domingo, 11 de novembro de 2012

Pacotão de combate à seca prevê apenas um investimento em Minas


Os prefeitos de municípios mineiros que sofrem com a estiagem prolongada avaliam que o plano do governo federal contra a seca, anunciado nessa sexta-feira, não contemplou o estado como deveria.

O Vale do Jequitinhonha não é contemplado nas ações anunciadas pelo Governo Federal.
Foto: divulgaçãoPacotão de combate à seca prevê apenas um investimento em Minas
Plano contra a seca foi lançado pela presidenta Dilma durante reunião da Sudene em Salvador. Para o Vale do Jequitinhonha, obras paliativas
O anúncio do pacote de R$ 1,8 bilhão para a prevenção contra a seca ficou bem distante do que esperava a maioria dos municípios mineiros afetados pelos 10 meses de estiagem.

Na primeira fase do plano, que prevê a aplicação imediata de R$ 1,06 bilhão, Minas será contemplada com apenas uma grande obra, a conclusão da Barragem de Mato Verde, no norte de Minas, no valor de R$ 48 milhões.

Na segunda fase, outros R$ 90 milhões estão previstos para o estado, mas esse dinheiro é destinado a obras apenas em Montes Claros.

Ainda foram reservados R$ 12,3 milhões para melhorias no sistema de abastecimento de água em nove cidades mineiras, mas as ações não foram detalhadas para as próprias prefeituras. Para os outros 82 municípios que decretaram situação de emergência por causa da falta de chuva e não foram contemplados restará torcer para que a seca seja menos cruel em 2013 e voltar a reivindicar soluções paliativas.

 Segundo estimativa da Associação dos Municípios da Área Mineira da Sudene (Amams), nas regiões do Vale do Jequinhonha e Mucuri e no Norte do estado, este ano foram mais de 100 mil pessoas que passaram por situações críticas com a falta de água, a maior parte em áreas rurais.

. Outro problema registrado pelo órgão e que vem aumentando cada vez mais é a saída em massa de moradores de pequenos municípios, que procuram médias e grandes cidades como opção de sobrevivência momentânea.

Êxodo
O secretário-geral da Amams, Luiz Lobo, explica que a situação nos últimos 10 meses resultou na pior seca enfrentada pela região em 50 anos e destacou que o êxodo para cidades de médio porte da região acabou criando outros problemas. 
“Houve impacto na agricultura e na pecuária, com morte de animais. Mas para muitos a situação foi crítica também para o abastecimento humano. Cidades de médio porte passam a receber entre 6 mil e 7 mil pessoas, quase uma pequena cidade inteira se mudando de lugar. É um quadro que não se sustenta, com a continuidade do cenário de pobreza”, afirma Lobo.

A reclamação que se repete ano a ano por parte dos municípios mineiros é quanto à falta de projetos maiores para criar novas opções para a população durante os períodos de seca. 
“A seca não se resolve, mas com obras duradouras e consistentes é possível criar opções para os período críticos do ano. Barragens em rios perenes, postos para captação de água de chuva e a perfuração de poços artesianos são algumas das soluções que precisam ser consideradas para nossos municípios de forma mais constante. O governo lança planos e mais planos para melhorar a convivência com a seca, mas a única coisa que vemos na prática são medidas paliativas, com caminhões pipas e cestas básicas todos os anos”, aponta Lobo.
Fonte: Estado de Minas

Nenhum comentário:

Postar um comentário