O presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) foi esfaqueado na tarde desta quinta-feira (06.09), em ato de campanha na cidade de Juiz de Fora, na zona da mata de Minas Gerais, segundo a Polícia Militar do estado.
Bolsonaro , quando foi esfaqueado, em Juiz de Fora, nesta quinta-feira, 06.09.
O candidato era carregado por apoiadores na rua Halfeld, centro na cidade, quando foi atingido por um homem com uma faca. Depois do ataque, Bolsonaro foi retirado do local e levado à Santa Casa de Misericórdia de Juiz de Fora, em estado grave.
Segundo apurou a reportagem, Bolsonaro passou por uma laparoscopia que descartou um lesão no fígado do candidato, mas constatou outra cinco lesões: na artéria mesentérica superior (que sai da aorta e irriga o intestino e outros órgão dos abdômen), no intestino grosso e três lesões no intestino delegado.
Todas as lesões foram reparadas com sucesso. No início da noite, Bolsonaro estava estável, com pressão arterial normal, hemorragia controlada e sem risco iminente de morte.
Suspeito de ter esfaqueado Bolsonaro, Adelio Bispo de Oliveira, 40 anos, é servente de pedreiro, natural de Montes Claros.
Foi filiado ao PSOL de Uberaba (MG) , de 2007 a 2014. Em julho, divulgou em sua página no Facebook que esteve em uma escola especializada no treinamento com arma de fogo, em Santa Catarina. Ele está detido e vai ser ouvido em audiência nesta sexta-feira.
Adélio Bispo de Oliveira
Perfil de autor de atentado tem indícios de uma personagem preocupada com conspirações.
Faz ataques políticos à esquerda e à direita, a todos os representantes políticos.
O suspeito do atauqe a faca contra o candidato da extrema-direita, Jair Bolsonaro (PSL), Adelio Bispo de Oliveira, afirmou que executou o ato cumprindo "uma ordem de Deus".
A informação é do presidente da Federação dos Agentes da Polícia Federal, a Fenapef, Luis Boundens, divulgada pela revista Piauí. "Os colegas disseram que ele imediatamente começou a dizer que estava em missão divina, o que levou o pessoal a temer pela integridade psicológica dele", disse Boudens.
Em um perfil de rede social com o nome de Adélio Bispo de Oliveira e com a foto de alguém com o mesmo rosto do homem acusado de atacar Jair Bolsonaro, os "posts" indicam que o autor é uma personagem preocupada com conspirações de organizações secretas e crítica do candidato do PSL, esfaqueado nesta quinta-feira.
A maioria dos posts deste ano, pelo menos, trata de supostas maquinações da maçonaria, que controlaria empresas e seria representada por vários políticos e organizações de direita no Brasil.
Ataca com frequência Bolsonaro e pelo menos uma vez, seu vice, o general Mourão, outro integrante da maçonaria, afirma. Em uma publicação, mostra foto de dois manifestantes com camisetas de apoio a Lula.
Em maio, quando o PT confirmou a candidatura do ex-presidente, escreveu o seguinte sobre Gleise Hoffman, presidente do PT, que aparecia em um vídeo (o texto é reproduzido com os erros originais:
"Pois é meu bem, mas o pq esta ao lado de um maçon do dem???, e om uma roupa que ilustra em sua gola a estrela invertida, a estrela maçonica,? o penta grama satanico?, ou queda da estrela do pt??
Escreve contra a desnacionalização de empresas. Defende o fim do estado laico e sugere lei que transforme o Brasil em estado cristão; publica textos e imagens desfavoráveis a homossexuais (um contra a Parada Gay, por exemplo).
Em um comentário sobre um texto relativo à implantação de microchips, escreve o seguinte: "Lamentavel, países onde ha um numero expressivo de cristãos, e se tornam pioneiros na implantação do bioa ship, ou marca da besta como esta escrito."
Argumenta ou explica situações com base em números ou algo parecido com numerologia. Discute ou apresenta desenhos animados que teriam mensagens subliminares, terroristas inclusive.
O autor dos posts frequentemente se diz criador de planos que foram apropriados por políticos ("é meu plano de 2015?). Desenvolvo ideias desconexas para a reforma da Previdência ou para a revitalização do São Francisco, entre muitas outras.
Propõe projetos como a da criação de novas cidades racionais no país, que poderiam ser habitadas por solteiros (que, lembra em post de 3 de agosto, seriam a maioria do eleitorado catarinense, perfil de eleitor que não recebe a atenção de candidatos).
Logo depois de ter sido apresentado como o autor do ataque a Bolsonaro, seu perfil no Facebook começou a receber centenas de comentários críticos ou com ameaças.
O homem que esfaqueou o candidato à Presidência da República (PSL) já havia sido preso em 2013. De acordo com a Polícia Miltiar, ele foi detido pelo crime de lesão corporal na cidade de Montes Claros, no Norte de Minas.
Segundo PMMG, "este cidadão agiu isoladamente".
"O suspeito foi imediatamente contido e preso pela Polícia Federal, que fazia a segurança do candidato. Diante do tumulto, a Polícia Militar ajudou a Polícia Federal e conseguiu arrecadar a faca. O autor foi conduzido à Delegacia de Polícia Federal", disse o coronel Nocelli, comandante da 4ª Região da Polícia Militar de Minas Gerais.
A PM informou ainda que, inicialmente, o autor alegou questões pessoais para o ataque, mas as declarações seriam feitas à Polícia Federal, que ainda iria apurar outras possíveis motivações. Também não foi informado se o homem possuiria vínculos com algum partido político.
"A princípio, pelo que apuramos, este cidadão agiu isoladamente", pontuou Nocelli, que não considerou ter ocorrido falha na segurança. "O número de presentes era muito grande. Então, a Polícia Federal teve uma resposta oportuna e rápida."
Fonte: Vinicius Torres Freire e Renato Salles, na Folha de São Paulo.
Candidatos e líderes políticos condenaram atentado
Dilma afirma que plantação do ódio cria comportamentos extremos
'Incentivar o ódio cria esse tipo de atitude', diz ex-presidente Dilma Rousseff
Ao comentar o atentado a faca contra Jair Bolsonaro (PSL), a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) disse que "o ódio, quando você planta, você colhe tempestade".
Candidata ao Senado por Minas, Dilma afirmou achar "lamentável" o ataque, mas emendou: "Agora, incentivar o ódio cria esse tipo de atitude. Você não pode falar que vai matar ninguém, não pode falar isso".
Na segunda (3), seu partido acionou o STF (Supremo Tribunal Federal) contra Bolsonaro, argumentando que houve injúria eleitoral e incitação ao crime após um vídeo em que o candidato defende "fuzilar a petralhada".
"Agora, quem fez isso não pode ficar impune", disse Dilma após visitar o ex-presidente Lula, preso em Curitiba. "Tem que servir de exemplo pra que ninguém faça isso com um candidato.
Sobre ataque a Bolsonaro, Boulos diz que 'violência não se justifica'
O candidato à Presidência do PSOL, Guilherme Boulos comentou o ataque Jair Bolsonaro em juiz de fora e disse que violência não se justifica. "Repudiamos toda e qualquer ação de ódio e cobramos investigação sobre o fato", declarou.
Nota do PT condena agrssão a candidato do PSL
A presidenta do PT, senadora Gleisi Hoffman, afirmou em entrevista, que o partido repudia qualquer forma de violência e condenou o ataque contra o candidato do PSL.
“Acho lamentável. Não podemos incentivar o ódio. Quem fez isso não pode ficar impune. Isso não pode acontecer em um país democrático”, disse a presidenta do PT Gleisi Hoffman
“Nós, democratas, precisamos garantir um processo eleitoral pacífico. Repudiamos qualquer forma de violência”, afirmou o candidato vice-presidente Fernando Haddad.