Primeiro dia do evento tem destaque na constatação da força e criatividade de mulher do Vale
O III Fórum da Mulher do Vale reuniu no Galpão Cultural de Capelinha, no Alto Jequitinhonha, nordeste de Minas, 297 participantes, em sua maioria mulheres, cerca de 25 homens, além de convidados e equipe da UFMG. O evento é uma promoção do Núcleo de Estudo e Pesquisa sobre a Mulher (Nepem/Fafich/UFMG) e do Polo de Integração da UFMG no Vale do Jequitinhonha (Proex/UFMG), com apoio da Fundação de Arte de Ouro Preto (Faop), Conselho Municipal dos Direitos da Mulher de Capelinha (CMDM) e Prefeitura de Capelinha.
Dezessete municípios do Vale encontram-se representados no evento: Araçuaí, Aricanduva, Berilo, Capelinha, Chapada do Norte, Coronel Murta, Diamantina, Francisco Badaró, Itamarandiba, Itaobim, Itinga, Jenipapo de Minas, Jequitinhonha, Minas Novas, São José dos Campos, Turmalina e Veredinha.
Um misto de emoção e luta, a partir de palestras, depoimentos e performances artísticas, deu início nesta quinta, dia 06.06.13, ao III Fórum da Mulher do Jequitinhonha.
A mesa de abertura contou com a presença do prefeito de Capelinha, José Antônio Alves de Souza; a diretora da FAOP, Gabriela Lopes; a coordenadora do evento, Marlise Matos; a presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher de Capelinha (CMDM), Flávia Fróis, e da representante da comunidade Quilombola Mutuca de Cima, de Coronel Murta, Maria Auxiliadora.
O prefeito Zezinho da Vitalina ressaltou que “ a cidade está orgulhosa de receber tantas mulheres com tantas histórias e de tantas regiões”. O prefeito destacou, ainda, a importância do respeito às mulheres: “quando se fala das mulheres nós todos devemos ter absoluto respeito, afinal de contas, todos nós viemos delas”.
Todas as falas da mesa de abertura destacaram a força e importância da mulher e problematizaram a falta de representação política feminina. Gabriela Lopes destacou que “a mulher tem uma capacidade fantástica de mobilização e organização de coletividades, mas isso não tem se refletido em participação política das mulheres”.
A professora do Instituto de Ciências Agrárias (ICA/UFMG), Flávia Galizoni, apresentou durante a palestra “A mulher rural” dados e perspectivas sobre a temática. Flávia apresentou a dinâmica da agricultura familiar camponesa que gira em torno da terra, do trabalho e da migração. A professora demonstrou, ainda, a importância da agricultura familiar, que segundo pesquisas representa 40% dos alimentos consumidos diariamente no Brasil.
Ao tratar dos pequenos agricultores reproduziu a fala de um agricultor do Vale do Jequitinhonha: “o problema é que o povo aumenta, mas a terra não espicha”. Ela expôs também a dinâmica particular de gestão dessa forma de agricultura que envolve todos os membros da família. “ Trabalho de menino e velho é pouco, mas quem não usa é louco”, afirmou a professora retomando a fala de outro pequeno agricultor.
O primeiro dia de evento contou, ainda, com uma segunda mesa de discussão sobre “Saberes entre gerações”. Já a programação cultural, teve as meninas da Associação de Mulheres de Capelinha e a peça teatral “As mulheres que amam demais”, encenada por jovens de Capelinha. Nos intervalos da programação, as mulheres participantes se reuniram em rodas de cantiga e dança.
Fonte: Portal Pólo Jequitinhonha
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