Campanha sem emoções
O clima que
envolve o pleito é morno. Não há impactos nem grandes emoções. Afora uma
ou outra campanha mais acirrada, em função das peculiaridades
regionais, pode-se aduzir que as eleições de outubro deste ano se
inserem entre as mais tranquilas da contemporaneidade. Os motivos
apontam para um conjunto de vetores : 1) economia sob controle; 2)
ausência de grandes novidades; 3) modelos de campanha tradicionais; 4)
saturação de embates entre tucanos e petistas (polarização); desejo de
alteração nos perfis dos gestores, significando tendência para escolher
caras diferentes (não necessariamente o novo); 5) mobilidade social,
significando inserção de milhões de eleitores na classe média e
consequente engajamento de contingentes nas frentes de defesa do
consumidor.
E o mensalão não é novidade ?
Pois é, o
julgamento do mensalão poderia ser considerado uma boa novidade. Mas a
carga negativa que o caso agrega não terá o condão de mudar a posição
dos contingentes eleitorais. Ou seja, tucanos e petistas consolidarão os
pontos de vista já formados. Os petistas começam a falar do mensalão
tucano em MG. Um empate de cargas negativas. Parcela do eleitorado, ante
a tentativa de polarização, tende a optar por uma alternativa,
Russomanno, em São Paulo, por exemplo. Por isso, o uso de FHC na
campanha de Serra, lembrando o mensalão, não resultará em votos. Serão
poucos os eleitores que poderão mudar de voto por conta do apelo de
Dilma por Haddad.
Junto com Aécio
Será difícil uma
composição entre o PSB de Campos e o PSDB de Aécio Neves. A
complexidade de uma aliança desse naipe seria menor se não houvesse no
meio do campo jogadores do porte de Fernando Henrique, José Serra,
Geraldo Alckmin e outros assemelhados em história e fama. Mas em
política, tudo é possível. Até mesmo essa aliança. Que só ganharia
viabilidade se o país entrasse em profunda crise econômica, com sequelas
terríveis sobre o bolso e o estômago do eleitorado. Nesse caso, a
credibilidade do lulismo/petismo seria impactada. A presidente Dilma,
nesse caso, também correria o risco de ser envolta no celofane cinzento
da crise.
Publicado no Blog do Rudá Ricci
Nenhum comentário:
Postar um comentário