Vale da Miséria?
Celso Freire
Hummm!... Que pinga boa!Cipó trindade levanta o moral:
o homem “afia os cascos”
e fica esperto “pra móde” uma saia.
Igrejas: uma em cada praça.
E são tantas as praças...
Que o pecado venha a nós
a tempo de obter o perdão.
Moça morena de Sol, morena de cor,
moça de toda cor.
Menino que toca bola, que trepa em árvore,
menino que sua um pedaço de pão.
Ipê amarelo, flor de campo,
primavera na janela
e ela debruçada no portão.
Mãos que acariciam o barro,
que dão vida ao barro
livre da serpente de Adão.
Mãos que repicam a enxada
e cobrem com poeira o grão.
Mãos que, apesar de feridas,
amassam com doçura o biscoito “escrivido”
e ele é todo dia o pão.
Hummm!... Panela de barro,
fogão a lenha...
O cheiro é de banquete
e o gosto... Experimente
mesmo que seja arroz e feijão.
Em cada morada
a entrada é oferecida
e o “estranho” que não hesite:
tem café, tem rosquinha... Água fresquinha,
às vezes de botija.
E um gostoso aperto de mão.
Pois é... Lá no Vale do Jequitinhonha
a coisa é dura, a labuta é pesada,
mas o homem não esmorece não.
“Farta trabaio”... “farta chuva”...
“Farta até vergonha dos home” (aqueles!...)
Mas é farta a esperança, é farta a vida.
É farta a honra do homem simples.
Tem pobreza, é bem verdade...
Mas não é “Vale da Miséria”, não.
Visite o site http://www.jcelsofreire.com.br e conheça mais sobre este homem de grande cabeça e coração maior ainda.
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