ATÉ HOJE
Luiz Carlos Prates* Aprendemos a pedir pouco,
Falar menos,
Amar o barro,
Tirar dele uma forma de vida.
Terminam os mandatos.
Canditatamo-nos a eleitores,
E elegem-nos senhores.
Ganhamos eleições, situações.
Candidatamo-nos a pedintes,
E elegem-nos mendigos.
Vemos a esperança
Sendo a primeira a morrer.
Depois morre o corpo
Com a água a nos levar,
O sol a nos queimar,
A desgraça a nos acompanhar,
O abandono a nos seguir,
Um não a nos conter,
Um adeus a nos ferir,
Um germe a nos consumir,
Corroendo o cérebro
Que muito pensou,
Que muito esperou.
Foi Deus quem quis assim.
Será Deus tão ruim?
Candidatamo-nos a bons,
E elegeram-nos tolos?
Ou estamos confundindo
O Deus das estrelas
Com um deus de estrelas?
Luiz Carlos Prates é poeta, de Virgem da Lapa. Formado Engenheiro trabalhou na Petrobrás. Mudou de profissão: servidor público estadual no Tribunal de Contas do Estado de Minas. Mora em Belo Horizonte. o poema acima é do livro "Um Rio".
Falar menos,
Amar o barro,
Tirar dele uma forma de vida.
Terminam os mandatos.
Canditatamo-nos a eleitores,
E elegem-nos senhores.
Ganhamos eleições, situações.
Candidatamo-nos a pedintes,
E elegem-nos mendigos.
Vemos a esperança
Sendo a primeira a morrer.
Depois morre o corpo
Com a água a nos levar,
O sol a nos queimar,
A desgraça a nos acompanhar,
O abandono a nos seguir,
Um não a nos conter,
Um adeus a nos ferir,
Um germe a nos consumir,
Corroendo o cérebro
Que muito pensou,
Que muito esperou.
Foi Deus quem quis assim.
Será Deus tão ruim?
Candidatamo-nos a bons,
E elegeram-nos tolos?
Ou estamos confundindo
O Deus das estrelas
Com um deus de estrelas?
Luiz Carlos Prates é poeta, de Virgem da Lapa. Formado Engenheiro trabalhou na Petrobrás. Mudou de profissão: servidor público estadual no Tribunal de Contas do Estado de Minas. Mora em Belo Horizonte. o poema acima é do livro "Um Rio".
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