O decálogo do político mineiro
Rudá Ricci
Já pensando no país em que vou me exilar, lá vai o decálogo do político mineiro:
1)A forma é sempre mais importante que o conteúdo. Fazer uma crítica com delicadeza ofende menos;
2)Não denunciar publicamente. Mineiro gosta de denúncia, mas desconfia de quem denuncia;
3)Política se faz no corredor. O que é público é sofrimento (velório, missa de 7º dia etc);
4)Lazer, só no Rio de Janeiro ou Espírito Santo (pode ser New York ou, no caso de ser valadarense, Boston);
5)Sempre falar da mãe, do pai ou do avô, de quem terá herdado algo;
6)A política concreta se faz por meio de “operadores da política”. O líder nunca se expõe e sempre deve aparecer como vítima, nunca como algoz;
7)Ter boa relação com a maçonaria e com a igreja católica. Na dúvida, dizer que torce para o América;
8)Partido político é um detalhe. Em Minas, todos são “amigos”, têm algum parente próximo ou vai ter;
9)Em Minas, o silêncio fala mais que a boca;
10)Nunca responder a qualquer crítica, nunca passar recibo de nada, nunca gargalhar (qual o motivo para ser tão feliz?).
Leia também
O jeito paulista de fazer política
Se o jeito mineiro de fazer política é o mais português e feminino de todo o país, o jeito paulista é o mais norte-americano e masculinizado.
O desastre atual do modo serrista de conduzir a campanha e definir o nome de seu parceiro de chapa é a expressão mais acabada do político paulista. Como sou paulista migrante, que vive em Minas Gerais, tenho um olhar caolho sobre a política dos dois Estados.
Com este olhar que mira um com parte da visão no outro, vou me arriscar a sugerir um decálogo do jeito paulista de fazer política.
Devo perder alguns amigos, mas nunca me acusarão de perder a piada.
Vamos ao decálogo:
Rudá Ricci
Já pensando no país em que vou me exilar, lá vai o decálogo do político mineiro:
1)A forma é sempre mais importante que o conteúdo. Fazer uma crítica com delicadeza ofende menos;
2)Não denunciar publicamente. Mineiro gosta de denúncia, mas desconfia de quem denuncia;
3)Política se faz no corredor. O que é público é sofrimento (velório, missa de 7º dia etc);
4)Lazer, só no Rio de Janeiro ou Espírito Santo (pode ser New York ou, no caso de ser valadarense, Boston);
5)Sempre falar da mãe, do pai ou do avô, de quem terá herdado algo;
6)A política concreta se faz por meio de “operadores da política”. O líder nunca se expõe e sempre deve aparecer como vítima, nunca como algoz;
7)Ter boa relação com a maçonaria e com a igreja católica. Na dúvida, dizer que torce para o América;
8)Partido político é um detalhe. Em Minas, todos são “amigos”, têm algum parente próximo ou vai ter;
9)Em Minas, o silêncio fala mais que a boca;
10)Nunca responder a qualquer crítica, nunca passar recibo de nada, nunca gargalhar (qual o motivo para ser tão feliz?).
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O jeito paulista de fazer política
Se o jeito mineiro de fazer política é o mais português e feminino de todo o país, o jeito paulista é o mais norte-americano e masculinizado.
O desastre atual do modo serrista de conduzir a campanha e definir o nome de seu parceiro de chapa é a expressão mais acabada do político paulista. Como sou paulista migrante, que vive em Minas Gerais, tenho um olhar caolho sobre a política dos dois Estados.
Com este olhar que mira um com parte da visão no outro, vou me arriscar a sugerir um decálogo do jeito paulista de fazer política.
Devo perder alguns amigos, mas nunca me acusarão de perder a piada.
Vamos ao decálogo:
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rudaricci.o-jeito-paulista
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Rudá Ricci é cientista político, diretor geral do Instituto Cultiva. Tem vários textos e livros publicados sobre democracia participativa. Acaba de escrever um livro sobre o Lulismo que será lançado em breve. É responsável pelo rudaricci.blogspot.com onde você encontra as melhores e mais independentes análises de conjuntura política do país.
Um comentário:
Eu ainda continuo acreditando que Minas Gerais é mesmo uma terra de "compadres" em politica. Tancredo Neves "vivia em cima do muro", Hélio Garcia fazia parte do sistema ditatorial, Azeredo era cria de casa( do sistema), Nilmário Miranda é compadre(de verdade)de Fernando Pimentel que é "puxa saco" de Aecinho Neves e por ai vai. Há muitos e muitos anos não temos uma liderança de oposição. Os que apareceram ou tentam aparecer, acabam "compadres".Acorda Minas Gerais e lembremos sempre das palavras de um resistente cubano que nos momentos mais difíceis dizia sempre:"Aqui ninguém desiste".Um abração banu.
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