minha vida...
Os meus amores são flores feitas de original...
Arlequinal!... Traje de losangos... Cinza e Ouro...
Luz e bruma... Forno e inverno morno...
Elegâncias sutis sem escândalos, sem ciúmes...
Perfumes de Paria... Arys!
Bofetadas líricas no Trianon... Algodoal!
São Paulo! comoção de minha vida...
Galicismo a berrar nos desertos da América!" Mário de Andrade
Os meus amores são flores feitas de original...
Arlequinal!... Traje de losangos... Cinza e Ouro...
Luz e bruma... Forno e inverno morno...
Elegâncias sutis sem escândalos, sem ciúmes...
Perfumes de Paria... Arys!
Bofetadas líricas no Trianon... Algodoal!
São Paulo! comoção de minha vida...
Galicismo a berrar nos desertos da América!" Mário de Andrade
Como não pensar São Paulo sem: garoa, floresta de concreto, cinza celeste, sanduíche de "mortandela" do Mercado Central, meninas da Augusta, manifestações pluri-ideológicas na Paulista, boutiques nos Jardins, corrida no Ibirapuera, exposições no MASP, missa na Sé, peça no Teatro Municipal, show no Anhembi, jogo no Pacaembu, trânsito nas Marginais.
Bugigangas na 25 de Março, roupas no Braz, poluição no Tiête, filme no Belas Artes, jantar no Terraço Itália, estudo na USP, médicos no Sírio Libanês, violência na zona leste, burburinho nos shoppings, barzinhos na Vila Madalena,... (E os outros milhares de lugares incríveis que não couberam aqui por pura falta de espaço físico.)
A São Paulo dos milhões de habitantes e zilhões de visitantes , se brincar na cidade mais cosmopolita do mundo vira bolsa. Um lugar que não dorme, que não se contenta com pouco e onde tudo é mega, inclusive a paciência dos paulistanos para "encarar" o trânsito caótico do dia a dia.
As vezes acho que Minh 'alma é paulistana! Sim, porque minhas ideias coincidem com a dinâmica estratosférica dessa cidade que não dorme. Penso do tamanho de São Paulo, de todos os modelos, cores, sabores e por que não falar das dores? São Paulo dos movimentos sociais, de liberdade de expressão, de muito andar no chão e também não posso esquecer a repressão.
"Do povo oprimido nas filas, nas vilas, favelas
Da força da grana que ergue e destrói coisas belas
Da feia fumaça que sobe, apagando as estrelas
Eu vejo surgir teus poetas de campos, espaços
Tuas oficinas de florestas, teus deuses da chuva
Pan-Américas de Áfricas utópicas, túmulo do samba
Mas possível novo quilombo de Zumbi." Caetano Veloso
E parafraseando o velho poeta Veloso baiano:
Da força da grana que ergue e destrói coisas belas
Da feia fumaça que sobe, apagando as estrelas
Eu vejo surgir teus poetas de campos, espaços
Tuas oficinas de florestas, teus deuses da chuva
Pan-Américas de Áfricas utópicas, túmulo do samba
Mas possível novo quilombo de Zumbi." Caetano Veloso
E parafraseando o velho poeta Veloso baiano:
E os nossos brasileiros passeiam na tua garoa, e os novos brasileiros te podem curtir numa boa. Viva a nossa São Paulo do Brasil.
Publicado no Brasil 247
Ricardo Fonseca é Publicitário, divulgador das causas midiáticas e responsável pelo Blog Propagando
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