Talentos do Vale
As Maletas de Dona Mu
Iury Fernandes Silva - Francisco Badaró
Chegou!!! É a Festa de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos de Sucuriú, tradicional da cidade!
“Mas espere aí, parece que ela não vem sozinha... Quem será aquela que está acompanhando-a? Bem, ainda não reconheci, mas que é exagerada, eu sei que é! Cinco malas? Que loucura... Ah, já sei! Como pude não reconhecer? É a Dona Mu! É claro, é ela mesma!”
Ela vem como tantos badaroenses ausentes.
Mudança Mudaçalves da Mudasilva, esse é o seu nome completo. Mas para nós (aproximadamente 2.511 moradores da cidade), que lhe somos íntimos, permite-nos chamá-la de Dona Mu.
Dona Mu está presente em toda Festa. Toda mesmo! Que eu me lembre não esteve ausente em nenhuma. Sempre traz consigo muitas malas. Isto é concreto. Porém estas, certamente, vêm para enfeitar as mãos de Dona Mu: Uma revestida de tecidos, a outra toda colorida, outra de cor branca, uma azul com mini-vassouras no centro, e por último uma maleta coberta por milhares de luzinhas.
As maletas dela, não são maletas quaisquer, são especiais.
Quando ela abre a primeira maleta, revestida de tecidos, instantaneamente as pessoas da cidade compram roupa nova.
Assim que abre a segunda maleta, toda colorida, a maioria das pessoas pintam suas casas e a cidade se torna um belo arco-íris.
Ao abrir a terceira, que possui a cor branca, a cal e os pincéis entram em cena, maquiando todas as ruas.
Quando abre a maleta azul, as mini-vassouras crescem e se multiplicam, cuidando da limpeza, deixando impecável cada cantinho da cidade.
E a maleta com milhares de luzinhas? É responsável pela boa iluminação, que clareia ao anoitecer todos os bairros.
Dona Mudança coloca em ação as suas maletas, e como o nome já disse, modifica a nossa vida, a nossa casa, nossa rua, nosso bairro, modifica a nossa cidade.
Mas “Tudo que é bom, dura pouco”. Após mais ou menos um mês, Dona Mu vai embora.
As roupas já se tornam comuns, perdem um pouco o seu valor. As casas, com o passar do tempo, deixam de ser tão coloridas, parecem ficar apagadas... A cal, como num passe de mágica, desaparece. As ruas ficam sujas, a iluminação fica a desejar...
A cidade perde a graça! É preciso que se passem mais 365 dias para que Dona Mu volte e a modifique novamente.
Iury Fernandes Silva
Aluno do 9º ano A da Escola Estadual Cônego Figueiró - 2010
Francisco Badaró, no Médio Jequitinhonha, nordeste de Minas Gerais
Iury Fernandes Silva - Francisco Badaró
Chegou!!! É a Festa de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos de Sucuriú, tradicional da cidade!
“Mas espere aí, parece que ela não vem sozinha... Quem será aquela que está acompanhando-a? Bem, ainda não reconheci, mas que é exagerada, eu sei que é! Cinco malas? Que loucura... Ah, já sei! Como pude não reconhecer? É a Dona Mu! É claro, é ela mesma!”
Ela vem como tantos badaroenses ausentes.
Mudança Mudaçalves da Mudasilva, esse é o seu nome completo. Mas para nós (aproximadamente 2.511 moradores da cidade), que lhe somos íntimos, permite-nos chamá-la de Dona Mu.
Dona Mu está presente em toda Festa. Toda mesmo! Que eu me lembre não esteve ausente em nenhuma. Sempre traz consigo muitas malas. Isto é concreto. Porém estas, certamente, vêm para enfeitar as mãos de Dona Mu: Uma revestida de tecidos, a outra toda colorida, outra de cor branca, uma azul com mini-vassouras no centro, e por último uma maleta coberta por milhares de luzinhas.
As maletas dela, não são maletas quaisquer, são especiais.
Quando ela abre a primeira maleta, revestida de tecidos, instantaneamente as pessoas da cidade compram roupa nova.
Assim que abre a segunda maleta, toda colorida, a maioria das pessoas pintam suas casas e a cidade se torna um belo arco-íris.
Ao abrir a terceira, que possui a cor branca, a cal e os pincéis entram em cena, maquiando todas as ruas.
Quando abre a maleta azul, as mini-vassouras crescem e se multiplicam, cuidando da limpeza, deixando impecável cada cantinho da cidade.
E a maleta com milhares de luzinhas? É responsável pela boa iluminação, que clareia ao anoitecer todos os bairros.
Dona Mudança coloca em ação as suas maletas, e como o nome já disse, modifica a nossa vida, a nossa casa, nossa rua, nosso bairro, modifica a nossa cidade.
Mas “Tudo que é bom, dura pouco”. Após mais ou menos um mês, Dona Mu vai embora.
As roupas já se tornam comuns, perdem um pouco o seu valor. As casas, com o passar do tempo, deixam de ser tão coloridas, parecem ficar apagadas... A cal, como num passe de mágica, desaparece. As ruas ficam sujas, a iluminação fica a desejar...
A cidade perde a graça! É preciso que se passem mais 365 dias para que Dona Mu volte e a modifique novamente.
Iury Fernandes Silva
Aluno do 9º ano A da Escola Estadual Cônego Figueiró - 2010
Francisco Badaró, no Médio Jequitinhonha, nordeste de Minas Gerais
Esta crônica conseguiu a medalha de bronze na Olimpíada da Língua Portuguesa, em 2010. Passou pelas etapas local, regional, estadual e nacional.
Parabéns ao adolescente Iury e à professora Adna Figueiró, sua orientadora.
Este caso mostra o Vale do Jequitinhonha e seus talentos. Tem muitos. É preciso dar uma chance e fazer aflorar a criatividade e riqueza que o nosso povo tem.
A partir da publicação desta crônica estaremos iniciando uma série com o nome de "Talentos do Vale", mostrando crianças, jovens e adultos e suas criações.
Se você tem alguma sugestão para publicação, mande para cá:banuberilo@gmail.com . Publicaremos com o maior prazer.
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