21 distritos do Norte de Minas buscam a emancipação
A região quer atingir um total de 107 municípios. A iniciativa divide opiniões de moradores e instituições
Girleno Alencar - Do Hoje em Dia - 30/07/2011
O Norte de Minas quer criar novos municípios com a emancipação de 21 distritos. Com isto, a região passaria dos atuais 86 para 107 municípios. Em 1992, a região, que tinha 42 municípios, passou para 50, e, em 1995, para 86. O economista Marcos Fábio Martins Oliveira, na época secretário-executivo da Associação dos Municípios da Área Mineira da Sudene, entende que as emancipações ajudaram o desenvolvimento do Norte de Minas e por isto, é favorável à proposta.
Marcos Fábio pretende mobilizar as entidades municipalistas, a Associação dos Municípios da Área Mineira da Sudene (AMAMS) e a Associação dos Municípios da Bacia do São Francisco (AMMESF) para abrir a discussão sobre o tema.
Na opinião de Marcos Fábio, as emancipações foram produtivas, pois geraram progresso e permitiram a melhoria de vida de pessoas que moravam em distritos sem perspectivas. “No aspecto macroeconômico, as emancipações são péssimas, pois você divide o bolo em mais fatias.
Porém, no aspecto político, aproxima mais os benefícios da população, com melhoria da qualidade de saúde, educação etc. O Norte de Minas ainda tem municípios de grande dimensão. Januária, por exemplo, é maior do que o Estado do Sergipe. Isto é um absurdo”, salienta o economista.
A comunidade de Brejo do Amparo, que fica a seis quilômetros da cidade de Januária, recorreu ao Supremo Tribunal Federal (STF) com o objetivo de realizar um plebiscito para decidir sobre a sua emancipação. Em 1995, foram emancipados Bonito de Minas e Cônego Marinho, enquanto a emancipação de São Joaquim foi rejeitada. Imediatamente as lideranças de Brejo do Amparo conseguiram na Assembleia Legislativa e no TRE-MG a autorização para realizar o plebiscito, o que, no entanto, não ocorreu.
O presidente da comissão de emancipação, Adelmo Batista Magalhães, que foi vice-prefeito de Januária por três mandatos, explica que o local é berço de Januária, pois foi ali, antes denominado Brejo Salgado, que surgiu o município. Também ali existe a Igreja de Nossa Senhora do Rosário, considerada a capela mais antiga de Minas Gerais, construída em 1688. O município de Brejo do Amparo teria em média 6 mil habitantes, sendo formado pelas comunidades rurais de Samambaia, Barreiro, Lapão e Boa Vista.
No Vale do Jequitinhonha, localidades como Lelivéldia, que pertence a Berilo e Taquaral, no município de Itinga também buscam a emancipação.
Publicado no Gazeta de Araçuaí
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