“Divera, esses meninos só ficam brigando com os zanzotos.”
“Vai banhar cedo porque essa noite vamos ter que ribuçar.”
“Esses meninos vivem de cunlundrio na rodagem.”
![livro](http://madeinrubim.files.wordpress.com/2013/05/7_1_p.jpg?w=178&h=240)
As frases acima são compostas de expressões comuns na cultura de Rubim e região.
Estigmatizado como uma região de extrema pobreza e esquecido pelo poder público, a cultura do Vale do Jequitinhonha vem se sobressaindo aos paradigmas e se mostrando muito rica a estudiosos da comunicação Social. No mês passado a professora Caroline Antunes lançou o DICIONÁRIO DO DIALETO RURAL NO VALE DO JEQUITINHONHA na UFMG, em Belo Horizonte.
A obra é resultado de estudo do vocabulário da língua falada na zona rural de municípios do Vale do Jequitinhonha, desenvolvido a partir da coleta de dados feita no período entre 1980 e 2000, sob a coordenação de Carolina Antunes, professora aposentada da Fale.
Alguns verbetes foram recolhidos em conversas com a população rural, em mercados e feiras; outros, extraídos de estudos sobre o Vale. Na tentativa de equilibrar a presença de todas as regiões do Jequitinhonha, foram necessários mais de dez anos para chegar ao produto final. De acordo com Carolina Antunes, a pesquisa considerou também dicionários da língua portuguesa, um conjunto de glossários de outras regiões do país, além de pesquisas afins.
Com mais de mil verbetes, o dicionário não se limita a dar o significado da palavra; ele contempla também todas as informações importantes à compreensão de cada verbete: traz o léxico, apresenta em negrito a forma como é pronunciada no Vale do Jequitinhonha, informa se está ou não dicionarizado, se é datado e se há informação quanto à etimologia.
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