Dom Enzo, o bom pastor!
Padre Fabrizzio Clemente Fonseca
Caros irmãos, Padres, Religiosos e Religiosas, Seminaristas, estimado Povo de Deus.
“A vida dos justos está nas mãos de Deus”.
Irmã morte nos visitou!
Visitou-nos e colheu, recolheu algo de bom, de muito bom, o nosso Pastor inesquecível! E por isso, talvez, nos sintamos, hoje, um pouco mais pobres...
“A vida dos justos está nas mãos de Deus”. Agora o temos mais perto de nós! Nessa hora dolorosa o que falar? O Nosso Pastor Dom Enzo foi para os braços do Pai.
Mas logo haveremos de perceber que ele continua sim bem perto de nós de uma forma que ele não conseguia enquanto andava no meio de nós.
Em nome da Diocese de Araçuaí,
Nesta hora de despedida cabe certamente uma palavra sobre a bondade e a grandeza de Deus, refletidas na vida e no serviço que este servo Dom Enzo prestou á Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Na primeira leitura desta missa ouvimos as palavras do livro da Sabedoria: ?A vida dos justos está nas mãos de Deus, e nenhum tormento os atingirá?, e no prefácio desta missa nós vamos rezar: ?para os vossos fiéis Senhor a vida não é tirada, mas somente transformada. Na segunda leitura, ouvimos também que Cristo fez orações e súplicas ao Deus que o podia salvar da morte. No Evangelho Jesus comenta sobre a partida: ?se o grão de trigo não morrer, fica sozinho. Mas se morre, produz muito fruto. Quem tem apego à sua vida, vai perdê-la, mas quem não tem, vai conservá-la para a vida eterna?.
Jesus comparou a morte com uma semente que, germinada, produzirá muitos frutos para a eternidade.
Meus irmãos e irmãs, esses textos de hoje nos mostram que a morte não é a nossa condição definitiva. A nossa condição definitiva é a ressurreição, a salvação.
A Salvação é verdadeiramente a pérola preciosa. Quem a encontra vende tudo, luta para conseguir essa pérola preciosa, mas ela é, antes de tudo, dom de Deus, supera todos os merecimentos.
E o que é a salvação?
É difícil colocar o conteúdo da salvação dentro dos limites de uma definição. Por isso mesmo, a Sagrada Escritura usa diversas imagens. Imagens que falam a nossa inteligência, mas também ao nosso coração, a nossa imaginação, para nos mostrar em que consiste a salvação.
A salvação é comparada a uma ceia. Sabemos, por experiência própria, que a ceia alimenta não só o estômago, o nosso corpo, alimenta também a nossa fraternidade. Então quando a Sagrada Escritura compara o dom da salvação com uma ceia, quer justamente nos mostrar que a salvação será uma fraternidade universal, profunda e completa.
A Sagrada Escritura compara ainda a salvação com uma festa, nós encontramos a festa em todas as culturas, em todos os povos e em todos os tempos. A festa coloca o ser humano num nível superior de existência, marcado pela exultação, pela alegria. Seria muito bom que todo dia fosse uma festa, mas como isso não é possível, o ser humano, de vez em quando, quebra a rotina do cotidiano para celebrar a festa.
E a festa é uma verdadeira refeição moral. Quando termina a festa, ele volta para a luta de cada dia com mais ânimo, com mais força, com mais esperança. Pois bem, a salvação é uma festa eterna, uma festa que já mais termina, mas creio eu, que a imagem mais profunda usada pela Sagrada Escritura para nos dá uma idéia do que seja a salvação, é justamente a imagem da vida.
A salvação é uma vida eterna, uma vida não mais ameaçada pelo sofrimento e pela morte, uma vida que é participação na própria vida de Deus: Pai, Filho e Espírito Santo.
São Paulo que, durante o seu ministério público, já na sua maturidade de apóstolo, recebeu uma grande graça, de fazer por alguns instantes, uma experiência mística muito profunda, uma experiência de comunhão amorosa com Deus, de certo modo, de fazer uma experiência direta de Deus. São Paulo escreveu: ?os olhos já mais viram, os ouvidos jamais ouviram, o coração humano jamais pode pressentir, aquilo que Deus preparou para os seus eleitos. Todos os sofrimentos da vida presente, não tem comparação com a glória que nos está reservada.
E São João no livro do apocalipse refere-se a salvação com palavras belíssimas e, ao mesmo tempo, poéticas: ?quando chegar a salvação, disse São João, não mais haverá sofrimento, não mais haverá morte, luto, pranto, tudo isso terá passado. Na salvação não haverá mais necessidade da luz do sol e da caridade da lua, porque todos seremos iluminados pela glória de Deus?.
Irmão e irmãs, nós estamos, neste momento, celebrando a Eucaristia, que é a celebração da páscoa de Jesus, da vida em plenitude. E para nós cristãos, a morte é, de fato, uma páscoa. Nós passamos dessa condição de uma vida limitada pelo sofrimento e pela morte, para uma vida plena, eterna, participação na própria vida de Deus. Mas essa Eucaristia é, também, pela sua própria natureza, uma grande Ação de Graça.
Agradecemos a Deus o dom da vida que ele concedeu ao Dom Enzo. Vida que não foi esvaziada por ele, vida que não foi vivida no vazio, mas uma vida que foi vivida com intensidade, cheia de serviço à Igreja e ao Povo de Deus principalmente nesta diocese. E logo após receber o dom da vida, da vida biológica, terrena, recebeu no batismo a semente vida eterna.
Esta vida eterna que depois foi alimentada pela Eucaristia, pelos outros sacramentos, esta vida que no Sacerdócio tornou-se vida e missão. E, de fato, o Dom Enzo, como vimos com os nossos olhos, teve a vida inteira, provada na fidelidade a Deus, e hoje ele está recebendo do Pai, do Filho e do Espírito santo, o dom da vida eterna em plenitude.
Portanto, nós estamos celebrando, não tanto a morte, estamos celebrando a ressurreição, a vida em plenitude, estamos celebrando a nossa esperança.
Obrigado Dom Enzo por tudo que fez, obrigado pela sim a Deus, obrigado por ter vindo morar no Vale nossa terra, obrigado por nos convencer que era bonito ser Padre, obrigado por nos fazer perseverar na fé, obrigado meu velho Pastor, desculpa se nós não o compreendemos muitas vezes, mas uma coisa é certa nós o amamos.
Amém!
“A vida dos justos está nas mãos de Deus”.
Irmã morte nos visitou!
Visitou-nos e colheu, recolheu algo de bom, de muito bom, o nosso Pastor inesquecível! E por isso, talvez, nos sintamos, hoje, um pouco mais pobres...
“A vida dos justos está nas mãos de Deus”. Agora o temos mais perto de nós! Nessa hora dolorosa o que falar? O Nosso Pastor Dom Enzo foi para os braços do Pai.
Mas logo haveremos de perceber que ele continua sim bem perto de nós de uma forma que ele não conseguia enquanto andava no meio de nós.
Em nome da Diocese de Araçuaí,
Nesta hora de despedida cabe certamente uma palavra sobre a bondade e a grandeza de Deus, refletidas na vida e no serviço que este servo Dom Enzo prestou á Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Na primeira leitura desta missa ouvimos as palavras do livro da Sabedoria: ?A vida dos justos está nas mãos de Deus, e nenhum tormento os atingirá?, e no prefácio desta missa nós vamos rezar: ?para os vossos fiéis Senhor a vida não é tirada, mas somente transformada. Na segunda leitura, ouvimos também que Cristo fez orações e súplicas ao Deus que o podia salvar da morte. No Evangelho Jesus comenta sobre a partida: ?se o grão de trigo não morrer, fica sozinho. Mas se morre, produz muito fruto. Quem tem apego à sua vida, vai perdê-la, mas quem não tem, vai conservá-la para a vida eterna?.
Jesus comparou a morte com uma semente que, germinada, produzirá muitos frutos para a eternidade.
Meus irmãos e irmãs, esses textos de hoje nos mostram que a morte não é a nossa condição definitiva. A nossa condição definitiva é a ressurreição, a salvação.
A Salvação é verdadeiramente a pérola preciosa. Quem a encontra vende tudo, luta para conseguir essa pérola preciosa, mas ela é, antes de tudo, dom de Deus, supera todos os merecimentos.
E o que é a salvação?
É difícil colocar o conteúdo da salvação dentro dos limites de uma definição. Por isso mesmo, a Sagrada Escritura usa diversas imagens. Imagens que falam a nossa inteligência, mas também ao nosso coração, a nossa imaginação, para nos mostrar em que consiste a salvação.
A salvação é comparada a uma ceia. Sabemos, por experiência própria, que a ceia alimenta não só o estômago, o nosso corpo, alimenta também a nossa fraternidade. Então quando a Sagrada Escritura compara o dom da salvação com uma ceia, quer justamente nos mostrar que a salvação será uma fraternidade universal, profunda e completa.
A Sagrada Escritura compara ainda a salvação com uma festa, nós encontramos a festa em todas as culturas, em todos os povos e em todos os tempos. A festa coloca o ser humano num nível superior de existência, marcado pela exultação, pela alegria. Seria muito bom que todo dia fosse uma festa, mas como isso não é possível, o ser humano, de vez em quando, quebra a rotina do cotidiano para celebrar a festa.
E a festa é uma verdadeira refeição moral. Quando termina a festa, ele volta para a luta de cada dia com mais ânimo, com mais força, com mais esperança. Pois bem, a salvação é uma festa eterna, uma festa que já mais termina, mas creio eu, que a imagem mais profunda usada pela Sagrada Escritura para nos dá uma idéia do que seja a salvação, é justamente a imagem da vida.
A salvação é uma vida eterna, uma vida não mais ameaçada pelo sofrimento e pela morte, uma vida que é participação na própria vida de Deus: Pai, Filho e Espírito Santo.
São Paulo que, durante o seu ministério público, já na sua maturidade de apóstolo, recebeu uma grande graça, de fazer por alguns instantes, uma experiência mística muito profunda, uma experiência de comunhão amorosa com Deus, de certo modo, de fazer uma experiência direta de Deus. São Paulo escreveu: ?os olhos já mais viram, os ouvidos jamais ouviram, o coração humano jamais pode pressentir, aquilo que Deus preparou para os seus eleitos. Todos os sofrimentos da vida presente, não tem comparação com a glória que nos está reservada.
E São João no livro do apocalipse refere-se a salvação com palavras belíssimas e, ao mesmo tempo, poéticas: ?quando chegar a salvação, disse São João, não mais haverá sofrimento, não mais haverá morte, luto, pranto, tudo isso terá passado. Na salvação não haverá mais necessidade da luz do sol e da caridade da lua, porque todos seremos iluminados pela glória de Deus?.
Irmão e irmãs, nós estamos, neste momento, celebrando a Eucaristia, que é a celebração da páscoa de Jesus, da vida em plenitude. E para nós cristãos, a morte é, de fato, uma páscoa. Nós passamos dessa condição de uma vida limitada pelo sofrimento e pela morte, para uma vida plena, eterna, participação na própria vida de Deus. Mas essa Eucaristia é, também, pela sua própria natureza, uma grande Ação de Graça.
Agradecemos a Deus o dom da vida que ele concedeu ao Dom Enzo. Vida que não foi esvaziada por ele, vida que não foi vivida no vazio, mas uma vida que foi vivida com intensidade, cheia de serviço à Igreja e ao Povo de Deus principalmente nesta diocese. E logo após receber o dom da vida, da vida biológica, terrena, recebeu no batismo a semente vida eterna.
Esta vida eterna que depois foi alimentada pela Eucaristia, pelos outros sacramentos, esta vida que no Sacerdócio tornou-se vida e missão. E, de fato, o Dom Enzo, como vimos com os nossos olhos, teve a vida inteira, provada na fidelidade a Deus, e hoje ele está recebendo do Pai, do Filho e do Espírito santo, o dom da vida eterna em plenitude.
Portanto, nós estamos celebrando, não tanto a morte, estamos celebrando a ressurreição, a vida em plenitude, estamos celebrando a nossa esperança.
Obrigado Dom Enzo por tudo que fez, obrigado pela sim a Deus, obrigado por ter vindo morar no Vale nossa terra, obrigado por nos convencer que era bonito ser Padre, obrigado por nos fazer perseverar na fé, obrigado meu velho Pastor, desculpa se nós não o compreendemos muitas vezes, mas uma coisa é certa nós o amamos.
Amém!
HOMILIA DA MISSA DE CORPO PRESENTE DO NOSSO PASTOR DOM ENZO.
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