Flor do Jequi" começou a tomar forma a partir de um convite do fotógrafo Marcelo Oliveira, desejoso de um registro musical que acompanhasse, encartado, o livro "Estórias de Luz II - Outra Narrativa Fotográfica do Vale do Jequitinhonha
Foto: divulgação
O show aconteceu na noite de terça-feira (6) no Museu Inimá de Paula em BH
Em 2006, a cantora Déa Trancoso revolveu o substrato sonoro de sua região, o Vale do Jequitinhonha, com o celebrado álbum "Tum Tum Tum" (relançado em 2010 pela Biscoito Fino).
Em 2011, lançou "Serendipity", de vínculos menos evidentes com sua terra natal. E este ano apresentou, com o auxílio luxuoso do violão de Paulo Bellinati, "Flor do Jequi", que considera seu mergulho mais radical nas próprias raízes.
É o trabalho que o público de Belo Horizonte conferiu mais uma vez transposto para o palco na edição da noite de terça-feira (6.11) do projeto Conexão Vivo no Museu Inimá de Paula.
Acompanhada por Bellinati, Déa apresentou a íntegra do repertório no show .
Ela conta que "Flor do Jequi" começou a tomar forma a partir de um convite do fotógrafo Marcelo Oliveira, desejoso de um registro musical que acompanhasse, encartado, o livro "Estórias de Luz II - Outra Narrativa Fotográfica do Vale do Jequitinhonha". O disco acabou ganhando uma edição avulsa, viabilizada pelo programa Natura Musical.
Sobre o encontro com Bellinati e seu recrutamento para participar do álbum, Déa diz que aconteceu, primeiro, em um Festival de Verão da UFMG, em encontro mediado por Weber Lopes, e depois em um show que ela fez pelo Conexão Vivo e o convidou. "Gostei muito dele, é um cara muito maduro, que tem uma musicalidade serena, forte, consciente. A gente fica encantada quando acha um colo musical", destaca.
Encontros.
Ela conta que, com o projeto aprovado e a verba captada, fez o convite a Bellinati - prontamente aceito. "Nos encontramos em São Paulo, e passei de dez a 15 dias lá, na casa dele, ensaiando muito. Ele queria ver como eu cantava para colocar o violão à disposição do meu fraseado musical", diz.
Responsável pela seleção do repertório, ela salienta que se afinou o máximo possível com a proposta de Marcelo Oliveira. "São peças muito simples, que vêm da umbanda, das manifestações populares do Jequitinhonha e de compositores de lá importantes na minha formação. É um disco mais radical que ‘Tum Tum Tum’, uma declaração definitiva de amor e respeito por aquele lugar, por tudo o que veio antes de mim", diz a cantora.
Quem é Déa Trancoso
Mineira de Almenara, pai e mãe seresteiros, Déa Trancoso não demorou a demonstrar vocação e talento para a música popular.
É uma cantora de emissão firme, que lembra um pouco Inezita Barroso." O reconhecimento é de Tárik de Souza, crítico de música do Jornal do Brasil.
Formada em Jornalismo pela PUC Minas, Déa também estudou técnica vocal, mas jamais abriu mão da sensibilidade e da emoção em seu canto. Depois de vários festivais e shows, participou, em 2002, do CD O Violeiro e a Cantora, a convite do compositor Chico Lobo, viabilizado pela Lei Municipal de Incentivo à Cultura de Belo Horizonte
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