terça-feira, 24 de novembro de 2009

Artesãs Lira e Zefa expõem no SESC de BH

Lira e Zefa
Artesãs de Araçuaí expõem no SESC, em Belo Horizonte
Com website do SESC/MG
Está acontecendo, entre os dias 4 de novembro e 6 de dezembro, exposição das artesãs de Araçuaí Lira Marques e Zefa, na galeria de artes do Sesc Minas Gerais.
A visitação das obras pode ser feita de segunda a sexta-feira, entre 12:30 e 18:30. O Sesc MG fica na Rua Tupinambás, 956, 1º andar, no centro da capital mineira.
Mais informações no telefone (31) 3279-1462 ou em http://www.sescmg.com.br/exposicoes/index.asp.
Lira e Zefa
O Vale do Jequitinhonha passa a maior parte do ano sob um sol escaldante, que retorce árvores e seca as folhas. As cachoeiras passam a maior parte do tempo com as pedras expostas, com água apenas nos poços. Os rios se transformam em filetes de água, quando não secam completamente.
As maiores riquezas do Vale do Jequitinhonha vêm da terra. Do Vale, pedras preciosas, depois de polidas, vão encantar terras distantes. Outra riqueza é a arte produzida na região, sendo a argila a principal matéria-prima utilizada pelos artesãos do Vale do Jequitinhonha.
Lira Marques e Zefa, de Araçuaí, representam duas dessas riquezas artísticas do Vale.
LIRA
Maria Lira Marques nasceu em Araçuaí em 1945. Sua mãe trabalhava no barro, mas a artesã aprendeu com o pai a mexer com a cera que ele usava para costurar sapatos. Além do trabalho com a cerâmica, ela pinta também quadros utilizando pigmentos de terra como tinta. Lira já participou de várias mostras, tanto individuais quanto coletivas. Na década de 1970, junto com Frei Chico, fundam o Coral Trovadores do Vale. Seu trabalho com as máscara está baseado nas expressões dos negros e índios.
Lira, além de cantar e trabalhar na preservação musical regional, iniciou sua carreira como ceramista, nos anos 70, ao retratar as esperanças e os desesperos do povo diante da seca. Hoje, depois dessas representações, seu trabalho se dá com uma longa série de máscaras com elementos das culturas negra e indígena.
A pintura, seja na pedra, seja no papel, com pigmentos da terra, vem coroando a carreira dessa importante artista popular.
ZEFA
Zefa, com 84 anos, diz que se aposentou. Seus braços e suas mãos já não têm a força para arrancar da madeira suas fortes figurações.
Sergipana de nascimento, Zefa fez um caminho longo até Araçuaí. Ao chegar no velho Calhau, ela diz que se apaixonou. Das malas de madeira que fabricava para sobreviver às suas abstrações, já nos anos 70, a artista trilhou um caminho ímpar ao retratar figuras com traços da cultura do Nordeste brasileiro, na madeira do Vale do Jequitinhonha.
O que une essas duas artistas populares não é só a cidade de Araçuaí e o Vale do Jequitinhonha. Seus trabalhos constam de coleções particulares e museus do Brasil e do exterior.
A importância dessas duas artistas no contexto do Vale do Jequitinhonha e de Minas Gerais é incontestável, e é forte a influência que exercem na produção artística local.
Em tempo
Zefa está com sua saúde bastante debilitada, necessitando do carinho e cuidado dos amigos e de pessoas que gostam de sua arte e reconhecem a importância do sua produção artística para a cidade de Araçuaí e todo o Vale.

2 comentários:

Téo Garrocho disse...

Parabéns pelo texto, estou em Barbacena (sul de minas) de olho no Blog do Banu! Téo Garrocho

Alexandra Bahia disse...

Este blog é um dos maiores responsáveis pelas notícias do Vale sejam elas políticas, culturais ou de desportos estarem circulando o mundo.
obrigada Banu

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