quarta-feira, 30 de abril de 2014

MINAS NOVAS: PAIS DE ALUNOS FECHAM ESCOLA EM PROTESTO

Pais reivindicam a manutenção do número de alunos por turma. Secretaria determinou aumento de alunos, contrariando resolução própria.


Desde a última segunda-feira (28/04) pais de alunos da E.E. José Bento Nogueira, em Minas Novas-MG, protestam contra o aumento do número de alunos por turma na referida escola. Segundo informações levantadas pelo Blog do Jequi, todas as turmas dos anos iniciais do ensino fundamental da escola José Bento Nogueira funcionam com 25 alunos desde o inicio do ano letivo, que começou em 03/02/14, conforme determina a resolução nº 2.442, da Secretaria de Estado da Educação de Minas Gerais, em seu anexo II.

Protesto realizado pelos pais de alunos da E.E. José Bento Nogueira. 
Foto: Divulgação/Facebook Cláudia Souza


O problema é que a própria secretaria de estado determinou à direção da escola que fosse feito um remanejamento das turmas. Hoje há 3 turmas de 25 alunos, totalizando 75 alunos. Com a determinação, a escola funcionaria apenas com duas turmas de 37 alunos, o que, segundo os pais dos alunos e professores, seria um ato antipedagógico e arbitrário, prejudicando o desenvolvimento dos alunos. Outro problema alegado pelos pais é a falta de espaço nas salas, que não comportaria a quantidade de alunos.

Protesto realizado pelos pais de alunos da E.E. José Bento Nogueira.
Foto: Divulgação/Facebook Cláudia Souza

Professores e pais dos alunos informaram também que esse “amontoamento” de alunos já ocorreu em outras escolas da região. O protesto segue até que a superintendência se posicione, o que não ocorreu até hoje (30/04).

Anexo II da Resolução da SEE nº 2.442
O Blog do Jequi entrou em contato com a Superintendência de Ensino de Diamantina, mas até o fechamento desta matéria não obteve resposta.

Por Bernardo Vieira, Blog do Jequi

QUEM TEM MEDO DO LULA?

Taiobeiras: Produtores de café perderam R$ 3,6 milhões

Agricultores da microrregião do Alto Rio Pardo apostam em chegada da água para desenvolver potencial

PES
Barraginhas. Reservatórios feitos por prefeituras amenizam efeitos da seca
PUBLICADO EM 30/04/14 - 03h00

Taiobeiras, Berizal e Indaiabira.Clima e altitude ideais, e terra fértil. Grandes e pequenos produtores, prefeituras e governo federal são unânimes em destacar o potencial produtivo da microrregião do Alto Rio Pardo, no Norte de Minas Gerais. Gestores municipais e agricultores afirmam que a conclusão da barragem do Berizal, já prometida pelo Ministério da Integração Nacional, trará o único ingrediente que falta para a receita de sucesso em que a população dessa área tanto acredita: a água. Uma das mais fortes dos últimos 40 anos, a estiagem de 2012 trouxe grandes prejuízos aos produtores de café das cidades de Taiobeiras, Berizal e Indaiabira. Neste ano, alguns empresários chegaram a perder 10 mil sacas do fruto – que renderiam até R$ 3,6 milhões.
Mesmo sem detalhar números, o prefeito de Taiobeiras, Danilo Mendes Rodrigues, diz que já recebeu propostas de investidores que, caso a obra vingue, pretendem ampliar seus negócios. “A barragem será uma solução permanente. Esses produtores estão esperando a obra sair para colocar suas fazendas na região. Isso trará uma geração de emprego muito grande”, afirma.

O prefeito de Berizal, município onde ficará a barragem, também já fez contatos com novos investidores. “Um empresário quer plantar 2 milhões de pés de limão na cidade, mas está receoso. Por causa da água, ele ainda não sabe se vai plantar”, afirma Valdeni Meireles dos Santos. Ele acredita que em quatro ou cinco anos haja uma debandada de moradores caso novas oportunidades de emprego e geração de renda não surjam na região.

O produtor de café Carlos Lucas Mendes, que em 2012 perdeu 10 mil sacas do grão, teve que investir R$ 400 mil em duas pequenas barragens no rio Pardo para irrigar sua plantação de 3,5 milhões de m². “O clima é perfeito, e o solo é bom. Não tenho a menor dúvida de que plantaria muito mais caso tivesse água”, diz.

O mesmo diz o empresário Antônio José Félix Lopes, que há 12 anos planta no Alto Rio Pardo está desmotivado. “A barragem seria boa não só para os meus empreendimentos, mas para os de todos que ali estão.”

Críticas. O Movimento dos Atingidos por Barragens, que acompanha as famílias que precisarão ser desapropriadas para conclusão da barragem do Berizal, afirma que a irrigação das grandes áreas produtoras de café prejudica o rio. “Esses produtores usam grandes pivôs de irrigação, que sugam até 12 mil litros de água por minuto”, diz o militante do MAB Valcileno Almeida de Souza, 27.

“Não acredito que isso seja verdade. Muitos agricultores familiares também usam muita água do rio”, pondera Carlos Mendes.

Fonte: O TEMPO

Pedra Azul quer comunidade terapêutica para usuário de droga

O prefeito de Pedra Azul, Daniel Pures de Oliveira Costa, garantiu que vai ceder um imóvel para abrigar a comunidade terapêutica.

Foto: Willian DiasPedra Azul quer comunidade terapêutica para usuário de droga
Reivindicação foi apresentada em reunião realizada pela ALMG no município
Moradores de Pedra Azul (Vale do Jequitinhonha) querem a implantação de uma comunidade terapêutica para combater o tráfico e o uso de drogas na cidade e na região

. Esta foi a principal reivindicação apresentada durante audiência pública da Comissão de Prevenção e Combate ao uso de Crack e outras Drogas da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) realizada na cidade nesta terça-feira (29/4/14).


Autor do requerimento para a reunião, o deputado Neider Moreira (PSD) foi um dos que endossou a ideia e apresentou requerimento para que a Subsecretaria de Estado de Políticas sobre Drogas tome as providências para responder a essa demanda.

Por sua vez, o subsecretário Cloves Benevides se comprometeu a captar recursos para a implantação da unidade.


O deputado Tadeu Martins Leite (PMDB), que coordenou os trabalhos, também se comprometeu a trabalhar para atender ao pedido.

Ele lembrou que a região do Jequitinhonha não conta com nenhum equipamento de saúde destinado ao tratamento dos dependentes de drogas, que precisam recorrer a outras cidades e até outros Estados para se tratar.


O prefeito de Pedra Azul, Daniel Pures de Oliveira Costa, garantiu que vai ceder um imóvel para abrigar a comunidade terapêutica.


O 2º tenente da Polícia Militar José Roberto Teixeira revelou que apenas este ano foram presos nove traficantes e mais de 60 pedras de crack, números considerados preocupantes para uma cidade com cerca de 25 mil habitantes.


O presidente da Federação de Comunidades Terapêuticas Evangélicas do Brasil, pastor Wellington Antônio Vieira, advertiu para a necessidade de se garantir recursos para o custeio desse tipo de instituição. "Alguém tem que manter esta comunidade”, explicou.

Ele afirmou que o trabalho com o usuário de drogas tem que ultrapassar o combate ao vício e garantir também a reinserção social do ex-dependente. Wellington sugeriu que seja criado o Conselho Municipal Antidrogas, que facilitaria a implantação de uma política pública de combate aos entorprecentes e a implantação da comunidade terapêutica.


Wellington Vieira afirmou que a droga que mais causa problemas é o álcool, e lamentou que o Governo do Estado incentive a produção e comercialização de cachaça.

O pastor defende que os tributos arrecadados com bebidas alcóolicas sejam utilizados no tratamento de dependentes.
Envolvimento da sociedade é considerado fundamental
Autoridades concordam com a necessidade de mudança na política de segurança pública
Autoridades concordam com a necessidade de mudança na política de segurança pública
Autoridades concordam com a necessidade de mudança na política de segurança pública - Foto: Willian Dias
Muitos participantes da audiência pública defenderam maior envolvimento da sociedade para combater o crescimento do uso de drogas.


O deputado Neider Moreira disse que as drogas estão atingindo diretamente as famílias e toda a sociedade. “Precisamsos conversar mais sobre nós, compreender que o Estado é responsável por determinadas questões, mas é necessária a participação de cada um de nós trabalhando de maneira pró-ativa para melhorar a sociedade na qual vivemos”, justificou.

Ele também cobrou um novo modelo de segurança pública e lamentou o fato de que 60% dos assassinatos registrados no Estado estão relacionados ao uso ou tráfico de drogas.


O subsecretário Cloves Benevides concordou com a necessidade de mudança na política de segurança pública e revelou que os 17 mil quilômetros de fronteira seca brasileira não são devidamente vigiados para evitar a entrada de droga no País. “O Brasil não produz drogas, que vêm de outros países. É preciso uma ação de repressão mais estruturada", defendeu.


A presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e Adolescente de Pedra Azul, Indiana Ribeiro da Silva Capuchinho, disse que é preciso exigir das famílias o trabalho de base e apoio aos usuários.

Ela sugeriu, ainda, uma parceria entre o poder público e organizações não governamentais que já desenvolvem trabalhos de recuperação de dependentes, mas que sofrem com a falta de recursos.


Trabalho voluntário de militar é exemplo na região


Abrão Junior, cabo da Polícia Militar de Itaobim, cidade vizinha de Pedra Azul, faz um trabalho voluntário de recuperação de drogados que tem apresentado resultados muito satisfatórios. Um desses jovens, Douglas Rocha Ramalho, 30 anos, apresentou seu relato durante a audiência pública.


Douglas usou crack por sete anos e há dois conseguiu abandonar o vício com o apoio do militar. O cabo Abrão se dedica a esse trabalho há 15 anos em 30 cidades da região. Segundo ele, cerca de 4 mil pessoas já foram atendidas, mais de 700 pessoas foram recuperadas e duas mil estão em atendimento. “Muitas acabaram se recuperando e se mudaram, e já não tenho mais notícias delas”, ponderou.


O cabo Abrão também é enfermeiro e fez muitos cursos de especialização em recuperação de drogados, a partir do contato com eles no Proer – programa educativo realizado pela PM nas escolas.

Ele conta com a ajuda de voluntários em cada município que atua e agora está se dedicando a conseguir recursos para implantar uma comunidade terapêutica no município vizinho de Coronel Murta.

Por enquanto ele tem que recorrer a municípios distantes do Jequitinhonha e até em Estados como Rio de Janeiro, Bahia e Espírito Santo para buscar tratamento para os dependentes de quem cuida.


Além do tratamento para abandonar o vício, o militar oferece todo apoio para o usuário, para a retomada do emprego e também de atividades educacionais, culturais e físicas.

Fonte:ALMG

Dados econômicos mostram estabilidade do Brasil

TEMPESTADE EM COPO D'ÁGUA
Os arautos do caos – a oposição neoliberal e conservadora – não param de profetizar sobre a “tempestade perfeita” que estaria prestes a desabar sobre a economia brasileira. Dia e noite, eles nos bombardeiam, pela mídia, com previsões catastrofistas.
Dizem que a inflação está à espreita, que as expectativas de crescimento econômico são pífias, que o desemprego está aumentando, as contas públicas estourando e a dívida crescendo. Quem lê tanta notícia negativa tem razão para se assustar.
Mas, quando se olha de perto os números reais da economia, percebe-se facilmente que estamos diante de uma situação totalmente diversa, com estabilidade, crescimento e queda do desemprego, mesmo dentro de um quadro de crise internacional persistente.
De onde se conclui que a questão fundamental é de natureza política, não econômica. O fato é que os conservadores buscam interditar o debate sobre a política econômica, classificando como “populista” qualquer desvio da ortodoxia econômica.
Vamos, então, aos números. De acordo com documento divulgado este mês pelo Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, verifica-se uma tendência de estabilidade nos principais indicadores econômicos da economia brasileira.
Desde a crise financeira, o crescimento real do Produto Interno Bruto (PIB), por exemplo, tem sido constante. Se considerarmos 100 o índice de dezembro de 2007, ele apresenta uma curva ascendente desde 2009, atingindo 117,7 no 4º trimestre de 2013.
É mais ou menos a mesma curva da Coreia do Sul. Para se ter uma ideia, o México, que também ostenta um PIB crescente, atingiu o índice 110,2, os EUA, 106,3. Já na a área do Euro o índice é de 97,9.
Em relação ao desemprego, podemos verificar um verdadeiro mergulho, do pico de cerca de 13% em 2003 para 5% no final do ano passado. Segundo os parâmetros internacionais, esse índice configura praticamente uma situação de pleno emprego.
Já as reservas internacionais estão estabilizadas no patamar de US$ 378 bilhões desde 2012, enquanto que a dívida externa líquida ficou em - US$ 92,7 no mesmo período. Quanto aos investimentos estrangeiros diretos, desde 2011 eles estão na faixa dos US$ 66 bilhões ao ano.
Podemos supor, sem medo de errar, que se o capital externo tivesse a mesma percepção que alguns setores do empresariado brasileiro, não se arriscaria a continuar investindo no Brasil.
No que diz respeito à política fiscal, a redução da dívida líquida do setor público prossegue com sua longa trajetória de queda, de 39% em 2010 para cerca de 33% do PIB em 2013. Esse resultado vem sendo obtido em razão de um superávit primário acima da média dos países do G-20 (Grupo dos 20).
Enquanto em 2013 o Brasil atingiu um superávit primário de 1,9% do PIB, outros países do grupo tiveram déficit, como Japão (-8,8); Reino Unido (-4,7%); EUA (-3,6%); França (-2,0%) e México (-1,2%). Entre os que tiveram superávit primário, a Itália atingiu 2% e a Alemanha, 1,7%.
E a inflação? Longe de estar fora de controle, a projeção para o Índice de Preços ao Consumidor Ampliado (IPCA) mostra que, do pico de quase 17% em dezembro de 2002, esse índice caiu consideravelmente e vem se mantendo estável, apesar de toda pressão, inclusive internacional, em torno de 6%.
É sempre bom lembrar que Lula recebeu de FHC uma inflação de mais de 12% ao ano. É de se imaginar o tamanho escarcéu que a oposição, os neoliberais e a direita fariam se, nos governos Lula e Dilma, o IPCA chegasse perto de tal patamar.
A imagem do caos econômico ventilada pela oposição conservadora não é a tempestade perfeita, mas uma tempestade em copo d’água – na verdade, é uma tentativa de constranger o governo federal a abandonar os mecanismos de política econômica voltados ao desenvolvimento econômico sustentável e inclusivo, voltando a subordinar as ações do Estado às necessidades do capital financeiro, principalmente especulativo.
* Cláudio Puty é economista e deputado federal pelo PT-PA
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Poesia em homenagem ao Dia do Trabalhador


O Operário em Construção

Vinicius de Moraes

E o Diabo, levando-o a um alto monte, mostrou-lhe num momento de tempo todos os reinos do mundo. E disse-lhe o Diabo:
- Dar-te-ei todo este poder e a sua glória, porque a mim me foi entregue e dou-o a quem quero; portanto, se tu me adorares, tudo será teu.
E Jesus, respondendo, disse-lhe:
- Vai-te, Satanás; porque está escrito: adorarás o Senhor teu Deus e só a Ele servirás.
Lucas, cap. V, vs. 5-8.
Veja o video com declamação do cantor e compositor Taiguara.

operário em construção - Taiguara - YouTube



  1. www.youtube.com/watch?v=QJqb8rGzdl0

    Oct 9, 2011 - Uploaded by Danilo Arruda
    Vídeo em homenagem ao Taiguara, que completaria 65 anos (09/10/2011)

Era ele que erguia casas
Onde antes só havia chão.
Como um pássaro sem asas
Ele subia com as casas
Que lhe brotavam da mão.
Mas tudo desconhecia
De sua grande missão:
Não sabia, por exemplo
Que a casa de um homem é um templo
Um templo sem religião
Como tampouco sabia
Que a casa que ele fazia
Sendo a sua liberdade
Era a sua escravidão.
De fato, como podia
Um operário em construção
Compreender por que um tijolo
Valia mais do que um pão?
Tijolos ele empilhava
Com pá, cimento e esquadria
Quanto ao pão, ele o comia...
Mas fosse comer tijolo!
E assim o operário ia
Com suor e com cimento
Erguendo uma casa aqui
Adiante um apartamento
Além uma igreja, à frente
Um quartel e uma prisão:
Prisão de que sofreria
Não fosse, eventualmente
Um operário em construção.
Mas ele desconhecia
Esse fato extraordinário:
Que o operário faz a coisa
E a coisa faz o operário.
De forma que, certo dia
À mesa, ao cortar o pão
O operário foi tomado
De uma súbita emoção
Ao constatar assombrado
Que tudo naquela mesa
- Garrafa, prato, facão -
Era ele quem os fazia
Ele, um humilde operário,
Um operário em construção.
Olhou em torno: gamela
Banco, enxerga, caldeirão
Vidro, parede, janela
Casa, cidade, nação!
Tudo, tudo o que existia
Era ele quem o fazia
Ele, um humilde operário
Um operário que sabia
Exercer a profissão.
Ah, homens de pensamento
Não sabereis nunca o quanto
Aquele humilde operário
Soube naquele momento!
Naquela casa vazia
Que ele mesmo levantara
Um mundo novo nascia
De que sequer suspeitava.
O operário emocionado
Olhou sua própria mão
Sua rude mão de operário
De operário em construção
E olhando bem para ela
Teve um segundo a impressão
De que não havia no mundo
Coisa que fosse mais bela.
Foi dentro da compreensão
Desse instante solitário
Que, tal sua construção
Cresceu também o operário.
Cresceu em alto e profundo
Em largo e no coração
E como tudo que cresce
Ele não cresceu em vão
Pois além do que sabia
- Exercer a profissão -
O operário adquiriu
Uma nova dimensão:
A dimensão da poesia.
E um fato novo se viu
Que a todos admirava:
O que o operário dizia
Outro operário escutava.
E foi assim que o operário
Do edifício em construção
Que sempre dizia sim
Começou a dizer não.
E aprendeu a notar coisas
A que não dava atenção:
Notou que sua marmita
Era o prato do patrão
Que sua cerveja preta
Era o uísque do patrão
Que seu macacão de zuarte
Era o terno do patrão
Que o casebre onde morava
Era a mansão do patrão
Que seus dois pés andarilhos
Eram as rodas do patrão
Que a dureza do seu dia
Era a noite do patrão
Que sua imensa fadiga
Era amiga do patrão.
E o operário disse: Não!
E o operário fez-se forte
Na sua resolução.
Como era de se esperar
As bocas da delação
Começaram a dizer coisas
Aos ouvidos do patrão.
Mas o patrão não queria
Nenhuma preocupação
- "Convençam-no" do contrário -
Disse ele sobre o operário
E ao dizer isso sorria.
Dia seguinte, o operário
Ao sair da construção
Viu-se súbito cercado
Dos homens da delação
E sofreu, por destinado
Sua primeira agressão.
Teve seu rosto cuspido
Teve seu braço quebrado
Mas quando foi perguntado
O operário disse: Não!
Em vão sofrera o operário
Sua primeira agressão
Muitas outras se seguiram
Muitas outras seguirão.
Porém, por imprescindível
Ao edifício em construção
Seu trabalho prosseguia
E todo o seu sofrimento
Misturava-se ao cimento
Da construção que crescia.
Sentindo que a violência
Não dobraria o operário
Um dia tentou o patrão
Dobrá-lo de modo vário.
De sorte que o foi levando
Ao alto da construção
E num momento de tempo
Mostrou-lhe toda a região
E apontando-a ao operário
Fez-lhe esta declaração:
- Dar-te-ei todo esse poder
E a sua satisfação
Porque a mim me foi entregue
E dou-o a quem bem quiser.
Dou-te tempo de lazer
Dou-te tempo de mulher.
Portanto, tudo o que vês
Será teu se me adorares
E, ainda mais, se abandonares
O que te faz dizer não.
Disse, e fitou o operário
Que olhava e que refletia
Mas o que via o operário
O patrão nunca veria.
O operário via as casas
E dentro das estruturas
Via coisas, objetos
Produtos, manufaturas.
Via tudo o que fazia
O lucro do seu patrão
E em cada coisa que via
Misteriosamente havia
A marca de sua mão.
E o operário disse: Não!
- Loucura! - gritou o patrão
Não vês o que te dou eu?
- Mentira! - disse o operário
Não podes dar-me o que é meu.
E um grande silêncio fez-se
Dentro do seu coração
Um silêncio de martírios
Um silêncio de prisão.
Um silêncio povoado
De pedidos de perdão
Um silêncio apavorado
Com o medo em solidão.
Um silêncio de torturas
E gritos de maldição
Um silêncio de fraturas
A se arrastarem no chão.
E o operário ouviu a voz
De todos os seus irmãos
Os seus irmãos que morreram
Por outros que viverão.
Uma esperança sincera
Cresceu no seu coração
E dentro da tarde mansa
Agigantou-se a razão
De um homem pobre e esquecido
Razão porém que fizera
Em operário construído
O operário em construção.

terça-feira, 29 de abril de 2014

Capelinha: Copa Independente de Futebol tem seus times para a segunda fase.



Neste domingo (27/04) aconteceu a última rodada da primeira fase da 17ª Copa Independente, que acontece em Capelinha-MG. No primeiro jogo válido pelo grupo o Império do Morro surpreendeu o Serrano-ITA e venceu por 3x1, gols de Felipe, Dissinha e Mafran, sendo que Sideni marcou para equipe Itamarandibana. Dissinha do Império recebeu o kit do Café Jequitinhonha como melhor jogador em campo. Com a vitória o Império ficou em 1º do grupo com 06 pontos ganhos, o Cometa ficou em 2º do grupo com 04 pontos e 01 gol de Saldo. O Serrano também se classificou como melhor terceiro A com 04 pontos e 1 gol negativo.

Clique na tabela para ampliá-la

No segundo jogo do dia no Ninho da Águia que recebeu um bom público o Independente-Cap de virada venceu seu xará Independente-Ita por 4x2 - Borracha e Joãozinho Campeiro com 2 gols cada marcaram para equipe da casa e Ailton e Sidinei descontaram para equipe itamarandibana que com a derrota dá adeus à Copa. Joãozinho Campeiro do Indé-Cap recebeu o Kit do Café Jequitinhonha como melhor em campo. O time capelinhense conseguiu a 3ª vitória seguida e de quebra a melhor campanha da 1ª fase.

Equipes classificadas:

Grupo A: 
1º Nova Pátria, 2º Aparecida e 3º Bonsucesso de Minas Novas

Grupo B: 
1º Império do Morro, 2º Cometa e 3º Serrano de Itamarandiba

Grupo C: 
1º Independente e 2º Buriti de Turmalina

Clique na tabela para ampliá-la
Nos dias 04 e 11 de Maio acontecerão os jogos das Quartas de final. A Comissão organizadora mudou o dia do jogo entre o Nova Pátria X Serrano-Ita atendendo pedido via ofício da equipe de Angelândia que no dia 04 de maio estará em festa.

Fonte: Blog do Jequi

Seminário Regional em Itaobim: perspectivas e avanços no combate à violência sexual contra crianças e adolescentes.

Evento teve mais de 400 participantes de 20 municípios do Vale do Jequitinhonha e Mucuri.

O Seminário Regional “Enfrentamento à violência sexual contra crianças e adolescentes: assumindo responsabilidades e reafirmando compromissos” aconteceu nos dias 24 e 25 de abril, na Casa da Juventude em Itaobim – MG. Surgiu por meio da parceria entre a Casa da Juventude e o Programa Polo de Integração da UFMG no Vale do Jequitinhonha e teve, dentre seus objetivos, a proposta de envolver o poder público e a sociedade civil, e mobilizá-los na luta que visa assegurar os direitos básicos da criança e do adolescente.

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Cerca de vinte municípios do Vale do Jequitinhonha foram representados, compondo um público que ultrapassou a marca de 400 pessoas. O sucesso do Seminário não deixou de ser uma surpresa para a comissão organizadora e trouxe consigo uma motivação para a mobilização local sobre a temática do abuso de menores, ampliando também o poder de alcance dos temas que foram colocados em discussão.

Na mesa de abertura importantes autoridades regionais e municipais marcaram presença. O prefeito, José Alves, demonstrou satisfação com a importância que o assunto do abuso e exploração sexual infantil assumiu e afirma que todos os setores da comunidade devem estar envolvidos nesta luta. Reno Riboni e Max Melquiades, representantes da Associação Papa João XXIII no Brasil e KNH Brasil, respectivamente, engrandeceram a iniciativa da Casa e reforçaram a mensagem: não se trata de repartir as forças, mas ao contrário, de somar esforços.

O tenente Evandro Leal, representante da Polícia Militar de Minas Gerais, e Ernandes Silva, representante do Fórum Vale Protege, enalteceram que o dever de proteger as crianças e adolescentes envolve a família, a escola, as autoridades e toda a comunidade. Márcio Simeone, representando a coordenação do Polo de Integração da UFMG no Vale do Jequitinhonha, propôs que a causa é uma luta geral, que pode ser sentida por meio de um olhar amoroso, de compaixão. Ele afirma que, mais do que políticas públicas por “dever de ofício” é possível trabalhar a capacidade de se sensibilizar em torno da temática, se motivar a realmente querer mudar o quadro em que Itaobim e outras cidades do Vale se enquadram no que diz ao abuso e exploração sexual de menores.
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No primeiro dia, foram três mesas de discussão. A primeira e a última tiveram uma abordagem mais factual. A primeira, “Violência sexual contra crianças e adolescentes: assumindo responsabilidades e reafirmando compromissos”, trouxe consigo depoimentos de militantes da causa, bem como as dificuldades enfrentadas por um sistema legal que é falho, como é o brasileiro. Nas vozes de Maria Aparecida dos Santos Queiroz, coordenadora da Casa da Juventude, e Delma Soares Murta, Secretária de Saúde de Itaobim, as frustrações vieram à tona, tanto sobre o descaso do poder público, quanto com as iniciativas que perdem as forças ao longo do tempo, bem como com o sentimento de impotência diante da dependência do poder judiciário que é, muitas vezes, omisso e lento.

Na terceira, “Os desafios do enfrentamento: limites e possibilidades da ação em rede”, foram discutidas formas de trabalhar a prevenção dos abusos, seja por meio de panfletagem, seja através de um diálogo mais aberto, que promova e permita a conscientização do maior número de pessoas possível. A mensagem é a mesma: é preciso agir em rede e isso depende da cooperação de todas as partes. Foi reforçada a importância de seminários como este, que envolve o poder público e a comunidade, e dá poder de fala a ambos.

Já a segunda mesa, “O protagonismo juvenil no enfrentamento à violência sexual contra crianças e adolescentes: agora por nós mesmos”, contou com uma composição inovadora por ser formada apenas por jovens. Eles não estavam apenas conquistando um espaço, que é deles por direito, mas encontraram um meio de se fazerem ouvidos. Discutiram temas polêmicos, como a falta de conversa dos adultos com os pequenos sobre sexualidade e proteção e a importância dessas conversas, que é, muitas vezes, feita entre eles mesmos. Priscilla June, do Circo Belô, acredita que o protagonismo juvenil é o jovem ser o principal ator de sua própria história, e que ele pode e deve se defender e defender o próximo também.

Apesar da temática densa, o primeiro dia de seminário também contou com a apresentação cultural da ONG Menina Dança, de Medina/MG e com a Oficina “Quebra Gelo” do Teatro Universitário da UFMG. O Polo de Integração da UFMG no Vale do Jequitinhonha participou com bolsistas do Suporte de Comunicação, fazendo a Assessoria de Comunicação, do Vozes do Vale, produzindo podcasts com os jovens de Itaobim, do Conexões do Vale promovendo Assessoria de Comunicação colaborativa, produzindo conteúdos para o Facebook e blog da Casa da Juventude, e do Audiovisual, realizando vídeos como forma de registro do Seminário e com o intuito de exibi-los no dia seguinte.
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Além de toda a discussão realizada e das apresentações culturais que ocorreram, a Casa da Juventude premiou 17 personalidades importantes na questão do enfrentamento à violência infanto juvenil. Dentre os agraciados com o prêmio Daniel Moreira da Silva, temos o Programa Polo de Integração da UFMG no Vale do Jequitinhonha, que o recebeu pela sua atuação no apoio às ações de combate à exploração infantil e às ações de violência contra os mesmos.
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Márcio Simeone, professor da UFMG, um dos Coordenadores do evento.

No segundo dia do Seminário, 25, a temática já veio à tona logo na primeira parte da manhã, com a Esquete Teatral, uma produção coletiva do Teatro Universitário da UFMG. A cena colocou em pauta assuntos delicados, como o abuso sexual dentro do próprio lar da criança, o abandono e a prostituição. O apelo é pelo cuidado aos direitos das crianças e adolescentes, e, também, pela coragem em denunciar.

Adriana Mitre, da Oficina de Imagens, deu sequência na programação propondo uma metodologia para construção de diagnósticos colaborativos dos municípios. Segundo ela, muitas vezes os problemas municipais poderiam ser enfrentados de forma mais eficaz se fosse feito de forma colaborativa um diagnóstico que propusesse ações mais eficientes e específicas.

Para exemplificar o que foi dito, Adriana enfatizou que não se pode apenar “ver” algum fenômeno e, simplesmente, se inferir algo. As conclusões não podem ser tomadas de forma distante do problema - que muitas vezes é multicausal e mais complexo do que parece. Os dados oficiais, por exemplo, podem generalizar ou desconsiderar alguns aspectos ou circunstâncias que passam despercebidos diante uma análise não cooperativa.

Dessa forma, não se pode entender uma região e suas características apenas com pesquisas para levantamento de dados, o que torna qualquer solução pouco prática. Mais do que isso, é preciso fazer a leitura e análise das informações coletadas para então haver a apresentação de propostas mais condizentes com a realidade.

Adriana explica que mapeamento e diagnóstico são coisas distintas, mas muito importantes. O mapeamento, por exemplo, não deve apenas considerar os fatores que giram em torno do problema, mas, também, os recursos e as potencialidades do município, que são fundamentais no planejamento de um plano de ações, por exemplo.

Na segunda parte do dia, os grupos foram divididos por cidades, e tiveram como exercício, além de analisar e discutir os questionários distribuídos pela Adriana, propor ações e propostas com base nas peculiaridades de sua região. Crianças também tiveram seu espaço de discussão sobre o diagnóstico, e improvisaram pequenos teatros em apoio às denúncias e à asseguração aos diretos das crianças e dos adolescentes. Logo após essa reunião, foi feita uma proposta para novos diagnósticos para os municípios representados, feitos de forma colaborativa.

Até o dia 25 de maio de 2014 os grupos foram convidados a alimentar a plataforma online fornecida pela Oficina de Imagens, divulgando os dados de sua cidade e região. Caberá à equipe do Fórum Vale Protege sistematizar os dados fornecidos, a fim de criar um planejamento regional a ser discutido no segundo semestre, após a segunda quinzena de julho.

Já no final do dia, os vídeos produzidos pela equipe Polo Jequitinhonha foram divulgados, e o Seminário se encerrou deixando para os participantes e demais envolvidos mais esperança e o clima é otimismo na luta pelos direitos das crianças e adolescentes do Vale do Jequitinhonha.

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