Diamantina: Festival busca aproximar conhecimento histórico do público leigo
Fonte: João Kleber Mattos – Boletim da UFMG, com dica esperta do Micuim.
Dom João VI, Dom Pedro I, Dom Pedro II, Carlota Joaquina, Condessa de Barral e Chica da Silva são exemplos de figuras que transcenderam os livros didáticos e passaram a frequentar o cinema e obras que misturam história, literatura e narrativa jornalística. Viraram personagens e contribuíram para aumentar o interesse dos brasileiros por sua própria identidade. Em sintonia com esse fenômeno, Diamantina sediará, de 7 a 12 de outubro, a primeira edição do Festival de História (fHist), que pretende aproximar a universidade e o conhecimento histórico do público leigo, principalmente dos estudantes dos ensinos médio e fundamental. A iniciativa é uma parceria entre Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Prefeitura de Diamantina, Revista de História da Biblioteca Nacional e UFMG. A programação inclui oficinas, shows, apresentações musicais e exibição de filmes com temática histórica. O principal destaque é a Tenda dos Historiadores, espaço inspirado nas tendas da Festa Literária de Paraty (Flip), que receberá as 18 mesas de debates a serem ocupadas por 55 expoentes da pesquisa em História no Brasil, entre eles Boris Fausto, Laura de Mello e Souza, Eduardo Bueno, Ronaldo Vainfas, Luiz Mott e Fernando Novaes.
“A realização do evento está, de fato, relacionada à popularização dos temas históricos, sobretudo, pela literatura nos últimos anos”, explica o seu coordenador, Américo Antunes, ao lembrar que as obras que tratam de História do Brasil figuram na lista das mais vendidas nas livrarias de todo país. Segundo ele, esse é um dos motivos para que o fHist seja voltado para o grande público e não apenas para a comunidade acadêmica. “Diante da globalização, emerge a busca por uma identidade cultural própria”, analisa Antunes.
Diamantina foi escolhida não apenas por se constituir em cenário envolto por uma atmosfera histórica. “Também nos preocupamos em sentir a receptividade e a sensibilidade da população em relação ao Festival”, conta Américo Antunes, ao justificar a organização de uma agenda com eventos gratuitos nas ruas e museus.
Pássaros, mito e sombras
A UFMG terá participação marcante no evento, com vários dos professores de seu Departamento de História convidados na condição de debatedores ou mediadores de mesas. No dia 8 de outubro, a professora Regina Horta, do Departamento de História da UFMG, participa da primeira mesa do evento, Os trópicos entre a ciência e natureza. Ela conta que apresentará resultados de trabalho publicado nos Estados Unidos em 2006, intitulado Pássaros e cientistas no Brasil: Em busca de proteção (1894-1938). O estudo aborda o extermínio de pássaros registrado no Brasil durante as primeiras décadas do período republicano, quando o comércio de penas atingiu níveis muito elevados, levando alguns cientistas a se mobilizarem contra a prática.
No domingo, 9 de outubro, na mesa Chica, a verdadeira, a historiadora Júnia Ferreira Furtado abordará seus estudos em torno da figura histórica de Chica da Silva, a ex-escrava que conseguiu penetrar no universo dos brancos na Diamantina do século 18. Parte de seus estudos está contida no livro Chica da Silva e o contratador dos diamantes – o outro lado do mito, publicado pela Companhia das Letras. “Aqui haverá um diálogo entre história e literatura”, comenta Júnia Furtado, referindo-se à participação, em sua mesa, da escritora Ana Miranda, que atualmente escreve um romance sobre a ex-escrava.
Na terça-feira 11, penúltimo dia do evento, a professora Heloísa Starling, também do Departamento de História da UFMG, debaterá a ditadura militar no Brasil. Na mesa Tempos Sombrios, que ocupará ao lado da historiadora Marieta de Moraes Ferreira e sob mediação do professor Rodrigo Patto, da UFMG, Heloísa Starling falará sobre a instituição no Brasil da chamada Comissão da Verdade para investigar casos de violação dos direitos humanos cometidos no país durante o período.
Evento: Festival de História – Festa do ofício e das artes de contar a história
Data: 7 a 12 de outubro
Local: Diamantina
Inscrições: gratuitas para oficinas, shows, apresentações musicais e exibição de filmes; para a Tenda dos Historiadores será cobrada taxa de R$ 80 para profissionais e R$ 30 para estudantes
Programação: http://www.fhist.com.br/
Fonte: João Kleber Mattos – Boletim da UFMG, com dica esperta do Micuim.
Dom João VI, Dom Pedro I, Dom Pedro II, Carlota Joaquina, Condessa de Barral e Chica da Silva são exemplos de figuras que transcenderam os livros didáticos e passaram a frequentar o cinema e obras que misturam história, literatura e narrativa jornalística. Viraram personagens e contribuíram para aumentar o interesse dos brasileiros por sua própria identidade. Em sintonia com esse fenômeno, Diamantina sediará, de 7 a 12 de outubro, a primeira edição do Festival de História (fHist), que pretende aproximar a universidade e o conhecimento histórico do público leigo, principalmente dos estudantes dos ensinos médio e fundamental. A iniciativa é uma parceria entre Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Prefeitura de Diamantina, Revista de História da Biblioteca Nacional e UFMG. A programação inclui oficinas, shows, apresentações musicais e exibição de filmes com temática histórica. O principal destaque é a Tenda dos Historiadores, espaço inspirado nas tendas da Festa Literária de Paraty (Flip), que receberá as 18 mesas de debates a serem ocupadas por 55 expoentes da pesquisa em História no Brasil, entre eles Boris Fausto, Laura de Mello e Souza, Eduardo Bueno, Ronaldo Vainfas, Luiz Mott e Fernando Novaes.
“A realização do evento está, de fato, relacionada à popularização dos temas históricos, sobretudo, pela literatura nos últimos anos”, explica o seu coordenador, Américo Antunes, ao lembrar que as obras que tratam de História do Brasil figuram na lista das mais vendidas nas livrarias de todo país. Segundo ele, esse é um dos motivos para que o fHist seja voltado para o grande público e não apenas para a comunidade acadêmica. “Diante da globalização, emerge a busca por uma identidade cultural própria”, analisa Antunes.
Diamantina foi escolhida não apenas por se constituir em cenário envolto por uma atmosfera histórica. “Também nos preocupamos em sentir a receptividade e a sensibilidade da população em relação ao Festival”, conta Américo Antunes, ao justificar a organização de uma agenda com eventos gratuitos nas ruas e museus.
Pássaros, mito e sombras
A UFMG terá participação marcante no evento, com vários dos professores de seu Departamento de História convidados na condição de debatedores ou mediadores de mesas. No dia 8 de outubro, a professora Regina Horta, do Departamento de História da UFMG, participa da primeira mesa do evento, Os trópicos entre a ciência e natureza. Ela conta que apresentará resultados de trabalho publicado nos Estados Unidos em 2006, intitulado Pássaros e cientistas no Brasil: Em busca de proteção (1894-1938). O estudo aborda o extermínio de pássaros registrado no Brasil durante as primeiras décadas do período republicano, quando o comércio de penas atingiu níveis muito elevados, levando alguns cientistas a se mobilizarem contra a prática.
No domingo, 9 de outubro, na mesa Chica, a verdadeira, a historiadora Júnia Ferreira Furtado abordará seus estudos em torno da figura histórica de Chica da Silva, a ex-escrava que conseguiu penetrar no universo dos brancos na Diamantina do século 18. Parte de seus estudos está contida no livro Chica da Silva e o contratador dos diamantes – o outro lado do mito, publicado pela Companhia das Letras. “Aqui haverá um diálogo entre história e literatura”, comenta Júnia Furtado, referindo-se à participação, em sua mesa, da escritora Ana Miranda, que atualmente escreve um romance sobre a ex-escrava.
Na terça-feira 11, penúltimo dia do evento, a professora Heloísa Starling, também do Departamento de História da UFMG, debaterá a ditadura militar no Brasil. Na mesa Tempos Sombrios, que ocupará ao lado da historiadora Marieta de Moraes Ferreira e sob mediação do professor Rodrigo Patto, da UFMG, Heloísa Starling falará sobre a instituição no Brasil da chamada Comissão da Verdade para investigar casos de violação dos direitos humanos cometidos no país durante o período.
Evento: Festival de História – Festa do ofício e das artes de contar a história
Data: 7 a 12 de outubro
Local: Diamantina
Inscrições: gratuitas para oficinas, shows, apresentações musicais e exibição de filmes; para a Tenda dos Historiadores será cobrada taxa de R$ 80 para profissionais e R$ 30 para estudantes
Programação: http://www.fhist.com.br/
Com a diga do Passadiço Virtual
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