segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Há 8 anos, prefeitura de Berilo não licita compra para combustíveis


Somente no mês de julho , a prefeitura consumiu 8.727 litros de 
diesel e 3.862 de gasolina.
Foto: DivulgaçãoHá 8 anos prefeitura de Berilo não licita compra para combustíveis
Em Berilo (MG), no Médio Jequitinhonha,nordeste de Minas, existe um posto de abastecimento na cidade e outro no distrito de Lelívéldia
Apesar de manter sua frota rodando normalmente, a prefeitura municipal 
de Berilo, no Vale do Jequitinhonha (MG) não realiza licitação para 
compra de combustíveis, há oito anos.
  
Mesmo contando com  dois postos de combustíveis no município, as compras
de gasolina e diesel são feitas em apenas um-  o Posto Amaral-  pertencente
a um ex-prefeito do município.
  
As últimas administrações se valeram da modalidade “ dispensa de licitação”,
constante na lei 8.666 para adquirir os combustíveis neste posto.
  
Em seu artigo 25 da lei federal 8.666 ( Lei das licitações) , é dispensada licitação
apenas quando for impossível a competição, ou seja a chamada, inexegilibilidade,
que só poderia ser usada, caso houvesse apenas um posto no munícipio.
  
Inexigibilidade, no sentido literal do termo, é aquilo que deixa de ser exigível;
não é obrigatório ou compulsório.

Ainda de acordo com a lei, a comprovação de exclusividade deve ser feita
através de atestado fornecido pelo órgão de registro do comércio do local
em que se realiza a licitação ou a obra ou o serviço, pelo Sindicato,
Federação ou Confederação Patronal, ou, ainda, pelas entidades equivalentes.

No caso da compra de combustíveis, a prefeitura alega que o outro posto 
existente no município, fica a 25 km de distância da sede, no distrito de 
Lelivéldia. E por isso faz contratação por inexigibilidade de licitação.
  
A lei
A obrigação de licitar compra de produtos pela administração publica está 
prevista no artigo 37, inciso 21 da Constituição Federal e assegura igualdade 
de condições a todos os concorrentes.

Para regulamentar esta atividade, foi criada a lei federal 8.666 de 21 de junho 

de 1993, mais conhecida como a Lei de Licitações e Contratos Administrativos. 

“Nunca recebemos sequer carta convite para participar dos processos de 

aquisição de combustíveis”, assegura o proprietário do Posto Cristal em Lelivéldia, 
Marcos Ursine. 

Somente no mês de julho deste ano,  a prefeitura consumiu 8.727 litros de diesel 
e 3.862 de gasolina.

No posto onde a prefeitura abastece,  o preço em setembro ,  estava em R$ 2,35 
para o diesel e R$ 3,05 para a gasolina.

O processo de dispensa de licitação foi feito em janeiro.  Na época, cada litro de
diesel saiu por R$ 2,20 e o de gasolina  R$ 2, 99.

De acordo com o prefeito Lázaro Pereira Neves (PP), pela estimativa de gastos,
ainda restam 44.588 litros que podem ser utilizados pela prefeitura que possui
uma frota de 34 veículos.
Fonte: Gazeta de Araçuaí

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