Faleceu no dia 23 de junho, em Turmalina, no Alto Jequitinhonha, no nordeste de Minas, a artesã Nildete Mendes, também conhecida como dona Duquinha. A artesã de 74 anos sentiu dores no peito a caminho da Igreja, recebeu atendimento no Hospital da cidade, mas não resistiu.
Ainda menina, dona Duquinha aprendeu a bordar roupas e tecidos observando o trabalho da mãe e das tias e ensinou o ofício a várias pessoas. A artesã foi homenageada em 2009, na 10ª Feira de Artesanato do Vale do Jequitinhonha na UFMG, em Beolo Horizonte, e dividia seu tempo entre duas paixões: o trabalho com linhas e agulhas e a música.
Vinda de uma família artística, seu bisavô fundou a Corporação Musical ainda no século XIX e seu pai, conhecido como Justino Clarineta, tocava desde os 6 anos, Dona Duquinha tocava bombardino na centenária Corporação Musical Euterpe Homero Maciel da cidade.
Em entrevista à Assessoria de Comunicação da Pró Reitoria de Extensão da UFMG, Dona Duquinha expressou seu amor pelas duas artes.
“Eu divido o tempo entre fazer artesanato, estudar música e tocar, além da família e de outras atividades”, revelou.
O segredo de tanta disposição ela atribuiu ao amor. “O amor está dentro de tudo, aquilo que a gente gosta, a gente vai fundo pra fazer”, explicou.
Segundo o Secretário Municipal de Cultura, Turismo e Esporte de Turmalina, Volber Maciel, dona Duquinha era um dos pilares da cultura do município.
Mestra de ofício e musicista, Nildete participava ativamente de todos os movimentos socioculturais da cidade, como o Clube de Mães e o grupo da terceira idade. “Dona Duquinha não era da cultura ela era cultura. Nada menos que um dos pilares e alicerces da cultura da nossa cidade. Para nossa sorte, fica o legado e o aprendizado”, afirma Volber.
Com informações da UFMG/Polo Jequitinhonha
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