A perspectiva de que seria efetuado algum projeto, que levaria embora os pernilongos que atormentam a vida dos kiauzeiros, não se confirmou. E, na opinião do biólogo Manoel Vítor Franco Lemos, professor da Unesp e especialista neste inseto, está longe de acontecer caso não sejam tomadas medidas adequadas.
Na verdade, nada tem sido feito para manter longe os zumbidos e picadas que afligem moradores de todas as regiões da cidade ( menos aqueles que tem e usam ar-condicionado) . E a pergunta que todos fazem é “o que está acontecendo aqui, já que em outros municípios da região a situação não está assim?”
O professor explica que este ano a seca foi muito intensa e não foi feito um controle adequado, o que evitaria que a situação chegasse neste ponto após as chuvas. “O controle químico não é suficiente porque eles estão resistentes. Em 1999 ocorreu uma infestação semelhante em Jaboticabal-SP e foi controlada com bioinseticida, à base da bactéria Bacillus thuringiensis, que produz uma proteína tóxica aos seres de estômago alcalino, como é o caso dos culicídeos”, informou o especialista.
Segundo ele, este bioinseticida é um larvicida e deve ser pulverizado nos córregos, praças e locais de muita vegetação. “A chuva leva as larvas para outros locais e atenua este problema de Culex pipiens, que é um dos mais comuns culicídeos, mas traz outro: o Aedes aegypti”, alertou o biólogo, informando que o bioinseticida é eficaz também neste caso. Manoel Vitor explica que os pernilongos são atraídos por gás carbônico exalado por seres humanos, animais e, à noite, pelas plantas. A fêmea é que pica, já que ela precisa do sangue para completar seu ciclo. Suas larvas são postas na água, de preferência suja e parada. Já o macho se alimenta do néctar das plantas. “Eles vivem, em média, 25 dias, mas infelizmente deixam milhares de descendentes”, brincou o professor, reiterando que o combate biológico, que até agora não foi utilizado, é a única forma de controlar este problema.
O problema maior em Araçuaí, no Médio Jequitinhonha, no nordeste de Minas, é que a situação sequer é discutida onde deveria ser. Temos aqui um fabricante de inseticida biológico que talvez poderia ser ouvido para ajudar no problema, mas será que isso foi feito?? A Câmara Municipal já propôs algum projeto?? Será que a Prefeitura tem um órgão que se dedique a estudar o assunto?? Será que tem alguém preocupado com a economia que o município terá em saúde pública caso consiga controlar o pernilongo e outras pragas locais??
Agora, dorme bem, ARAÇUAI!
Colaboração de Higino Pedro, morador de Araçuaí, é trabalhador da Cemig e membro do Movimento A UFVJM é nossa!
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